Bao hu lu de mi mi (Secret of the magic gourd) John Chu, Frankie Chung (2007) China


Ao contrário do que é habitual nos estúdios de Hollywood, desta vez os americanos não compraram os direitos de um filme oriental para o refazer á moda ocidental.
A Disney teve a boa ideia de investir num produto totalmente made-in-china e produziu este divertidíssimo filme para crianças que combina o melhor do cinema comercial (cheio de boas intenções) com uma identidade oriental genuína.
Sendo assim [“Secret of the Magic Gourd“] já fica na história como a primeira grande produção de um estúdio americano capitalista na indústria cinematográfica de um regime comunista e não deixa de ser curioso isto ter acontecido com um produto essencialmente infantil.

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Infantil, mas não estúpido. Ao contrário das habituais produções Disney em imagem real para crianças e adolescentes esta história não conta com putos imbecis ou pré-adolescentes clones da Britney Spears com romances de cordel e banda-sonora para vender mp3 aos fãs dos Morangos com Açucar ou a pitas que querem ser “famosas” como as “Just Girls“.
Por isso meus amigos, estejam descansados que [“Secret of the Magic Gourd“] não é de forma nenhuma a parte 20 do “Highschool Musical” e mesmo contendo um personagem principal que não passa de um cartoon animado consegue ser um filme menos infantil do que practicamente tudo o que tem passado  por cinema para crianças saído dos EUA nos últimos tempos.

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[“Secret of the Magic Gourd“] é um pequeno grande filme que não tem problemas em assumir-se por completo como cinema infanto-juvenil e consegue-o fazer sem precisar de recorrer a argumentos debiloides com crianças de cartão. Aliás, uns dos grandes trunfos desta produção são precisamente os personagens infantis.
Há muito tempo que não via um casting com tantas crianças resultar tão bem. Não sei se será do argumento, ou da direcção de actores mas os putos deste filme têm uma presença extraordinária pela sua simplicidade e naturalidade. Dez minutos depois do filme começar esqueçemo-nos por completo que estamos a ver um grupo de pequenos actores pois parece que aquelas crianças pertencem realmente áquela realidade retratada pelo argumento.

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Outra coisa excelente nesta produção da Disney é a própria realização do filme. Apesar de toda a atmosfera infantil da história, esta obra consegue ter um par de momentos absolutamente mágicos. Nomeadamente os primeiros 25 minutos do filme e os últimos 10 são excelentes e tudo no ecran resulta a vários níveis. Podem ter a certeza que conseguirá maravilhar o espectador que se deixe levar por aquele espírito de voltar a ser criança que é plenamente traduzido em mágnificas imagens durante toda a duração deste cativante filme oriental.

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Visualmente [“Secret of the Magic Gourd“] é um verdadeiro catálogo visual de como se deve criar um filme infantil com qualidade.
Como se os efeitos especiais digitais não fossem já absolutamente fantásticos em todos os aspectos técnicos (produção 100% chinesa), este filme conta com uma sucessão de enquadramentos absolutamente mágicos. Não só a cor do filme tem um tratamento fabuloso, como toda a montagem está feita com base numa enorme colecção de imagens em movimento extremamente bem planeadas e que transformam o filme num verdadeiro livro ilustrado como se fosse formado por uma enorme quantidade de pinturas animadas.

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Nota de destaque para a enorme sensação de espaço aberto que o filme transmite. Não só contém uma grande quantidade de paisagens fantásticas como tudo parece ter sido filmado com uma lente de grande angular o que visualmente se traduz numa enorme profundidade de detalhes onde cada imagem tem inúmeras coisas a acontecer numa espécie de bailado natural coreografado ao pormenor e onde até o mais pequeno pormenor importa para a composição de cada imagem; coisa de que só nos damos conta quando paramos para reparar na beleza de algumas das imagens deste filme. Até os cenários interiores parecem espaçosos e estão carregados de coisas para o espectador explorar. Resumindo, quem admira visuais muito bem cuidados, pode nem gostar deste filme, mas vai gostar dos verdadeiros “quadros” em movimento que nos entram pela casa dentro a cada novo enquadramento.

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[“Secret of the Magic Gourd“] conta a história de uma criança muito imaginativa que não se consegue integrar muito bem junto dos amigos devido á sua necessidade de ser constantemente criativo e que um dia depois de alguns desaires junto da escola e dos colegas encontra numa floresta de bamboo uma abóbora mágica.
Sim, eu sei…deixem o cérebro á porta e entrem na onda.
Tal como o tradicional génio da lâmpada também a abóbora lhe concede a concretização de todos os seus desejos o que inevitávelmente irá criar um caos absoluto e o nosso jovem heroi irá aprender que se calhar nem sempre é bom recebermos tudo aquilo que gostariamos de ter.

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Outra nota positiva; a moral do filme é directa mas não é pirosa. Apesar de simples o argumento contorna sempre muito bem tudo aquilo que poderia ter tornado o filme numa história infantil intragável para quem não pode mais com aqueles filmes para crianças americanos cheios de patriotísmo e moral cristã de pacotilha.
Podem estar descansados neste caso. Simples, directo e sem perder tempo com redundâncias morais.
Além disso tudo gira á volta do personagem da Abóbora (?) Mágica e o personagem tem carísma suficiente até para nos fazer esquecer as inevitáveis fraquezas deste tipo de argumentos que visam pregar algum tipo de comportamento.

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E por falar em Abóbora…
Aquilo é uma abóbora ou uma cabaça ? Será uma cabaça uma velha abóbora ? … Estou baralhado.
De qualquer forma, seja o que aquilo for, eu quero uma !
Este personagem consegue ter momentos absolutamente divertidos. Primeiro apesar de óbviamente ser um personagem digital num instante nos esqueçemos desse facto e segundos depois de ter surgido no ecran já nem nos lembramos que o boneco não tem existência física. Quanto a mim é um dos mais geniais personagens cartoon dos últimos anos e apesar de não ter própriamente grande originalidade no seu conceito e na sua personalidade, é um boneco com mais vida que muitos personagens humanos de alguns filmes de cartão que se encontra por aí.

