Hanamizuki (Hanamizuki ) Nobuhiro Doi (2010) Japão


Já tinha saudades de uma boa love story oriental e estava à espera de encontrar mais um filme que valesse a pena recomendar.
Ora pois bem, [“Hanamizuki”] é o motivo perfeito para voltar ao blog, por vários motivos até.

Hanamizuki review

Estranhamente apesar de “Be With You” ser para mim a melhor história de amor japonesa ,(a par com o fabuloso 5cm per second) e definitivamente um dos melhores filmes românticos que alguma vez me passaram pela frente, nunca me lembrei de procurar mais trabalhos do mesmo realizador. Talvez porque “Be With You” me tenha marcado tanto que se calhar me esqueci que aquela história não era real e que tinha na verdade também um realizador por detrás.

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Deparei-me agora com [“Hanamizuki”] há poucos dias e para minha surpresa descubro no Imdb que é o mais recente filme de Nobuhiro Doi, precisamente o realizador de “Be With You”.
A procura por cinema romântico segundo as minhas estatísticas continua em alta por aqui mas há muito tempo que eu próprio não encontrava algo que valesse a pena recomendar pois o mercado romântico oriental está cheio de cinema do género mas raramente aparece algo que fuja à rotina ou tenha um toque especial.

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Ainda [“Hanamizuki”] mal tinha começado e já tinha captado a minha atenção pois curiosamente havia qualquer coisa nesta história que me fazia mesmo lembrar a atmosfera de 5cm per second e portanto já não consegui parar de ver.
Mais uma vez quem conhece o cinema romântico oriental já sabe com o que pode contar, pois também este filme não foge muito à regra em termos de história; no entanto mais uma vez também estamos na presença de mais um filme que se torna especial não pela história formulática mas sim pela forma como o realizador a desenvolve.

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[“Hanamizuki”] tem uma coisa de que não nos apercebemos de imediato mas que se torna evidente no decorrer do filme; tal como em 5cm per second também aqui temos uma história romântica que assenta apenas naquilo que é mais comum da vida de qualquer pessoa. [“Hanamizuki”] não usa ou abusa dos clichés melodramáticos que costumamos encontrar nos dramas orientais.

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Curiosamente, tudo está montado em situações que poderiam bem acontecer e todo o suspanse romântico nunca deixa de ser construído numa base sólida de realidade. Desta vez ninguém vai morrer de cancro a meio do filme como acontece no popular cliché romântico do cinema oriental. [“Hanamizuki”] não precisa de artifícios desses para nos manter agarrados ao ecran e continuar interessados na vida de todas as pessoas que vivem esta história.

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Tal como em “Be With You” a narrativa é calminha, os personagens levam o seu tempo a serem construídos e durante algum tempo parece que a história nem vai ser particularmente interessante.
Por outro lado, a partir de certa altura, por qualquer motivo não conseguimos deixar de seguir o que irá acontecer a seguir pois quando damos por nós estamos interessados mesmo na vida daqueles personagens.

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Até o habitual triângulo amoroso aqui, está naturalmente inserido e não é atirado à cara do espectador apenas para aumentar o estilo telenovela. Faz lembrar um pouco o mesmo tipo de estrutura que apareceu também em “Koizora Sky of Love”; precisamente com a mesma actriz, onde também havia um triângulo amoroso perfeitamente natural e sólidamente construido.

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A história é bem simples, um rapaz pescador apaixona-se por uma rapariga que vai estudar para a universidade longe de casa e todo o filme é sobre como será possível manter o amor vivo através da distancia que os separa. Mais um paralelismo com 5cm per second que não se fica por aí pois inclusivamente a cena das pétalas é semelhante, apenas agora não se trata de um Anime.
Nesta história não encontrarão as habituais piroseiras telenovelisticas com rivalidades entre familias, menina rica-menino pobre, traições foleiras e idiotices do género.

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Com uma história destas não havia grande motivo para suspanse, mas a verdade é que o filme consegue criar um clima de incerteza até ao seu desenlace pois nunca temos bem a certeza se a história de amor terá um final feliz. Não por impedimentos melodramáticos mas pelo natural desenrolar das vidas perfeitamente comuns dos protagonistas e de toda a gente que os rodeia nesta historia.

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Aliás, outro ponto positivo são os personagens secundários e as pequenas historias que ocorrem nas suas vidas. Alguns apenas com breve momentos de écran mas que no entanto são suficientes para que como espectadores fiquemos interessados na sua felicidade também, até pelo bom trabalho dos actores secundários.

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Resumindo, como eu tenho por hábito não revelar nada sobre os filmes que recomendo pois ainda sou do tempo em que o prazer de ir ao cinema estava em não sabermos nada sobre o filme em cartaz, também não irei dizer muito mais sobre [“Hanamizuki”].

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A principio nem ia dar uma grande nota a este titulo pois na verdade á primeira vista parecia não me ter marcado muito, mas a verdade é que o raio do filme não me sai da cabeça há vários dias e sendo assim se calhar é daqueles que ainda se irá tornar um titulo especial na minha colecção de cinema romântico.

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Talvez a única coisa que lhe retire algum brilho está no facto de na minha opinião ter duração a mais. Algures pelo meio arrasta-se um pouco e se o filme tivesse 15 minutos a menos se calhar teria sido a montagem ideal para a história sem precisarem de esticar tanto algumas pequenas cenas.

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De resto todo o filme contém algumas imagens fabulosas, boa fotografia e além disso é passado junto ao mar. Só por isso leva logo mais um ponto. Ainda por cima mete comboios e faróis e qualquer história romântica oriental que meta faróis para mim só pode ser boa.

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CLASSIFICAÇÃO

Embora nem de perto se aproxime do impacto que “Be With You” do mesmo realizador causa, este [“Hanamizuki”] é uma excelente história de amor baseada essencialmente em pequenos pormenores da vida do dia a dia e por isso funciona muito bem e recomenda-se. Era para lhe dar três tigelas e meia de noodles mas leva quatro porque estranhamente este filme não me sai da cabeça há dias.

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Se procuram bom cinema romântico oriental e já viram tudo o que tenho recomendado aqui neste blog, então juntem mais este à colecção pois é muito bom e recomenda-se.
Quatro tigelas de noodles na boa.

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A favor: mais uma vez a humanização dos personagens neste tipo de histórias de amor aparentemente simples, excelentes actores e óptimo casting, consegue manter um bom suspense romântico até ao final, tem um par de momentos emocionais fantásticos, bons personagens secundários que nem precisam mais tempo de ecran para funcionarem plenamente, tem um certo sabor a 5cm per second e quem tiver gostado desse irá querer ver [“Hanamizuki”], tem imagens que ficam na memória e uma fotografia que dá vida aos ambientes geográficos onde decorre a história.

Contra: não tem o mesmo impacto emocional que “Be With You” do mesmo realizador nem a atmosfera inesquecivel de 5cm per second, se calhar não precisava de ter 128 minutos para contar a mesma história.