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A abóbora mágica, é uma espécie de Obi-Wan-Kenobi dos vegetais mas com a desvantagem de ser um bocado trapalhão. Não por ser um idiota, mas porque desconhece demasiado sobre as relações humanas e como tal raramente acerta em algo que a criança lhe pede, o que dá logo um resultado muito divertido.
Trivial mas tudo muito bem executado e cheio de personalidade.
E isto aliado ás excelentes interpretações do elenco de crianças dá imediatamente credibilidade a este mundo de sonho feito na China que na minha opinião conseguiu fazer aquilo que a Disney não tinha há muito; um filme infantil de imagem real com uma verdadeira alma.
Mesmo apesar de ser mais um exemplo daquele tipo de cinema digital estilo photoshop.

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Quanto a mim a única grande desvantagem deste filme está no facto de ser o que é, um produto realmente infantíl e completamente destinado a ser apreciado por crianças.
Tem suficientementes elementos excelentes para ser apreciado por adultos, mas não deixa de ser um produto ultra-previsível e por causa disso, apesar de ter uma primeira parte completamente excelente e um final emocional bem trabalhado, muito do meio do filme pode tornar-se um bocado desinteressante.
Isto porque o conteúdo central do argumento não traz nada de novo, mostra-nos sempre mais do mesmo e não há nada na história que nos possa surpreender ou manter-nos interessados durante muito tempo além do excelente trabalho dos actores infantis e da abóbora ser completamente carismática.

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Felizmente que o filme tem pouco mais de 80 minutos ( e mesmo assim por causa do desinteressante desenvolvimento a meio da história, este parece ser muito maior). No entanto devido á sua curta duração, nunca se arrasta por muito tempo e como tal consegue ser um produto comercial infantil que não aborrecerá de morte até o adulto mais resistente a este tipo de produções.

Ps: vejam os créditos finais até ao fim.

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CLASSIFICAÇÃO:

Um dos melhores filmes infantís (de “imagem real”) produzidos pela Disney em muitos anos.
Trés tigelas e meia de noodles, pois é realmente muito bom e merece estar junto de qualquer colecção de cinema oriental.
Não lhe dou melhor classificação só porque apesar de tudo é um filme para o público infantil e portanto a nível de argumento não tem própriamente nada que nos supreenda ou nos agarre particularmente.
Não será algo que andarei sempre a rever embora seja um produto técnicamente muito bom mesmo .
Mas aquela abóbora mágica é genial e o filme tem um ambiente mágnifico.
Trés tigelas e meia de noodles porque vale mesmo a pena.

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A favor: a sequência espacial de abertura, o elenco infantil é excelente com destaque para o protagonista, o argumento trata as crianças como pessoas com personalidade, a abóbora é um persongem cheio de personalidade e muito divertido, o filme tem um excelente equílibrio entre animação e comédia infantil, não aborrecerá de morte os adultos, tem uma história com moral sem ser moralista, apesar de ser um produto Disney tem uma identidade Chinesa pois o filme é totalmente made-in-china, os efeitos especiais são excelentes, a primeira e a última parte do filme são excelentes, em muitos momentos tem um ambiente verdadeiramente mágico, excelente realização com uma óptima fotografia e inúmeras imagens fascinantes, 85 minutos é a duração perfeita. Já lhes disse que a abóbora é genial ?
Contra: é um filme destinado ao público infantil e como tal não tem própriamente um argumento que cative os mais crescidos, a parte central da história arrasta-se pois não tem grandes surpresas na sua estrutura apesar dos efeitos especiais serem excelentes e a abóbora continuar a divertir sempre que aparece no ecran.

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NOTAS ADICIONAIS

Trailer
http://www.youtube.com/watch?v=fcEjDKUS5Ck&feature=related

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Comprar
No momento em que escrevo isto, o filme está a menos de 4 libras na Amazon Uk como parte da campanha de preços baixos deles neste Verão de 2010, por isso meus amigos é aproveitar. 😉

Filme na Web com legendas em Pt (Brasil) – Obrigado pela dica Takeshi, excelente blog.
http://asianspace.blogspot.com/search?updated-max=2008-10-07T13%3A51%3A00-03%3A00&max-results=7

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Oban Star-Racers (Oban Star-Racers) Savin Yeatman-Eiffel (Japão – França) 2006


Pelo logotipo que está na capa da edição portuguesa, esta série anime já foi emitida na SIC. Mas, até eu ter comprado os trés primeiros volumes que encontrei no fundo de um daqueles cestos de promoções da Rádio-Popular, nunca tinha visto isto pela frente.

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[“Oban Star-Racers“] a um primeiro olhar pareceu-me ser apenas mais um daqueles clones abjectos do Pokemon, mas o seu aspecto gráfico era bastante interessante e assim por 9€ acabei por comprar os 3 dvds que encontrei.
A primeira impressão é a de que isto certamente não passa de uma imitação infantil e rasca do conceito criado pelo George Lucas quando transpôs as corridas de quadrigas do Ben-Hur para um ambiente sci-fi e “inventou”  as corridas de Pod Racers para o “Star Wars – Episode One”.
Na verdade se Star Wars não tivesse existido se calhar , esta série também nunca teria visto a luz do dia, porque sim, a sua história gira mesmo á volta de corridas que poderiam ser realmente etapas galácticas da prova que vemos em Star Wars.

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Isto seria logo meio caminho andado para que [“Oban Star-Racers“] não fosse mais que uma sucessão daqueles episódios infantis em que a história basicamente se resume ao: – “o meu pião é mais forte que o teu”; e portanto comecei a ver a série preparado para apanhar uma seca descomunal convencido de que tinha deitado 9€ á rua.
Ainda por cima, nem gosto particularmente do Star Wars – Episode One e esperar que [“Oban Star-Racers“] fosse menos infantil parecia uma utopia.

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Por isso não estava nada á espera que [“Oban Star-Racers“] se revelasse como a série de qualidade que na minha opinião é. E olhem que não é fácil para mim dizer isto de uma série desenhada e pintada toda em digital. Pois a mim quem me tira desenhos pintados com pinceis verdadeiros e tintas daquelas a sério tira-me tudo; (eu por mais que tente não consigo aderir ao digital para criar as minhas ilustrações ou banda-desenhada pois sinto sempre que estou a enganar as pessoas).

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No entanto tenho que reconhecer que embora colorida “a Photoshop”, o resultado artístico de [“Oban Star-Racers“], apesar de não se livrar daquela aura plástica “artificial” conseguiu superar o que se costuma encontrar naqueles desenhos animados para putos de sábado de manhã que parecem todos ser produzidos á pressa e a metro. Isso não se sente de todo.
As paisagens presentes nesta série são excelentes, criativas, detalhas, bem coloridas e muito variadas. Além disso, as sequências 3D criadas no estilo “cell-shading” são absolutamente entusiasmantes e também perfeitamente integradas nas ilustrações 2d tradicionais.