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NOTAS ADICIONAIS

Trailer
https://www.youtube.com/watch?v=Wy5tACEEopg

cover

Filme completo no Youtube
https://www.youtube.com/watch?v=ai1AtMFrKvU

IMDB
http://www.imdb.com/title/tt162928

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Outros títulos românticos totalmente recomendados:

 Be With You My Sassy Girl The Classic Il Mare

 capinha_love_in_space Fly me to Polaris capinha_in-the-mood-for-love capinha_midnight-sun

concerto_capinha_73x cyborg_she_capinha_73x capinha_my-girl-and-i

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Mo gong ( Battle of Wits – aka – Battle of the Warriors) Chi Leung ‘Jacob’ Cheung (2006) China


No outro dia ao desiludir-me bastante com “Red Cliff“, lembrei-me que este era bastante semelhante a outro titulo mais antigo que eu tinha comprado há anos mas de que ainda não tinha falado aqui, pois por qualquer motivo é um daqueles dvds que nunca mais tinha revisto e como tal, decidi tirar o pó do disco a [“Battle of Wits“] porque esta é mesmo a altura certa para falar deste filme no blog até por uma questão de comparação entre títulos semelhantes.

Tanto “Red Cliff” como [“Battle of Wits“] são filmes de guerra semelhantes, porque essencialmente assentam mais sobre as estratégias de guerra, tácticas de movimentação de exércitos, planos de combate e intrigas políticas ou palacianas do que própriamente sobre herois e heroínas que vivem aventuras em mundos Wuxia ou de ambiente medieval e como tal são filmes com uma estrutura muito parecida.

Em ambos os casos, temos dois exércitos em confronto que se analisam um ao outro e onde a maior parte das cenas se passam naquela guerra de muralhas e paliçadas onde as estratégias de invasão se sobrepõem á sequências de acção pura e simples.
Também a nível de personagens os filmes se tocam pois tanto “Red Cliff” como [“Battle of Wits“] contam com os inevitáveis generais caracterizados da forma habitual, com os guerreiros heroicos em estilo solitário, grandes estrategas militares, imperadores decadentes ou corruptos e claro, com a miúda gira da história que neste caso também é muito boa a andar á bulha pelo meio das cenas de batalha, pois é uma oficial de cavalaria.

Achei portanto, que tanto “Red Cliff” como [“Battle of Wits“] poderiam ter sido o mesmo filme. Se se trocassem os cenários e o guarda roupa, provavelmente o resultado teria sido o mesmo nos dois filme e ambos manteriam a sua identidade apenas por causa de um grande pormenor que os distingue.
[“Battle of Wits“] ostenta muito menos opulência visual que “Red Cliff” e como tal não tem aquele sabor a grande épico cinematográfico que exala por todos os frames desse filme e que tornou a obra de John Woo imediatamente muito menos interessante na minha opinião; apenas porque por detrás de tanto estilo visual espantoso tudo aquilo sempre me pareceu demasiado plástico e como espectador nunca consegui entrar naquele mundo pois tudo me pareceu fabricado para cinema e muito pouco real.

Algo que não me aconteceu de todo agora em [“Battle of Wits“].
Ainda o filme não tinha começado á dez minutos e já eu me tinha esquecido que estava a ver um épico cinematográfico. Isto porque pura e simplesmente, nada em [“Battle of Wits“] nos lembra que são cenários contruidos para um filme e nada no estilo visual chama constantemente a atenção para o que aparece no ecrã.
Acompanhar [“Battle of Wits“] é como espreitar por uma máquina do tempo e contemplar o passado; ter acompanhado “Red Cliff” para mim foi como estar a desfolhar um livro sobre design e construção de cenários para cinema. Por muito que eu tenha adorado o fantástico estilo visual do filme de John Woo prefiro mil vezes a contenção estética de [“Battle of Wits“] e o estilo completamente natural dos ambientes e arquitecturas pois transportam o espectador para o passado. Não o deixam do outro lado da televisão a contemplar ambientes gráficos quando estes deveriam servir os personagens e não gritar – superprodução cinematográfica – a todo o instante.

Portanto, em comparação, nota alta para [“Battle of Wits“] logo por este início. Tudo nesta história parece visualmente real e quem gostou da estética realística e crua de Musa the Warrior tem aqui um filme muito semelhante gráficamente falando que  irá certamente agradar a quem procura este tipo de atmosfera visual.
Infelizmente a nível de argumento, também [“Battle of Wits“] é um daqueles filmes que me custa bastante a absorver, mas isto é uma questão de gosto pessoal pois como já referi em posts anteriores, o género de intriga politica e palaciana é algo que me aborrece de morte. Portanto para mim foi muito dificil arrastar-me pelos primeiros vinte minutos deste filme.

No entanto a sua atmosfera cativou-me e cedo também os personagens se começaram a delinear bem mais interessantes do que em por exemplo, mais uma vez “”Red Cliff“.
Não quero parecer estar aqui a ser muito duro com o filme de John Woo até porque gostei do que vi, mas é impossível não compará-lo com [“Battle of Wits“] pois são bastante semelhantes temáticamente e estruturalmente e como tal em termos de gosto puramente pessoal eu penso que esta produção bem menos extravagante é muito mais interessante.

Muita gente em reviews na net critica um pouco os personagens deste filme por causa de serem um bocado estereotipados e parecerem apenas ter sido criados para fazer brilhar as estrelas Pop chinesas que pelo visto entram nisto. Eu como não conheço nenhum destes gajos que entram nos papeis secundários, por mim estão todos muito bem e nem me pareceu sequer que o personagem do soldado arqueiro tenha sido criado para imitar o “Elfo Legolas” do “Lord of the Rings” embora perceba a razão de muita gente referir essa sensação pois o seu papel e dinâmica em [“Battle of Wits“] pode ser semelhante.
Como no entanto, a mim nem me pareceu que isto estrague própriamente o filme por mim que se lixe e passa á frente.

Coisas boas. [“Battle of Wits“] tem muito ambiente e conta com além de Andy Lau sempre seguro, também com o carismático actor sul-coreano que vocês vão reconhecer de “Musa the Warrior” onde personificava o velho e sábio guerreiro veterano e que neste caso faz de general invasor.
Se bem que este filme também seja cativante pelo facto de não ter herois e vilões mas sim, tal como em “Musa the Warrior“, apenas guerreiros em facções politicas opostas e sobre este detalhe [“Battle of Wits“] conta com uma simples e fascinante cena em frente da fortaleza cercada, onde os dois oponentes se encontram cara a cara e que define todo o tom da história; onde a haver vilões, estes serão claro está, os políticos que tudo manobram nos bastidores e que causarão mais mortos e tragédia do que quem faz a guerra por eles, o que não deixa de ser uma mensagem subliminar sempre interessante neste tipo de histórias.

E por falar em cenas de guerra, não só todas as batalhas têm um tom de guerra fascinante como ao vê-las nem me lembrei que estava a ver cenas coreografadas para um filme. Bem ao contrário do que me aconteceu em “Red Cliff” onde além de as cenas de invasão da parte final terem sabido a pouco e nem sequer terem sido particularmente impressionantes a nível criativo tudo me pareceu apenas guerra cinematográfica a todo o instante; coisa que nunca me aconteceu notar agora em [“Battle of Wits“].