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Também gostei do facto dos personagens terem um design que fica algures entre o Anime oriental e a Banda Desenhada Francesa/Belga. Aliás, tanto no aspecto dos bonecos como nos próprios ambientes quem que a história decorre, esta série por vezes faz lembrar uma das minhas banda desenhadas favoritas europeias, a saga de “Valerian – Agente Espacio Temporal“. Precisamente uma coisa que me agradou bastante nisto, foi o facto de me recordar mais a banda desenhada “Valérian” do que “Star Wars” apesar dos pod-racers serem o centro das atenções.
Curiosamente,  [“Oban Star-Racers“]  agora, tem muito mais sabor a “Valerian” do que a própria versão semi-Anime da própria banda-desenhada que saiu há um par de anos e é verdadeiramente atroz e desprovida de qualquer ambiente original da banda desenhada europeia.

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Em alguns momentos certas atmosferas e personagens de [“Oban Star-Racers“] têm um certo sabor aos desenhos de Mézieres que só lhe dá ainda uma melhor identidade e o distancia de um normal Anime televisivo onde hoje em dia parece que os bonecos saiem todos do mesmo molde. Estranhamente deve ser também o primeiro Anime em que os personagens humanos simplesmente não têm nariz, o que tem gerado inúmeras apreciações negativas em algumas reviews. Mas um tipo habitua-se.
Por isso nota alta para o design e geral aspecto gráfico deste produto televisivo.
Mas há mais.

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Logo no primeiro episódio fica-se imediatamente com a sensação de que há muito mais no seu argumento do que a palha para imbecilizar putos que esperariamos encontrar.
O primeiro episódio acabou e fiquei imediatamente com vontade de ver mais um só para saber o que acontecia a seguir.  Depois, como o segundo episódio acabou precisamente no melhor, claro está lá tive que ver o terceiro. Quando dei por mim já tinha visto os cinco episódios contidos no primeiro dvd e ainda bem que o disco não tinha mais nenhum porque já não teria dormido até ver o resto.
Nada mau para uma série para putos que há primeira vista parecia ser um vazio absoluto pois tinha tudo para não precisar ser mais do que uma colecção de sequências cool para impressionar pre-adolescentes amamentados a doses de jogos Playstation.
Nada mau mesmo.

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[“Oban Star-Racers“] surpreendentemente vai para além da sua premisa inicial.
As corridas espaciais estão lá, há sempre uma cena de acção em cada episódio mas inesperadamente tudo isto está presente para servir os personagens de uma forma que não costuma ser comum nas habituais produções contemporaneas para crianças.
No primeiro episódio ficamos com a ideia de que alguns dos personagens até parecem ter alguma profundidade mas ainda nos custa a acreditar.
Coisa que depois em episódios sucessivos acaba por se confirmar pois á medida que a história avança damos por nós a gostar bastante daquelas pessoas estilizadamente desenhadas.

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Não há muito mais que eu possa dizer para recomendar esta série sem lhes estragar o prazer da descoberta. É uma co-produção entre o Japão e a França, daí o seu estilo ambiguo mas que na verdade junta o melhor dos dois lados do mundo e onde nem a inspiração sacada ao “SW-Episode One” ou alguma estética videogame consegue estragar o resultado final que limpa o chão com todos os Pokemons do mundo.
E como tal:

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CLASSIFICAÇÃO:

Não será uma obra prima da animação televisiva, nem um daqueles Anime geniais, mas é definitivamente uma série televisiva altamente recomendada. Especialmente a quem tem crianças em casa e normalmente tem que gramar com intermináveis desenhos animados para putos debiloides que habitualmente inundam a televisão e as edições dvd.
[“Oban Star-Racers“] é suficientemente infantil para agradar ás crianças, mas não é um desenho animado que irá aborrecer de morte os adultos. Especialmente publico adulto que goste de ficção-científica.
Esta série está muito bem equilibrada e se por um lado as histórias parecem extremamente simples para que os mais novos gostem de acompanhá-las, na verdade têm bem mais camadas de profundidade do que aparentam á primeira vista e todo o produto tem muito para agradar a uma vasta faixa etária de público.
Se virem os primeiros trés episódios e não ficarem agarrados então isto não é para vocês. Se gostarem, estão lixados pois cada episódio tem apenas vinte minutos e acaba sempre no melhor, com um daqules “cliffhangers” ao estilo dos serials antigos e como tal nós temos mesmo de continuar a ver.
Quatro tigelas de noodles na boa porque é uma excelente série de animação sci-fi e suficientemente pequena para não durar para sempre com mais do mesmo, pois afinal só tem 26 episódios para concluir toda a história.
Recomendo vivamente.

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A favor: excelente ambiente, bons personagens que vão evoluindo ao logo de cada episódio, o argumento tem muitos níveis e pode ser apreciado tanto pelos mais novos quanto pelos mais velhos, ás vezes parece um trabalho de Myiazaki embora o veterano realizador não tenha nada a ver com isto, pequenas mas excelentes sequências de acção 3D, óptimo nível artístico 2D que com simples cenários consegue criar uma atmosfera perfeita, óptima variedade de cenários, a duração de cada episódio é de apenas 20 minutos mas nada se perde ou é desperdiçado, o suspanse que cada final de episódio suscita deixa-nos sempre com vontade de ver o próximo, tem um certo sabor a banda desenhada europeia que só lhe fica bem sem perder o estilo Anime.
Contra: não é por nada mas parece-me que a série não está toda editada em portugal…e visto que encontrei os trés primeiros volumes num cesto de promoções não me parece que venha a ser completada…acho.
De resto talvez a única coisa “negativa” seja o facto de apesar de tudo [“Oban Star-Racers“] ainda é uma série televisiva juvenil e como tal nunca se consegue livrar muito daquela estrutura ao estilo “o meu pod-racer é mais rápido que o teu”. No entanto garanto-vos que isto não é de forma nenhuma um impedimento para que venham a gostar menos deste produto que vale a pena espreitarem.

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NOTAS ADICIONAIS

Trailer
http://www.youtube.com/watch?v=Qq1VPllZ9PU&feature=related

Genérico de episódio na versão francesa
http://www.youtube.com/watch?v=TIKQBNlwhHA

Comprar
Atenção: Pode ser impressão minha por só ter conseguido encontrar trés volumes á venda da edição portuguesa nos cestos de promoções, mas estou com a sensação de que esta série não estará toda editada em Portugal…
Como em Português só encontrei 14 episódios fiquei com a ideia de que a série estará incompleta aqui no nosso país.
Por isso se calhar não será recomendável comprarem a série mesmo em promoção como eu comprei porque não a terão na integra.
O que provoca aqui um problema…eu voltei a comprar isto mas comprei a edição inglesa.
Um pack muito bom com todos os episódios, mas se calhar se vocês tiverem crianças em casa não vão conseguir comprar isto porque como é óbvio a edição UK não tem a dobragem em português e como tal não vai servir para entreter os putos convenientemente…
Sendo assim, se tiverem crianças em casa, sugiro que tentem descobrir se a série está toda editada em Portugal, (o que deve rondar os 5 dvds).
No entanto se gostarem de animação de uma forma genérica e quiserem apenas seguir a minha recomendação, sugiro que comprem esta série na Amazon Uk. Ainda por cima está á venda a um bom preço no momento em que escrevo isto.

A edição UK contém um som 5.1 muito bom.
A edição portuga como habitualmente, contém apenas uma pista em stereo 2.0 na dobragem nacional.

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IMDB
http://www.imdb.com/title/tt0813808/

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Hoshi no koe (Voices of a Distant Star) Makoto Shinkai (2003) Japão


Não estava nos meus planos recomendar agora outro Anime, mas não posso deixar de falar deste [“Voices of a Distant Stars“] pois merece ser destacado.
Embora já soubesse da existência deste filme até dias atrás nunca lhe tinha prestado grande atenção, por isso agora é melhor redimir-me deste desprezo e tentar contribuir para que uma pequena obra prima não lhes passe também ao lado durante tanto tempo quanto eu a ignorei.

E ignorei-a feito estúpido, porque tinha dificuldade em aceitar que um filme asiático de animação que não chegava a ter meia hora de duração pudesse alguma vez ser tudo aquilo que pretensamente muitos textos na web diziam que era.
Ignorei-a também porque não me estava a ver a pagar o preço de um dvd por uma obra oriental que nem passa dos 25 minutos e como tal os meses foram passando sem que eu tivesse muita vontade de ver o filme; embora ao mesmo tempo sempre soubesse lá no fundo que esta obra seria demasiado boa para ser vista pela primeira vez sacando-a apenas de um qualquer torrent obscuro.

Não tenho por hábito começar logo por aqui mas [“Voices of a Distant Star“] também não é propriamente um filme normal e como tal se vocês se interessam por Anime mais cinematográfico e menos televisivo; menos baseado na acção a duzentos frames por segundo e mais assente na própria beleza das imagens e na complexidade da história recomendo vivamente que se dirijam até aqui e comprem esta edição em dvd porque acima de tudo deve ser um dos melhores packs disponíveis actualmente para quem se interessa por cinema de animação em geral.
Portanto, antes de falar do filme [“Voices of a Distant Star“] deixem-me falar-vos um bocadinho deste pack dois-em-um que nesta altura (8-9-2008) devido á queda do dólar se encontra particularmente apetecível pois por pouco mais de 20€ vocês levarão para casa  dois excelentes filmes Anime e mais uns brindes a condizer.

Esta edição contém dois pequenos livros (um para cada filme do pack) totalizando umas 50 páginas a cores no total e que são um extra absolutamente excelente para quem se interessa pelo processo de realização de um filme animado.
E dizem vocês: – “Então e depois ? A gente já sabe como são os making offs destas coisas.”
Ah…Mas o que muitos de vocês não sabem é que [“Voices of a Distant Star“] é um filme especial porque é um produto 100% amador, escrito, produzido, desenhado e animado por um único gajo (ganda maluco) fechado durante meses a fio no seu quarto anónimamente produzindo esta pequena grande história.
Olhando para a qualidade dos desenhos ninguém diria que  [“Voices of a Distant Star“] é um produto amador o que acima de tudo torna esta obra num excelente exemplo daquilo que uma única pessoa sózinha pode conseguir se tiver talento para o que se propõe criar e muita paciência e preserverança para conseguir ultrapassar todos os obstáculos até alcançar o seu objectivo.

Visualmente o filme é absolutamente mágnifico e pelo detalhe informativo que nos é apresentado no livro de making off que vem neste pack, deve ter dado um trabalho do caraças a produzir pois foi inicialmente todo desenhado á mão, passou por inúmeras fases e finalmente foi concebido em Photoshop e também num programa de Render 3D para umas breves sequências espaciais . Todo o processo está detalhado não só no livro que vêm no pack como ainda também poderemos encontrar mais informação na contra capa de cada dvd que conta ainda também com ilustrações adicionais retiradas no filme.

Todo o pack tem uma óptima apresentação, bom grafismo e os livros estão muito bem impressos em papel fotográfico de excelente qualidade que realça a beleza das imagens retiradas do filme e nos deixa ainda mais espantados com a qualidade artística desta incrível produção amadora.  É que em 24 minutos passa tudo tão rápido que nem temos tempo para apreciar devidamente toda a qualidade das imagens e sendo assim este extra adicional do(s) livro(s) é o complemento perfeito para um pack de dvds que já de si seria bastante bom se só tivesse os filmes.

Além dos excelentes mini-livros esta edição contém ainda um disco adicional; um Cd com toda a banda sonora de [“Voices of a Distant Star“].
Não é uma banda sonora daquelas inesquecíveis mas é uma excelente trilha musical ambiental que além de acompanhar perfeitamente todo a atmosfera e emoções da história ainda resulta muito bem enquanto música para se ouvir fora do enquadramento da obra que ilustra e é um extra de cinco estrelas que  enriquece ainda mais este pack.

Com tudo isto já devem ter notado que ainda não falei do filme.
[“Voices of a Distant Star“] tem 24 minutos ! Não posso contar muito sobre ele porque parte do prazer está precisamente na sua descoberta, embora confesse que da primeira vez que o vi não me emocionou particularmente, mas isso deveu-se ao facto de eu ter passado todos os 24 minutos feito parvo; estupefecto com a qualidade artística do filme e sinceramente nem me apercebi muito bem das nuances da própria história. É que não se esqueçam que tudo isto foi criado apenas por uma única pessoa com um computador fechado em casa e o resultado visual já é suficiente para nos distraír por completo do argumento da primeira vez pois parece um filme profissional a todos os níveis justificando plenamente o facto do próprio jovem realizador já ter sido comparado a um novo Hayao Myiazaki pela crítica especializada e com todo o mérito.