Não só todas as cenas de invasão são muito variadas, como a nível de argumento as ideias para estratégias e planos de guerra são todas muito criativos e até bem surpreendentes em alguns momentos. E o melhor é que tudo isto é conseguido sem dar a impressão que estamos apenas a ver um filme, o que quanto a mim é o melhor trunfo que um épico histórico pode ter. Conseguir transportar o espectador para o passado e [“Battle of Wits“] consegue-o bastante bem na minha opinião.

A nível de história, não será propriamente algo tão interessante assim, e neste campo talvez até “Red Cliff” tenha tentado ser melhor e ir mais longe, mas [“Battle of Wits“] é essencialmente um filme sobre estratégias militares e sobre um combate de teimosias entre dois comandantes em ambos os lados da paliçada. A tal “battle of wits” que não tem uma verdadeira correspondente tradução directa na nossa lingua, mas que também se poderia traduzir por algo como “guerra de determinação” ou algo semelhante, pois é esse o coração do filme na sua essência.
[“Battle of Wits“] é um filme sobre dois homens, sobre os poderes que estão á sua volta e sobre o facto de só um deles poder sair vencedor de uma guerra que na verdade não tem qualquer sentido a não ser o de cimentar a sua honra e reputação ao melhor estilo filme de guerra medieval chinés.

Tudo gira á volta da invasão e defesa de uma cidade e tudo tem a ver com guerra, estratégia e politica, mas [“Battle of Wits“] tem ainda tempo para dedicar algumas sequências á inevitável história de amor. Neste caso, talvez mais para abrir o filme ao público feminino do que propriamente para criar algo memorável dentro do género romântico em filmes de guerra.
Por exemplo não encontrarão aqui a assumidamente romântica história de amor de “An Empress and the Warriors“, mas mesmo assim quem procura um toque de romantismo ao melhor estilo cinema oriental, penso que também irá ficar satisfeito com o que [“Battle of Wits“] tem para contar neste aspecto.
Tudo muito breve, mas resulta bem e humaniza o personagem de Andy Lau que até então mais parecia uma espécie de Obi-Wan-Kenobi da estratégia militar pois faz parte de uma ordem de guerreiros quase mística e do qual nunca se sabe muito ao longo de todo o filme.

As cenas românticas, são sempre muito secundárias e complementam bem toda a conversa estratégica, política e militarista do resto do argumento e ainda bem que os criadores deste filme as incluiram, porque conseguem criar uma carga de grande suspanse adicional no segmento final da história que agarra o espectador ao ecrã mesmo sem notarmos que não conseguimos desviar o olhar desses momentos. O desenlace romântico não foge muito ao habitual mas acaba também por transmitir um tom poético ao final de [“Battle of Wits“] o que é sempre bem-vindo.

Consta que isto é a adaptação de um Manga muito popular no Japão, mas como eu não o conheço nem nunca o li, não posso tirar grandes considerações sobre o mesmo. Por outro lado também acho que nem interessariam muito, pois mesmo que isto nem sequer seja uma grande adaptação da banda-desenhada, quanto a mim é um dos filmes mais interessantes de guerra em estilo super-produção que saiu da China recentemente e nesse aspecto bem mais carismático que “Red Cliff” sem precisar de tanta opulência gráfica para ser notado e apreciado.

Quem procura um épico de guerra chinés, penso que irá gostar bastante.
Na minha opinião, [“Battle of Wits“] talvez tenha duração a mais e não lhe fazia mal ficar sem uns quinze minutos talvez, isto porque se repete um pouco quando não há muito mais para dizer sobre honra, dedicação e patriotismo sem começar a tornar-se mais do mesmo. No entanto, como a história romântica intercala bem tudo o resto a coisa equilibra-se e não será por aqui que o filme perderá grandes pontos. Apenas poderia ter tido uma montagem mais dinâmica talvez.

Penso que irá agradar a quem procurar cenas de guerra medieval com grandes exércitos. As batalhas são muito variadas e divertidas, mesmo quando não são espectaculares. Neste campo é onde se nota o melhor do trabalho do realizador, pois penso que ele é fantástico a gerir toda a movimentação de figurantes e a transformar o pouco em muito.
Consegue algumas cenas bem espectaculares e acima de tudo divertidas pois são bem entusiasmantes ao longo de todas as cenas de guerra e quando um filme é essencialmente composto por cenas de batalha e pouco mais é notável como se consegue manter sempre equilibrado sem se tornar monótono.

Por outro lado, [“Battle of Wits“] não é um daqueles filmes de guerra com milhares de figurantes a lutar em cenas de exércitos gigantes no meio de planícies ou algo assim. É um filme de guerra de cerco e que se calhar já merece ser classificado como um sub-género dentro do cinema deste estilo.
Em vez de cenas épicas com milhares de figurantes temos cenas muito dinâmicas com algumas centenas de gajos a matarem e morrerem de todas as formas e mesmo assim, uma cena de cinco minutos de guerra deste filme tem mais entusiasmo do que quase duas horas de  “Mulan” o que já não é mau de todo.

Por falar em mau, [“Battle of Wits“] só tem uma coisa péssima.
Os maus efeitos digitais quase que arruinam algumas das cenas de batalha. Sejam a mostrar exércitos com soldadinhos feitos em CGI a marchar algo amadoramente em termos técnicos no que toca a animação, seja em muito fogo digital ou ainda em sequências inteiras com homens e cavalos tudo muito mal integrado na acção, por momentos ás vezes parece que [“Battle of Wits“] poderá tornar-se mesmo bastante foleiro e piroso quando tenta ser espectacular.
O que vale é que se calhar muita gente nem vai notar, pois felizmente são poucos e breves. Além disso a variedade do que acontece nas batalhas também contribui para distrair bastante o espectador e como tal penso que não se deve penalizar muito este filme por isto também.

Também poderia ter tido mais sangue. Num filme de guerra com tanta acção corpo a corpo e sequências em estilo cru com alguma violência tem muito pouca gente cortada aos bocados e practicamente nenhum sangue a espirrar; o que não deixa de ser estranho pois retira-lhe logo algum do dramatismo que poderia ter tido nas cenas de guerra. Se ás vezes sentirem que falta qualquer coisa no meio de tantas cenas de acção, já sabem. Falta sangue, pois surpreendentemente [“Battle of Wits“] é uma produção bastante politicamente correcta quando comparada com outras coisas semelhantes como “The Warlords” ou “Musa the Warrior“.

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CLASSIFICAÇÃO:

Não será propriamente o meu filme de guerra medieval chinês favorito, mas é uma boa alternativa a quem procura um bom épico neste estilo e gostou da atmosfera visual de por exemplo, “Musa the Warrior“.
Tem atractivos suficientes para divertir e é bem mais variado e épico que “Mulan” por exemplo sem sequer se esforçar por sê-lo. E aposto que irá agradar muito a quem procura um bom filme de guerra onde a estratégia de batalha é o centro da história e terá ficado tão desiludido com “Red Cliff” quanto eu fiquei.
Sendo assim, quatro tigelas e meia de noodles porque é mesmo muito bom e só não leva mais porque achei que tem duração a mais e arrasta-se algo pelo meio.