Uma outra coisa que nos apanha de surpresa também quando vemos o filme da primeira vez (se o virmos na versão original japonesa) é a quantidade exagerada de legendas que está neste dvd. O que nos complica muito a vida quando estamos a tentar absorver a poesia da história. Eu explico.
Além das legendas para os diálogos, se uma paisagem do filme tiver por exemplo umas bandeiras ou uns sinais quaisquer escritos em japonês, também o que está escrito nesses detalhes gráficos está traduzido em inglés e legendado por cima da imagem o que muitas das vezes cria um verdadeiro puzzle de legendas (de duas cores) numa só imagem que nem dura dois segundos no ecran pois temos legendas para ler por tudo o que é espaço no ecran e isso desvia-nos completamente a atenção quando tentamos seguir o argumento.

Como se isto já não fosse suficiente para distrair o espectador da história principal do filme, consta também segundo a crítica internacional que a adaptação para inglés dos filmes deste realizador foi e continua a ser feita por um gajo americano que tem por hábito não se limitar a traduzir os diálogos originais mas inclusivamente a inventar frases para substituir o que na realidade foi dito, anulando por completo qualquer momento mais poético que estaria presente na escrita original e substituindo-o por aquilo que quem “traduz” acha que fica bem em inglés e não aquilo que foi realmente escrito.
Resultado, parece que seja na versão dobrada ou na versão legendada, aquilo que estamos a acompanhar de diálogos neste filme na verdade não é bem o que realmente foi escrito para a obra, o que segundo muito boa gente destroi a poesia que a versão original contém nos diálogos e que só poderá ser realmente captada por quem entender japonês.
Bem…Não se pode ter tudo. Ao menos os filmes estão editados no ocidente.

[“Voices of a Distant Star“] apesar dos seus escassos 24 minutos é um filme excelente, mas atenção isto não é Anime para todos os públicos. Se alguma vez houve um realizador que se pode realmente enquadrar dentro daquela definição de Cinema de Autor é este Makoto Shinkai pois os seus filmes não serão propriamente produtos comerciais.
Não são filmes de aventura, não têm espectaculares cenas de acção a todo o instante e na verdade são filmes muito leeeeeeeeeeeentos. Fica aqui o aviso, tanto [“Voices of a Distant Star“] como o outro filme do pack “The Placed Promised in Our Early Days” são filmes absolutamente lentos.
Ou melhor, são filmes extremamente contemplativos que decorrem a um ritmo que quase se pode comparar ao mais calmo filme do Manoel de Oliveira. São filmes que não têm pressa absolutamente nenhuma e nota-se.
Nota-se inclusivamente no próprio estilo da animação.

Talvez devido á inexperiência do realizador estreante, a verdade é que [“Voices of a Distant Star“] é mais uma espécie de filme com slides ligeiramente animados do que propriamente cinema em que a animação é aquilo que mais se destaca.
Toda a montagem do filme é feita á base de uma enorme sucessão de ilustrações com pequenos pormenores ligeiramente animados (durante breves segundos) e não é a habitual formula em que os cenários de fundo servem de base para a animação dos bonecos. Aqui acontece precisamente o contrário e os bonecos estão no filme mais para servir os cenários do que própriamente para serem o centro das atenções.
Todo o filme é contado com base em emoções geradas pela atmosfera dos desenhos, das paisagens e das atmosferas. Nota-se que os personagens são quase uma coisa secundária e é o próprio Shinkai a dizer nas entrevistas que acompanham os filmes que sempre se expressou muito mais pela poesia de uma paisagem e nunca se interessou muito pela criação de personagens, (sendo inclusivamente esta uma das críticas que lhe costumam fazer).

O filme tem cenas de acção mas estas não estão lá para impressionar e sim para servir a história, Neste caso [“Voices of a Distant Star“] conta a sua, através de uma sucessão de imagens quase paradas montadas de forma a criar um ritmo narrativo lento mas seguro e que já definiu um estilo, pois toda esta economia narrativa acabou por se tornar a imagem de marca do realizador e que continua presente nos seus novos trabalhos.
Podemos estar durante mais de dez segundos a olhar para uma imagem parada com uma narração a contar a história ou então a ouvir um diálogo entre dois personagens e só no último instante é que alguma coisa se mexe (minimamente) no ecran antes de passar á próxima imagem “parada” que faz avançar a história.
Isto pode parece uma seca descomunal á partida, mas a verdade é que resulta extraordináriamente bem. Acima de tudo porque a qualidade dos desenhos de Makoto Shinkai é tanta que estes realmente transmitem emoções pelo ambiente e na verdade quase que os seus filmes nem precisariam de bonecos não fosse a obrigatoriedade de ter que existir algum personagem para que o público se identifique com ele.

[“Voices of a Distant Star“] conta uma história simples mas nem por isso menos emocional.
Basicamente é uma história de amor entre dois adolescentes e como esse amor resiste á distância e ao passar dos anos.
Num contexto de guerra espacial em que a humanidade luta contra uma civilização extra-terrestre desconhecida, um rapaz e uma rapariga de 15 anos que habitam no japão apaixonam-se. No entanto a rapariga sonha em vir a pilotar um caça de combate apesar do rapaz saber que se ela procurar seguir uma carreira militar isso significa que a relação deles estará condenada pois ela terá de partir para o espaço.

Eles comunicam por telemóvel trocando mensagens SMS e é assim que as coisas continuam quando a rapariga parte de vez para combater as forças alienígenas, o problema é que devido á dilatação temporal por causa das viagens espaciais o tempo não passa de forma igual pelos dois apaixonados. Enquanto o rapaz envelhece a um ritmo normal na Terra, a rapariga continua com a idade de 15 anos no espaço pois para ela apenas passaram meses desde que partiu enquanto que para ele se passam anos.
Isto faz também com que a sua troca de mensagens cada vez vá ficando mais dificil, pois de cada vez que a rapariga se afasta mais do centro do sistema solar, mais tempo leva uma mensagem SMS do rapaz a chegar até ao seu telémovel partindo da Terra.
Basicamente é esta a base da história que percorre este pequeno grande filme criado por uma só pessoa e do qual convém nem dizer mais nada sobre ele.

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CLASSIFICAÇÃO:

Apesar dos seus escassos 24 minutos de duração, [“Voices of a Distant Star“] merece ser visto e ter um lugar de destaque em qualquer colecção de quem gosta de Anime, ou pura e simplesmente de cinema.
O facto deste filme ter sido inteiramente produzido por uma única pessoa trabalhando anónimamente em casa com o seu computador pessoal, tendo em conta toda a sua qualidade técnica e artística é um feito absolutamente extraordinário e que só por esse facto merece imediatamente um Golden Award.
Só é pena mesmo o filme ter tão curta duração pois a história que conta merecia um maior desenvolvimento mas mesmo assim nada se perde neste trabalho e cada fotograma é uma pequena obra de arte da ilustração.
Um pequeno grande filme digno realmente desta classificação.
Cinco tigelas de noodles e um Golden Award porque sim.

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A favor: a inteligência do argumento, a realização, a poesia das imagens, a qualidade das ilustrações, a montagem absolutamente calma mas precisa, os personagens simples, a banda sonora, é um trabalho 100% amador com uma qualidade incrível.
Contra: quem espera um filme de aventuras não o irá encontrar aqui, apesar de ser um Anime é claramente um filme de Cinema de Autor até porque acabou por criar um estilo muito próprio.

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NOTAS ADICIONAIS:

Trailer
http://www.youtube.com/watch?v=dc–DFC2w00&feature=related

Comprar edição especial
http://www.amazon.com/Shinkai-Collection/dp/B000BKSJ5W/ref=pd_bbs_2?ie=UTF8&s=dvd&qid=1220623921&sr=8-2
O dvd de [“Voices of a Distant Star“] contém ainda um par de extras muito interessantes. Além de trazer uma pequena mas muito interessante e esclarecedora entrevista com o realizador contém na verdade trés versões do filme. A primeira versão mesmo “caseira” em que o próprio realizador e a sua namorada fizeram as vozes dos personagens, a versão comercial distribuida á venda já com um cast de actores profissionais e um director´s cut.
Outro extra presente no dvd é também o primeiro desenho animado feito por Shinkai e que pelo visto já se tornou um filme de culto. Chama-se “She and her cat” e como já notaram é um filme sobre gatos. É uma pequnea experiência a preto e branco cheia de atmosfera e também aqui o dvd tem o filme em 3 versões sendo a de maior duração a versão de 5 minutos.

Além deste filme, o pack contém também o filme seguinte do mesmo realizador, “The Place Promised in Our Early Days” que já foi uma longa metragem e um trabalho já mais profissional (como se isto ainda fosse possível) pois Shinkai contou dessa vez com uma pequena equipa para o ajudar no seu segundo filme devido ao sucesso que [“Voices of a Distant Star“] teve.
Colocarei em breve aqui no blog também um review.

IMDB
http://www.imdb.com/title/tt0370754/

Outra Review
http://www.animenewsnetwork.com/review/voices-of-a-distant-star/dvd

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Gedo senki (Tales from Earthsea) Goro Miyazaki (2006) Japão


Um dia, um jovem pré-adolescente neglegenciado pela sua família vê-se o centro das atenções de um dos membros de uma comunidade de magos quando é identificado como tendo o potencial para vir a ser o maior feiticeiro de todos os tempos.
Após alguns precalços envolvendo a sua inexperiênca com o seu talento mágico recém-descoberto, o jovem é enviado para estudar no colégio da magia gerida pelo próprio arquimago que supervisiona a formação de todos os jovens feiticeiros e coordena todas as disciplinas mágicas que a escola lecciona.
Nesse velho Colégio de Magia, as aulas são dadas por professores específicos para cada uma das artes da magia, cada um com a sua personalidade e sendo o melhor na sua Arte.
Ao chegar á Escola da Magia, o jovem cruza-se com outro da mesma idade completamente arrogante que o desdenha por vir de familias humildes e faz tudo para o humilhar continuadamente, até ao dia em que os dois numa aposta de Magia que corre mal libertam um mal antigo “sem nome” que será a base do resto da aventura.
Bem-vindos ao mundo de  [“O Feiticeiro de Terramar“].
Bem-vindos a [“Tales from Earthsea“].

Se calhar pensavam que eu ia dizer Harry Potter não ?

A verdade é que “Harry Potter” pura e simplesmente gerou tanto dinheiro que a sua máquina publicitária fez esquecer que todos os mesmos conceitos base já existiam antes na clássica obra de Fantasia conhecida pela trilogia de Terramar da autora Ursula K.Le Guin .
Escrito nos anos 60, o primeiro livro da série já contêm tudo o que depois se tornou popular na obra de J.K.Rowling, desde a escola de magia, aos professores feiticeiros, ás aulas de feitiços, a Dumbledorn, a Harry Potter e rivalidade com Malfoy, a Valdemort, á sombra, etc, etc, etc.
No entanto quantos fãs de Harry Potter conhecem esse facto ?…
Até muitos dos críticos omitiram em absoluto toda e qualquer referência ás influências de “O Feiticeiro de Terramar” na criação de J.K.Rowling, chegando inclusivamente a elogiar a autora pela extraordinária originalidade do conceito, ignorando por completo a existência da série clássica “Earthsea“.
Coisa que magoou a verdadeira autora do conceito da Escola de Magia de HogwartsUrsula K.Le Guin e não J.K.Rowling, pois nunca ninguém ligado ao franchising de Potter alguma vez emitiu uma nota de agradecimento pela “inspiração” e importância que a série de Terramar certamente teve na criação do mundo do feiticeiro inglés por muito que tentem ignorar públicamente todas as coincidências entre as obras.
O facto é que pelo menos oficialmente nunca houve sequer um reconhecimento público pela inspiração inicial que inevitávelmente “O Feiticeiro de Terramar” forneceu á autora de Harry Potter.

É que afinal coincidências existem, mas tanta coincidência também já é demais especialmente quando um simples agradecimento e pelo menos uma referência cordial seria bem vinda por parte de quem realmente criou o conceito daquele universo e no entanto ficou totalmente posta de parte perante o poder do dólar.
A única diferença entre a escola de Potter e a escola de Ged, é que uma se situa num mundo medieval de fantasia e a outra em inglaterra. O professor Dumbledorn é o mesmo personagem prácticamente nas duas obras, as cenas das aulas de magia com os seus professores específicos para cada arte mágica são decalcadas do trabalho de Le Guin, o puto rival de Ged em “O Feiticeiro de Terramar” tem não só o seu equivalente em Draco Malfoy presente em Harry Potter como básicamente são o mesmo personagem até na maneira como o confronto entre os dois se desenrola nos primeiros livros de ambas as séries. E isto entre muitos outros detalhes que poderão comparar se lerem “O Feiticeiro de Terramar”.