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A favor: excelente ambiente cénico pois nem nos lembramos que são cenários construídos para um filme, boas e muito variadas cenas de batalha com estratégias de combate divertidas e imaginativas além de muitas vezes serem empolgantes, excelente realização particularmente na gestão das cenas de acção e na forma como as narrativas se cruzam, os personagens não são originais mas são na sua grande parte muito carismáticos, dois excelentes actores como antagonistas, é um filme de guerra com alma e muito para dizer mesmo subliminarmente, boa e simpática história de amor que ainda consegue arrancar um excelente momento de suspanse na parte final.
Contra: tem duração a mais e talvez se repita em alguns pontos já antes abordados, arrasta-se um bocado a meio da sua duração, os efeitos digitais são muito fraquinhos mesmo em alguns momentos, os personagens poderiam ter sido mais originais embora eu compreenda que isto não seja nada fácil de fazer, falta-lhe sangue pois tem carnificina aos montes mas é demasiado politicamente correcto no uso de cenas gore e nem tem sequer uma decapitaçãozinha nem nada, é um bom filme mas não lhes ficará na memória pois falta-lhe qualquer coisa para ser realmente fantástico.

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NOTAS ADICIONAIS

Trailer
http://www.youtube.com/watch?v=WdX_cNu9dCw

Comprar DVD ou  BluRay na Amazon Uk bem baratinhos

Download aqui com legendas em PT/Br

IMDB
http://www.imdb.com/title/tt0485863

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Se gostou deste poderá gostar de:

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Zhan shen chuan shuo (MoonWarriors) Sammo Hung Kam-Bo (1993) China


Se entendermos o Cinema por Ilusão, então [“MoonWarriors“] será provavelmente um dos melhores exemplos desse tipo de magia no que toca a filmes saídos do oriente.
Não por ser um grande filme oriental, ou por nos transportar para um mundo cheio de fantasia, mas porque sem recorrer a efeitos especiais modernos (sem CGIs), consegue uma coisa que se torna absolutamente divertida quando revemos o filme uma segunda vez.
E mais não digo porque desta vez o filme nem tem qualquer surpresa. Não esperem propriamente um twist daqueles que lhes trocam as voltas, mas esperem o inesperado.

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Vamos fazer uma coisa, eu mais á frente irei revelar algo com que não contam (conscientemente) e por isso quem ainda não conhece este filme asiático, tente vê-lo sem cair na tentação de ir espreitar o final desta review onde falarei sobre o assunto.
A sério, não façam batota. E façam-me o favor de nem tentarem ler mais reviews disto na net.
Vejam simplesmente [“MoonWarriors“] e divirtam-se.
Depois quando o virem uma primeira vez, voltem aqui a esta review, porque quando lerem o que tenho para lhes contar mais abaixo e depois forem rever o filme, garanto-lhes que estarão a ver um filme oriental completamente novo.

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[“MoonWarriors“] é como um bom truque de magia em que o espectador nem repara que o está a ver quando acompanha esta obra pela primeira vez. Mas, ao contrário de um truque de magia, neste caso quando ficamos a saber como fomos enganados o filme não perde o seu encanto. Muito pelo contrário pois ganha uma nova vida, agora podem ter a certeza de que nunca mais o irão ver da mesma maneira quando conhecerem o seu segredo, por isso aproveitem bem uma primeira visão porque nunca mais a irão repetir.

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Vão notar que nem sequer vou dar uma classificação muito espectacular [“MoonWarriors“], mas não é porque o filme seja fraco. Apenas este é uma daquelas obras tão flutuantes que depende muito da nossa disposição aquilo que achamos dele. Umas vezes adoro-o, outras nem me parece nada de especial e por isso o mais justo é dizer-lhes logo que é realmente um bom filme chinês. Sem mais nem menos. É bom e com espaço suficiente para que o espectador insira depois uma classificação maior ou menor consoante aquilo que retirar dele.

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Na verdade [“MoonWarriors“] quanto a mim é um daqueles filmes orientais únicos dentro do estilo. O que não falta no cinema oriental são Wuxias de todos os tipos, mas normalmente seguem sempre um fórmula exacta. Não própriamente apenas na história mas principalmente na criação de atmosfera e no tom de cada filme.
Talvez com excepção de “Hero”, raramente o género Wuxia se afasta muito daquilo que o espectador espera encontrar e normalmente até quando se afasta o resultado nem tem sido dos melhores pois as obras ou entram por um forçado estilo de cinema de autor (salvo raras excepções como o fabuloso “Ashes of Time” de Hong Kar Wai), ou então ficam a meio caminho entre o cinema de aventuras ou de kung-fu puro e simples.

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No caso de [“MoonWarriors“] o resultado foi bem diferente. Este é um daqueles exemplos que tinha tudo para ser uma salganhada mal cozinhada de vários estilos mas no entanto tudo resulta. E o mais extraordinário é que nenhum dos estilos está sequer particularmente bem conseguido nesta obra de cinema oriental.
Resulta também porque tem um design particularmente cuidado e onde também tudo parece muito mais sumptuoso do que na realidade é. Nota alta portanto para o aproveitamento de ambientes naturais e  cenográficos onde ainda se incluiem um par de bons cenários como por exemplo a aldeia do heroi junto ao mar.

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[“MoonWarriors“] é uma estranha mistura entre filme Wuxia, cinema de aventuras, filme de kung-fu, comédia desbragada, cinema de Fantasia (com umas referências a “Legend” ao estilo Riddley Scott) e onde nem sequer faltam um par de cenas gore com baldes de sangue quanto baste atirados á cara do espectador da forma mais estúpida e ridiculamente hilariantes. E mais não digo…
Ah…e também tem uma pitada de “Free Willy” o que dá ao filme alguns momentos ainda mais pirosos.

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No entanto, pelo meio de todo este cozinhado, ainda consegue ter um par de momentos sérios, pois muita da motivação de alguns personagens está bem assente em pensamentos puramente filosóficos que nos fazem conseguir acompanhar as cenas mais “parvas” do filme aceitando os personagens como eles são pois apesar de toda a loucura visual nunca sentimos que os personagens são de cartão. O que é ainda mais estranho pois nem sequer estão particularmente bem trabalhados ao nível da história. Se é que podemos dizer que o filme tem uma história, pois é do mais cliché que possam imaginar.

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Mas [“MoonWarriors“] é verdadeiramente divertido.
Não é um grande filme, mas a sua (falta de) originalidade cativa-nos.
Além diso está cheio de bons actores e actrizes entre as quais a sempre excelente Maggie Cheung (“In The Mood For Love”) que é a principal protagonista da história.

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Um aviso, quem odeia filmes orientais com gajos e espadas a voar da forma mais ridicula por tudo quanto é lado pendurados por fios “invisíveis” vai detestar esta obra por isso não se dê ao trabalho.
Quem espera um filme de kung-fu puro e duro cheio de sequências de porrada de criar bicho também é melhor não perder tempo.
Agora quem quiser ver algumas das sequências de acção com fios mais alucinantes do cinema oriental e não se ofender com a falta de realismo e o estilo cartoon Bugs Bunny de algumas sequências tem aqui uns bons 90 minutos para passar.

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E depois que souber do que lhes vou contar a seguir ainda vão curtir mais o filminho.
Por isso meus amigos…
SE AINDA NÃO VIRAM O FILME,
PAREM IMEDIATAMENTE DE LER
ISTO !
Não estraguem metade da piada que há em verem [“MoonWarriors“].

Se já viram [“MoonWarriors“] então selecionem o texto do parágrafo abaixo e leiam o seguinte:

POR ACASO NÃO ME ESTÃO A ENGANAR ?
VEJAM O FILME ANTES DE LEREM ISTO !
Estão avisados.

[“MoonWarriors“] está cheio de curiosidades geniais sobre o making of. Se comprarem o Dvd, irão contar com um comentário áudio absolutamente extraordinário onde se revelam muitas das coisas de que agora vou falar aqui e que são a razão de eu classificar o filme como um dos melhores exemplos sobre a criação de ilusão no cinema que poderão encontrar no mercado.
Notaram que eu referi que a actriz Maggie Cheung é uma importante protagonista feminina deste filme.
O que vocês nem imaginam é que ela apesar de entrar em practicamente toda a história só filmou durante dois dias para [“MoonWarriors“]. E melhor ainda, não gravou practicamente nada para a sua participação apesar de entrar em todas as cenas importantes da história e “contracenar” com todos os actores do filme.

O que me dizem vocês se eu lhes contar que Maggie Cheung só se encontrou uma vez com os seus colegas de elenco ? Em [“MoonWarriors“] só existe uma única cena com os quatro actores principais do filme realmente juntos no ecran e ainda por cima é apenas uma breve imagem do grupo montado a cavalo e que dura apenas  segundos sem sequer ter diálogos !
Por acaso repararam no extraordinário design do chapéu que Maggie Cheung usa neste filme ? O que vocês nem imaginam é que aquele look (que se tornou famoso e muito elogiado como uma peça importantissima do design criativo de [“MoonWarriors“]), na realidade nem sequer foi pensado e foi criado á pressa quando os criadores do filme souberam que só iriam contar com a actriz durante dois dias.
Esse adereço de guarda roupa, está no filme apenas com uma finalidade, o de esconder o mais possível o rosto da actriz de forma a que depois o realizador possa usar uma dupla para as cenas que não estavam no contrato de Maggie Cheung.
Topem-me só isto…vão ver o filme de novo…

TODAS as cenas em que não se vê o rosto de Maggie Cheung em que ela esteja a olhar directamente para a câmara (não conta o perfil), foram filmadas com uma dupla da actriz. Até mesmo as partes que nem sequer são de acção. Os breves segundos que vocês poderão encontrar ao longo do filme em que vêem realmente Maggie Cheung a falar para a camara foram os únicos segmentos gravados por ela para [“MoonWarriors“]. Tudo o mais sempre que não lhe vêem a cara foi filmado com outra pessoa. E nem sempre foi com uma mulher. Algumas sequências em que o espectador julgava estar a ver Maggie na realidade foram até filmadas com um homem usando o seu fato !
Agora percebem porque até vestida de Ninja a Maggie andou. Isto de só se verem os olhos tem as suas vantagens para o realizador quando a actriz principal nem sequer entra practicamente no filme. Alguma vez tinham pensado nisto quando assistiram ao filme ?
Há muito mais, mas teria de escrever um texto só para isto. Se quiserem descobrir mais segredos muito interessantes dos making of, sugiro que oiçam o comentário audio do dvd pois é daqueles que vale mesmo a pena e onde vão saber por exemplo que a cena onde a heroina do filme transporta o heroi ferido ás costas durante uma longa caminhada foi apenas filmada num único local e onde a camara era a única coisa que se mexia em redor dos actores para dar a ilusão de que caminhavam pelo cenário.
Ah, e se virem um campo de flores no filme, fiquem a saber que elas foram todas plantadas uma por uma pela equipa na noite anterior pois o filme foi quase todo feito num único local e não havia nada do género para o ambiente que pretendiam dar.

Sendo assim e como não há muito mais de relevante que possa agora ser contado em poucas palavras fiquem então com a classificação.

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CLASSIFICAÇÃO:

Um Wuxia divertido e cheio de surpresas que lhe dão uma nova vida quando conhecemos alguns segredos de bastidores.
Não é brilhante, mas é um daqueles filmes orientais que são simplesmente bons. Nem mais nem menos.
Quem gosta de filmes asiáticos com gajos a voarem com espadas em coreografias do outro mundo pendurados por fios “invisiveis” vai adorar este. Isto se não se importar com um estilo algo anárquico que vai do kung-fu ao cartoon tipo Road Runner.
Trés tigelas e noodles. Acrescentem ou diminuam mais ou menos uma a vosso gosto, porque este é um daqueles que uma vez se curte imenso , outras nem por isso. Depende da disposição do momento e da pachorra para o estilo.

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A favor: A cenografia da aldeia piscatória, as cenas de porrada com fios, kung-fu quanto baste, alguns litros de sangue nos locais mais inesperados e uma decepação de cabeça hilariante, o estilo humoristico que nem por isso deixa de equilibrar com a parte dramática, alguns pensamentos filosóficos muito interessantes introduzidos no desenvolvimento de um par de personagens, a piroseira atmosférica das cenas com a baleia, os poucos cenários construidos são bem aproveitados e filmados ao detalhe, Maggie Cheung (não) está genial.
Contra: a história não tem interesse, a lovestory muito menos, os personagens são de cartão na maior parte das vezes, o vilão não mete respeito nenhum, as coreografias são tão hilariantes que se tornam mais do mesmo e perdem um pouco da energia á medida que o filme avança, a falta de cenários grandiosos ou variados prejudica o ambiente pois sente-se sempre que lhe falta algo que o torne verdadeiramente naquele épico Wuxia que poderia ter sido, o design de produção até é bom, mas já vimos tudo aquilo em dezenas de outros produtos do género, a realização não deslumbra e a fotografia sofre em alguns momentos daquele estilo videoclip horroroso com focos de luz por todo o lado e muito fumo para disfarçar a falta de cenários ou paisagens, foi literalmente filmado num “quintal” á volta da produtora e nota-se apesar do enorme esforço do realizador para disfarçar a inexistência de cenários.

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NOTAS ADICIONAIS

Trailer

http://www.youtube.com/watch?v=Cw4t6XxGd_0

Comprar
moonwarriors16

Podem comprá-lo em separado, mas recomendo a edição que eu tenho e que faz parte desta bonita caixinha que ainda devem poder encontrar á venda numa loja da FNAC perto de vocês aqui em Portugal e que foi onde eu comprei a minha por 15€ há um bom par de meses.
Em alternativa está á venda na Amazon Uk por um bom preço.
Os outros filmes são, o clássico Dragon Inn e um dos Wuxias que supostamente veio reavivar o género chamado The Swordsman que pessoalmente acho um vazio absoluto. Mas a caixa  vale a pena , especialmente porque contém um excelente comentário audio em MoonWarriors.

Se preferirem podem comprá-lo isoladamente também na Amazon Uk em Sellers de confiança.