Embora J.K.Rowling depois tenha sabido habilmente contornar a situação nas sequelas do seus livros já mais personalizadas e imaginativas, as “coincidências” são tantas com o conceito inicial de Ursula K Le Guin que os próprios fãs de Potter deram um tiro no pé na altura em que a mini-série do “Feiticeiro de Terramar” estreou e todos eles bradavam aos céus nos foruns contra “Earthsea” porque só podia ser “óbviamente” um descarado plágio de Harry Potter. O que se virmos as coisas apenas pelo prisma de fazer dinheiro á custa da moda foi certamente a única razão porque a mini-série americana foi produzida.
No entanto segundo muitos fãs, “Earthsea” nem merecia ter sido colocado no ar por ter roubado tantas ideias, situações, conceitos e acima de tudo personagens que seria um desrespeito á original obra de J.K.Rowling.
O que não deixa de ser hilariante, pois no momento em que estes se indignam ao ponto de acusar “Earthsea“.  de plágio, essa própria acusação acaba por fazer o “feitiço virar-se contra o feiticeiro” (haha) e mostrar que afinal quem criou mesmo todo o conceito da velha escola de magia foi na realidade Ursula K Le Guin e nunca J.K.Rowling.

Óbviamente que não se pode tirar o mérito á autora de Potter de depois ter desenvolvido as continuações, agora seria no mínimo justo que a própria tivesse ao menos um dia referenciado a obra de de Ursula Le Guin pois a matriz dos livros do jovem feiticeiro é por demais evidente para continuar a ser ignorada.
E no entanto quantos fãs de Potter ao atacarem “Earthsea” nos foruns faziam ideia de que este tinha sido baseado numa série de livros de fantasia ? Eu não encontrei nenhuns na altura e até hoje mesmo duvido que os encontre, afinal os livros originais não estão na moda e para muita gente significa logo que não têm qualquer importância ou nem sequer existem.

Mas o marketing é uma coisa fascinante. É impressionante como consegue criar modas na cabeça do público de uma forma tão negativa que apaga por completo os trabalhos originais. E conseguem fazê-lo actualmente até mesmo com obras tão consagradas como a série de Terramar o que só demonstra o poder da publicidade numa época em que os livros quase que se tornam produtos de fast-food onde ninguém se interessa de onde vieram os ingredientes de que são compostos mas toda a gente come porque o anúncio diz que é bom e os amigos também comem.
E já não bastava a mini-série de Tv ter sido uma desgraça no que toca á total ausência de uma adaptação fiel dos romances origiais, ao ponto da própria autora se ter insurgido públicamente contra a produção televisiva, como ainda por cima as poucas coisas que realmente pertenciam aos livros de Terramar foram depois acusadas de terem sido roubadas a Harry Potter pelo público.
Mais sobre a reacção da autora á péssima adaptação dos seus livros na série de Tv, aqui.

Neste mundo moderno da suposta informação global é impressionante até que ponto chega o desconhecimento das pessoas.
Muito bom crítico ao atacar o conceito de “Earthsea” afirmando que este estaria a tentar plagiar os filmes e os livros de Harry Potter , na realidade deveria era antes ter elogiado o trabalho não por ser uma série de tv da treta mas por ao menos ter mostrado de onde veio o universo de Magia que agora as pessoas pensam ter sido uma criação original moderna para Harry Potter e não foi.
É que a série televisiva é má, mas ao menos poderia ter servido para repor a legitimidade da autoria do conceito e nem para isso teve utilidade pois os próprios produtores voltaram a deixar de fora a autora da história e fizeram o que bem entenderam com o argumento que no fim se pareceu mais com um episódio do Dungeons & Dragons do que com qualquer livro de Ursula Le Guin.
Actualmente só aqueles apreciadores de Fantasia que sempre leram romances do género porque gostavam e não apenas porque é moda, sabem o quanto tudo isto é injusto.

O que nos leva até [“Tales from Earthsea“].

Apesar de ter o mesmo título que o último romance da série publicado há um par de anos, este (primeiro) filme de Goro Miyazaki, (filho de Hayao Miyazaki), é no entanto uma história completamente independente e que nada tem a ver com o livro.
Também não adapta nenhum dos outros romances e portanto isto nem sequer é uma adaptação de “O Feiticeiro de Terramar” ou de qualquer das suas sequelas.
No entanto, faz algo particularmente interessante, pois vai buscar referências a todos os romances e cria uma verdadeira tapeçaria de detalhes que infelizmente só poderão ser devidamente apreciados porque quem leu e gosta dos livros originais.

Muitas coisas que apenas são referidas brevemente nos livros são agora mostradas em [“Tales from Earthsea“] e outras que nunca existiram em qualquer parte são também acrescentadas, criando uma estranha mistura entre o mundo de Terramar (Earthsea) e qualquer outra coisa que não se sabe bem o que é e que umas vezes resulta em pleno mas outras nem por isso, o que torna este filme num produto único dentro do universo de produções do Estúdio Ghibli e nem sempre pelas melhores razões.
Isto porque se [“Tales from Earthsea“] consegue ser capaz de nos mostrar o melhor, a sua estrutura algo errática também contribui para que o filme não tenha sido aquilo que todos os fãs de Terramar gostariam que tivesse sido e entre os quais me incluo também.

É que á força de tentarem criar uma história única dentro do universo de Terramar, os detalhes perdem-se um pouco, pois nunca se percebe bem se a intenção foi criar um filme para quem conhece os livros ou para quem nunca ouviu falar deles. A verdade é que tudo isto fica a meio caminho de algo que poderia ter sido fantástico mas por vários motivos não chegou a sê-lo.
O filme tem momentos absolutamente mágnificos e totalmente dentro do espírito das novelas de Ursula K Le Guin mas depois noutras alturas dispersa-se por algo que não tem de forma nenhuma o ambiente de Terramar e por outro lado essa parte também nunca é suficientemente desenvolvida para ganhar uma identidade própria que pudesse equilibrar as coisas.