IMDB (cuidado com os Spoilers)
http://www.imdb.com/title/tt0108650/

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Se gostou deste poderá gostar de:

Shinobi The Promise A Chinese Tall Story

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Shu shan zheng zhuan (Zu Warriors) Tsui Hark (2001) China


Este é, entre outros filmes do mesmo realizador,  um dos grandes responsáveis por eu até ao momento em que escrevo estas linhas nunca ter tido coragem para ver nenhum filme da elogiada trilogia “Era uma vez na China”.
Sou um apreciador total daquele cinema supostamente genialmente mau, adoro filmes rascas, séries Z do piorio e normalmente admiro aquelas obras que se tornam obras primas do lixo.
Isto quando nesses filmes se encontra algo que os coloca  numa categoria á parte.
Não é agora o caso com este [“Zu Warriors“].

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Eu bem que tentei, juro que tentei mas não consigo de todo gostar deste filme oriental. O que é estranho, pois tinha tudo para ser um daqueles filmes asiáticos que eu supostamente adoraria; senão vejamos…
É um Wuxia com pilhas de fantasia, tem uma energia diabólica, porrada de criar bicho, um ambiente visual por vezes muito imaginativo e ainda por cima a Zhang Ziyie a Cecilia Cheung entram nisto.
Então qual é o problema ?

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Custa-me até dizer isto, mas [“Zu Warriors“] é um vazio absoluto e possivelmente um dos filmes orientais mais aborrecidos que alguma vez vi pela frente.
Tem tanta porrada CGI mas tanta porrada made-in-Photoshop que se torna verdadeiramente insuportável a partir de certa altura, pois na verdade para além disso não tem muito mais que nos prenda a atenção.
E o mais estranho é que tenho a certeza de que se vocês agora forem ver isto e visionarem o filme durante os primeiros minutos até vão achá-lo bastante divertido, pois não há que negar que inicialmente o filme é uma verdadeira montanha russa de maus efeitos digitais e cenas de acção sem grande propósito que nos deliciam os sentidos.
O problema vem depois.

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[“Zu Warriors“] é como uma daquelas anedotas cheias de potencial ao  início mas que vão ficando sem piada nenhuma quando chegam ao fim, pois á força de repetirem aquilo que seria o seu ponto forte ao longo de toda a narrativa perdem todo o poder de surpreender e divertir porque muito antes do final já está toda a gente desejando que a história acabe.

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Este deve ser para aí o sexto ou sétimo filme de Tsui Hark que eu tento ver e sinceramente alguém ainda me há de explicar porque este tipo é tão conceituado em todo o lado.
Há um par de anos cometi inclusivamente o erro de comprar o “Seven Swords” e apanhei outra desilusão monumental precisamente pela mesma razão que encontro neste [“Zu Warriors“]. Os filmes aborrecem-me de morte e são dois excelentes exemplos daquelas vezes em que só me apeteceu carregar no botão do comando remoto para ver se o filme andava para a frente.

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Até agora ainda não encontrei um trabalho deste realizador que não sofra de uma gritante falta de ritmo. O que torna tudo ainda mais estranho pois os filmes dele estão sempre carregados de cenas de acção. Só que para mim parecem-me sempre completamente alheias ao contexto de qualquer história mesmo quando são justificadas pelo argumento.
O cinema de Tsui Hark parece sempre estar dividido em dois em cada titulo que vi dele. Há por ali um filme algures e ás vezes até tenta ter uma história interessante, mas depois também tem umas outras cenas que lhe dão um ritmo estranho.

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Sinto sempre enormes quebras de ritmo narrativo nos filmes deste autor e [“Zu Warriors“] não é excepção apesar de talvez ser o filme com mais acção que este realizador alguma vez fez.
Aliás há sempre tanta acção e tanta coisa a acontecer no ecran a todo o instante durante mais de hora e meia sem nos dar descanso que neste caso os personagens parecem não passar apenas de gráficos de computador sem qualquer motivação ou personalidade para além daquilo que seria requerido num jogo Playstation estilo Tekken por exemplo. Um verdadeiro desperdício de actores.

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A história tem personagens ao molhe, situações a acontecer a todo o instante mas parece que tudo poderia ter sido criado em CGI que ninguém notaria a diferença se os actores não passassem de bonecos de computador.
[“Zu Warriors“] é um filme tão plástico e tão acelerado que faz com que “A Chinese Tall Story” pareça cinema de autor estilo Kar Wai.
No entanto ao contrário de “A Chinese Tall Story” este filme não me agarrou minimamente. Talvez porque visualmente até se torna um pouco monótono.

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Está carregado de cenários imaginativos mas toda a acção parece desenrolar-se no mesmo local durante demasiado tempo e ao contrário de “A Chinese Tall Story” em [“Zu Warriors“] até nos cenários a monotonia instála-se rápidamente pois nunca há uma variedade de ambientes que consiga compensar o tédio em ritmo ultra acelerado daquilo que se passa no argumento e no ecran.

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Já agora, vocês já viram esta história mil vezes em dezenas de animes televisivos por isso também não esperem surpreender-se com o argumento que na verdade é tão teen que duvido que prenda ao ecran os mais velhinhos que agora estão a ler estas linhas.
Ainda por cima a inevitável lovestory que poderia ter salvo o filme acaba por ser completamente redundante e desprovida de interesse pois há tanta porrada estilo X-Men a todo o instante por dá cá aquela palha que não sobra tempo nenhum para criar qualquer laço emocional nos personagens e muito menos qualquer empatia com o espectador.

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Muita gente detesta Wuxias por causa dos exageros que se vêem no ecran.
Detestam gajos a voar com fios, espadeirada no ar e efeitos especiais “rascas” em CGI  e na minha opinião [“Zu Warriors“] é o exemplo perfeito pela negativa de tudo aquilo que normalmente os Wuxias são acusados por quem não entra no espírito da coisa e se deixa levar.
No entanto, uma coisa é uma pessoa assistir a obras como “The Promise” , “A Chinese Tall Story” ou até mesmo “The Restless” e acabar sempre por se surpreender com algo inesperado que descubra em cada filme. Outra, é levarmos com uma sucessão interminável de cenas de acção (ás vezes longas demais) sem qualquer conexão emotiva com os personagens e onde apesar da pirotécnia digital nada nos surpreende pois sabemos logo de antemão que tudo o que vamos ver a seguir será apenas mais do mesmo como acontece agora em [“Zu Warriors“].

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O problema não está sequer no estilo oriental de se fazer cinema a duzentos há hora. O problema está em que neste caso nem há tempo para o cinema acontecer. A montagem não dá descanso, os enquadramentos parecem existir isolados e não como parte de um filme coerente, os actores andam á deriva e os personagens não existem.
E a culpa do filme ser tão chato está aí, no trabalho do realizador ou de quem montou o filme.
[“Zu Warriors“] poderia até ter os piores efeitos digitais do mundo (que se calhar tem) mas poderia ter sido um bom objecto cinematográfico ao nível de um “The Promise”, assim como está não se percebe bem qual é a intenção por detrás disto tudo e é mesmo muita pena pois este é um daqueles filmes orientais de que nos apetece gostar muito mas no entanto não é suficientemente divertido para sequer se tornar num filme asiático de culto.

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[“Zu Warriors“] para quem não sabe é já um remake de uma anterior e original versão de 1983 também realizada por Tsui Hark e sinceramente ainda se percebe menos porque raio é que levamos com um filme assim.
O original é outro daqueles supostos clássicos orientais (só porque é de Tsui Hark aparentemente) de que toda a gente tem que gostar e para dizer a verdade não entendo mesmo o culto á volta deste autor, pois o original sofre precisamente do mesmo sindroma de aborrecer o espectador que o remake tem por isso Tsui, se calhar o problema não estava nos efeitos especiais rascas com fios estilo anos 80 meu amigo e sim no trabalho de realização que pelo visto não sofreu grandes alterações. O que prova que o CGI nunca irá salvar um filme e muito menos torná-lo numa boa obra só porque tem efeitos especiais “modernos”.

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Já agora esta minha review foi baseada na versão integral do filme falada em Cantonês mesmo, que podem ir buscar aqui ao Asian Space, porque vocês nem queiram saber o que eu teria escrito sobre esta obra se tivesse baseado a minha apreciação na versão editada em DVD á venda em Portugal… mais sobre isto mais adiante…

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CLASSIFICAÇÃO:

Uma oportunidade perdida.
Poderia ter sido um divertido filme de culto mas é demasiado aborrecido para nos fazer ter vontade de o querer rever.
Tsui Hark deveria ter mudado a realização em vez de ter perdido demasiado tempo a modernizar os (muito maus) efeitos digitais. Mau por mau, o original de 1983 apesar de tudo ainda tem algum charme que este remake não tem de forma alguma.
Se gostam de Fantasia, têm de tentar ver isto pelo menos uma vez mas não se admirem se não conseguirem chegar até ao fim.
Por mim [“Zu Warriors“] nem deverá agradar ao público adolescente sequer pois na verdade penso que o filme é tão infantil na sua estrutura que quase se transforma numa obra abstracta sem público definido.
É tão estranho que por comparação “Shinobi” até parece um filme divertido.

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A favor: alguns cenários são muito inspirados e tem um par de enquadramentos que mostram o quanto este filme poderia ter sido especial mas não foi.
Contra: tem tanta porrada sem interesse que nem precisava de argumento para nada, mais parece uma enorme sequência de um videojogo do que um filme, os actores estão completamente desaproveitados e poderiam ser bonecos CGI que ninguém notava…na verdade em muitas alturas do filme até são… a história de amor que poderia dar alguma personalidade ao filme não tem o mínimo carisma, é um filme aborrecido e é pena pois deveria ter sido genialmente divertido, não é suficientemente “mau” para se tornar num filme de culto com muita pena minha.

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NOTAS ADICIONAIS

TRAILER
http://www.youtube.com/watch?v=wooYF_97Ug0

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COMPRAR
Façam o que fizerem NÃO COMPREM A EDIÇÃO PORTUGUESA deste filme !
Para variar temos direito a um Dvd do piorio. A edição portuga só trás a versão dobrada em “amaricano” e acreditem-me vocês não vão querer ver isto dobrado.
Como se isto não bastasse, em portugal só está editada a versão curta do filme com pouco mais de 80 minutos quando o original tem pelo menos mais um quarto de hora de duração. Não que neste caso, isto até seja uma boa notícia, mas se tiverem curiosidade em ver o filme ao menos espero que o consigam ver na sua versão integral e como tal, como penso que já nem deve estar á venda em dvd, sugiro que a vão buscar (legendada em Pt do Brasil) aqui ao Asian Space que já se está a tornar num local imprescindível para quem não sabe ler inglés e quer ver grande parte dos filmes que já tenho recomendado neste blog. 😉

IMDB

http://www.imdb.com/title/

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Shinobi The Promise A Chinese Tall Story

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Yeonae soseol (Lover´s Concerto) Han Lee (2002) Coreia do Sul


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Jack trabalha no McDonalds onde passa o dia a atender clientes ao som da última musica pop da Hanah Montana e vive uma vida saída de um teledisco onde tudo é jovem, muito cool e cheio de “rebeldia”. Claro que Jack também adora desporto e não perde um jogo de futebol americano na televisão.
Um dia Jack conhece Mindy e Cindy que por acaso entram no McDonalds para comprar Coca-Cola e imediatamente se apaixona por Cindy a mais tímida das duas raparigas. Tímida mas nem por isso menos na moda pois Cindy tal como Mindy envergam o último grito fashion teen. Mas enquanto Mindy apresenta-se com um estilo punk inspirado na melhor moda tipo geração rebelde, Cindy é o espelho da jovenzinha intelectual mas nem por isso menos sexy.
Num acto tresloucado de rebeldia juvenil Jack manda o patrão para o caraças ao mesmo tempo que debita uma daquelas frases emblemáticas para a câmara e cheio de estilo enceta uma perseguição pela cidade ao som de outra música pop enquanto segue as duas jovens que entretanto sairam do McDonalds mas entraram no Burger Ranch.
Quando as encontra de novo Jack em grandes planos de câmara lenta dá-se a conhecer de corpo inteiro de modo a que o espectador possa perceber bem que marca é que ele veste. Claro que o look boys-band do rapaz é suficiente para que Cindy imediatamente se apaixone por ele.
Então os trés começam a sair juntos, (ao som de mais música pop claro) e o inevitável acontece, claro que Mindy também se apaixona por Jack e surge o óbvio triangulo amoroso. Um dia Cindy apanha Jack a beijar Mindy e acaba tudo com ele.
Claro que Mindy estava só a curtir com Jack para fazer ciumes á amiga e este apercebendo-se disso resolve tentar fazer as pazes com Cindy que entretanto tinha ido parar ao Hospital porque estava muito deprimida por ter acabado o namoro.
Jack então faz-lhe uma serenata e diz muitas vezes “i love you”, esta cura-se de todas as maleitas e eles vivem felizes para sempre. The End.
Ao som de outra musica pop claro.

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A esta altura vocês já devem estar a pensar que eu me passei de vez.
Que isto de estar meses sem escrever no blog e a fazer banda desenhada me deu cabo da mona por completo.
Ainda não flipei.
Vou falar-vos de [“Lover´s Concerto“] e o que escrevi atrás tem uma razão de ser.
Se alguma vez houve uma obra oriental que espelha bem a extraordinária diferença entre um filme romântico com adolescentes made-in-Hollywood e um filme romântico com adolescentes feito na Coreia do Sul, então [“Lover´s Concerto“] é esse filme.

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Imaginem prácticamente a mesma história que lhes contei acima com os habituais tiques Hollywoodescos mas retirem-lhe todos os clichés que estão habituados a encontrar no cinema pseudo-romântico para adolescentes americanos e encontrarão uma história com uma identidade absolutamente real em que nos esquecemos por completo que estamos a ver actores a representar um papel.
Mesmo sendo um filme asiático que nem sequer tenta particularmente fugir aos habituais clichés dentro do próprio cinema comercial romântico Sul Coreano [“Lover´s Concerto“] é um produto com alma e desta vez nem sequer é por causa da história pois pessoalmente nem a achei particularmente interessante.

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Tem no entanto uma coisa extraordinária e que justifica plenamente a sua visão por quem gosta de cinema romântico sul coreano. O trio de protagonistas tem um carísma absolutamente perfeito e desde o primeiro minuto em que se encontram nos parecem pessoas reais e não os habituais adolescentes formatados para encaixarem em todas as étnias de modo a não insultarem nenhuma raça ao exclui-la da história.
Em [“Lover´s Concerto“] nenhum dos adolescentes nos parece um personagem de cartão.
Não falam de maneira cool a todo o instante, não se vestem para nos vender a roupa da moda e muito menos ouvem qualquer música pop para nos vender discos e nenhum deles tem um amigo (como personagem secundário) de uma étnia que esteja na moda não descriminar.

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Além disto, [“Lover´s Concerto“] difere também no próprio estilo de filme romãntico, pois na verdade por muito cliché que seja, acaba por contornar todos os lugares comuns ao apresentar o romance mais como consequência de uma grande amizade do que própriamente como sendo a habitual paixoneta teen ou o amor impossível menino-pobre-menina-rica que vemos nos produtos ocidentais.
Se alguma vez procurarem um filme romântico em que o verdadeiro amor representado no filme está na amizade das trés personagens que compõem um triangulo amoroso, não procurem mais longe.

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É uma história de amor oriental em que na realidade, o amor é quase secundário face á força da amizade que une os personagens e está aqui a força deste argumento.
Um argumento que nem sequer tem muito para contar, mas consegue fazer-nos pensar no que será verdadeiramente amar alguém sem precisar de nos espetar constantemente com esse tema de forma óbvia em diálogos de telenovela.
Os Sul Coreanos são mestres em fazer histórias de amor em que raramente se ouve alguém dizer “amo-te” e esta não é excepção.

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Ao contrário dos argumentistas Americanos, os Sul Coreanos parecem há muito ter descoberto que o espectador consegue mais sentir uma emoção contida num personagem do que sentimos alguma coisa ao assistir a intermináveis linhas de diálogo em modo histérico adolescente estilo telenovela que faz com que todos os supostos filmes românticos teen saídos de Hollywood sejam habitualmente intragáveis para o público mais velho.

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Quanto a mim uma das grandes virtudes do cinema Sul Coreano é a de conseguir produzir filmes românticos com adolescentes, para adolescentes, mas que contêm sempre muitas camadas (ás vezes até bem filosóficas) para além daquilo que seria de esperar e neste caso [“Lover´s Concerto“] não é excepção.
Não é de forma alguma a melhor história de amor oriental que poderão encontrar, mas poderá ser talvez a melhor e mais humana história de amizade/amor(?) entre adolescentes no mercado dvd dentro do estilo asiático.

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Também não será um grande filme Sul Coreano pois não tem nada na verdade que o distinga na sua realização de outros tantos produtos do género quase a roçar o estilo televisivo.
Se calhar por apresenta-nos um universo tão real que quase nos faz esquecer que tem um design de produção e muito trabalho de fotografia por detrás. Isso acaba por ser um trunfo mas também ao mesmo tempo será aquilo que o faz parecer um produto normal. No entanto é um daqueles filmes em que o realizador não teve problemas em desaparecer para dar lugar aos personagens da história.
Tirando os trés extraordinários protagonistas com os seus personagens humanamente perfeitos [“Lover´s Concerto“] não parece ter muito mais para nos deslumbrar. No entanto, acreditem, chega perfeitamente e é essa a sua mais valia.

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Tem inevitávelmente um twist na sua história, mas tenho que confessar que não me surpreendeu particularmente da primeira vez que o vi. Não porque o tivesse adivinhado, mas porque na verdade acho que nem reparei nele pois a segunda metade do filme torna-se algo fragmentada e se não estivermos com atenção podemos perder muito daquilo que seria o impacto final da história.
Um conselho…estejam muito atentos aos nomes dos personagens e decorem bem cada um. Isso ajudar-vos-á a seguir como deve ser o segmento final.

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[“Lover´s Concerto“] é um daqueles filmes orientais que recomendo pela sua humanidade a toda a gente que chega a este blog á procura de críticas sobre filmes românticos deste estilo, pois acreditem-me que vão gostar muito daqueles personagens. É uma história humanamente muito bem escrita e onde até nos consegue fazer sentir uma grande empatia pelo personagem mais terciário que se envolve lateralmente á história principal. E não posso dizer mais nada para não estragar o filme. Não é nenhuma surpresa mas é mais um daqueles pequenos momentos que enriquecem humanamente o argumento.

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Deixo-vos apenas com uma pequena nota triste. Uma das actrizes do filme, que vêem na foto acima suicidou-se há um par de anos surpreendendo toda a gente e deixando a Coreia do Sul em estado de choque. Segundo consta devido a uma depressão de amor, o que não deixa de ser curioso.

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CLASSIFICAÇÃO:

Um filme indispensável em qualquer dvdteca de cinema romântico Sul Coreano ou de cinema oriental em geral apesar de não ser uma obra extraordinária dentro de uma conotação mais cinéfila-intelectual-de-café.
É um filme asiático  simples, cheio de lugares comuns, mas que conta com trés dos melhores personagens adolescentes que poderão encontrar no cinema romântico oriental e é uma história de amizade perfeita que se calhar ainda fará pensar um espectador ou dois.
Ao contrário do que acontece nos filmes pseudo-românticos com adolescentes made-in-Hollywood [“Lover´s Concerto“] tem muita alma e irá agradar até ao público mais velhinho.

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A favor: o humanismo da história, a sua simplicidade é viciante, os personagens são totalmente carismáticos e parecem pessoas verdadeiras, o trabalho dos actores é extraordinário na sua simplicidade e esquecemo-nos por completo que estão a representar, a pequena história de amor paralela com uma das irmãs de um dos personagens principais resulta plenamente apesar da sua brevidade e extrema simplicidade, tem um twist fixe no final embora não seja nada do outro mundo, faz-nos pensar no conceito amizade/amor sem sequer meter “i love you” a todo o instante.
Contra: visualmente não tem nada de extraordinário ou sequer de muito cinemático, a segunda metade da história parece correr demasiado depressa e as motivações dos próprios personagens não nos parecem tão reais quanto na primeira metade, o final tem um tom estranho que faz com este pareça pertencer a um filme completamente diferente e com isso quebra bastante do impacto emocional que [“Lover´s Concerto“] merecia ter tido.

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NOTAS ADICIONAIS

TRAILER
http://www.youtube.com/watch?v=obdytjJPdDg

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COMPRAR
Eu comprei esta. Não é propriamente uma edição espantosa a nivel de imagem mas tem um Dts excelente e um making off porreiro.
No entanto podem comprar a edição americana R1 se preferirem pois é exactamente a mesma com uma capa mais ocidental e um preço porreiro também quando convertido para Euros por exemplo.

IMDB
Não recomendo que espreitem o imdb antes de verem o filme, pois algumas reviews podem estragar-lhes todas as surpresas da história.

http://www.imdb.com/title/tt0328675/

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Outros títulos românticos recomendados:

Be With You My Sassy Girl Love Phobia

Il Mare The Classic Fly me to Polaris

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