O facto da narrativa ser algo errática também não ajuda, pois em certas alturas parece que a vontade de mostrar conteúdo foi tanta que acaba por não se passar nada durante largos minutos e onde até o ritmo dos próprios diálogos parece reflectir essa falta de coisas para dizer ou acrescentar á história nesses momentos. Como resultado, o filme parece maior do que precisava de ter sido e isso não é própriamente um ponto positivo para uma obra que deveria ter mantido o espectador completamente entusiasmado do princípio ao fim, afinal estamos a falar do mundo do Feiticeiro de Terramar e toda a gente que gostou dos livros desejava certamente tal como eu gostar deste filme muito mais do que gostamos. Especialmente tratando-se de um produto Ghibli merecia ter sido muito melhor.

Há coisas muito estranhas em [“Tales from Earthsea“].
Soube-se que a produção não foi pacifica e o próprio Hayao Miyazaki parece que teve constantes atritos criativos com o seu filho que realizou esta obra e as coisas nunca ficaram muito bem resolvidas. A  própria Ursula K Le Guin, mais uma vez deixada de parte no processo de adaptação foi das primeiras a vir dizer que o filme era bom mas infelizmente não era de forma nenhuma o seu Terramar, embora não tenha sido a desgraça que a mini-série americana “EarthSea” foi.
Basicamente as coisas não correram bem durante o processo criativo e isso infelizmente nota-se muito no ecran pois a partir de uma certa altura ficamos sempre com a sensação de que o filme é um imenso vazio no que toca a ambientes visuais.

Uma das coisas mais evidentes e também mais estranhas, em [“Tales from Earthsea“], é a sua óbvia falta de orçamento, pois visualmente não está de forma alguma á altura das outras obras dos estúdios Ghibli, parecendo em certos momentos mais um mau desenho animado de sábado de manhã do que uma obra com a assinatura do nome Miyazaki por detrás.
Não que o filme não contenha alguns visuais absolutamente lindissimos, mas practicamente esgotam-se nos cenários das grandes cidades e num par de paisagens campestres do mundo de Terramar. São verdadeiramente fabulosos, com muita atmosfera, um detalhe incrível e muito movimento de personagens, mas depois o resto do filme é de uma pobreza visual incompreensível, com muito poucos cenários dignos desse nome e os que tem, são tão básicos que nem sequer em termos de design ultrapassam o típico castelo construido á base de formas geométricas primárias sem qualquer detalhe adicional que lhe dê sequer uma identidade gráfica interessante, quanto mais algo que pertencesse ao mundo de Terramar tal como este foi imaginado nos livros.

Os grandes planos neste filme são mais que muitos, talvez de propósito para os desenhadores não terem que pintar mais cenários por detrás dos personagens e á medida que [“Tales from Earthsea“] se aproxima dos seus momentos finais as coisas vão ficando cada vez mais pobres gráficamente culminando numa demasiado longa e aborrecida sequência de acção onde não há practicamente nada para contemplar e totalmente baseada nos mais primários clichés do Anime de acção contrariando tudo o que estamos habituados a ver nos filmes dos Estúdios Ghibli onde cada detalhe parece sempre pensado ao limite e onde existe sempre uma atmosfera de imaginação visual a enquandrar tanto o argumento como as cenas de acção.
Em [“Tales from Earthsea“] isso está completamente ausente e é pena pois a cada minuto que passa o filme vai perdendo a sua magia.

Isto não quer dizer que não contenha esporádicamente alguns momentos fabulosos e verdadeiramente poéticos. E são esses que nos trazem de novo de volta ao mundo de Terramar.
Muito se falou da surpresa que o estilo gráfico Anime causou quando as primeiras imagens de Terramar foram dadas a conhecer ao público, pois na verdade ninguém alguma vez conseguiu imaginar como ficaria o mundo imaginado por Ursula Le Guin quando transposto para o estilo oriental.
Muitos fãs dos livros não gostaram do que viram e o filme começou logo por ser muito criticado porque o seu ambiente visual não seguia a atmosfera dos romances.

Na verdade não é isso que me preocupa, pois bem vistas as coisas, as descricções dos livros podem caber em qualquer identidade gráfica que se queira atribuir e por isso não percebo porque não podiam ser representados num estilo Anime se este estivesse bem imaginado.
E na minha opinião está, não só perfeito, como dotou esta visão de Terramar de um estilo que nunca ninguém esperava ver. Na minha opinião o Terramar de Goro Miyazaki limpa o chão com os clichés de Dungeons & Dragons que foram usados para a péssima adaptação americana na série “Earthsea“.

O problema de [“Tales from Earthsea“], não está na sua representação oriental do mundo de Terramar. Está sim no facto deste aparentemente não ter tido qualquer orçamento decente para que os artistas pudessem ter realmente nos mostrado o Terramar que todos queriamos ver e do qual temos apenas alguns fabulosos vislumbres ocasionais. E mesmo nessas cenas nota-se que o colorido disfarça muito mais a falta de detalhe do que seria desejável.
No entanto as bases estão lá todas e nota-se que houve uma grande tentativa para se criarem ambientes numa escala realmente épica que pudesse demonstrar a vastidão do poético mundo polvilhado de ilhas.

Muitos dos cenários acertam em cheio na maneira como traduzem o ambiente marítimo e a poesia daquele mundo e nem nos cenários rurais menos detalhados a magia se perde apesar dos poucos pormenores.
O problema é realmente o pouco uso deste tipo de ilustração mais complexa para que o mundo de Terramar tivesse realmente sido aberto ao espectador como todos aqueles que gostam dos livros esperavam encontrar numa obra produzida pela Ghibli e que no entanto ficou-se por um produto que pouco mais é do que uma boa obra. Talvez mesmo muito boa, apesar de tudo, mas não deixa de ser extremamente deprimente sentirmos em alguns momentos aquilo que poderia ter sido e nunca foi.

Como habitualmente não irei revelar aqui nada da história, mas só lhes posso dizer que espero que tenham lido os livros de Terramar antes, pois podem ter a certeza que [“Tales from Earthsea“] ganhará outra vida.
Se não leram, também não faz mal, mas infelizmente se calhar não irão ficar com muita vontade de os conhecer depois.
Na verdade, as partes que funcionam da história são precisamente aquelas com as inúmeras referências aos livros. É bom encontrar a personagem que Ged salvou em “Os Túmulos de Atuan” e ficar a saber o que lhe aconteceu por exemplo.

O uso desse personagem e a forma como interage com os outros cria uma ligação fantástica aos livros originais e que passa óbviamente pelo arquimago, mais uma vez em filme representado como um homem branco, para descontentamento da autora dos livros que nunca o imaginou puramente caucasiano. Mas sinceramente isso não me chateia por aí além. Ao menos aqui, Ged tem a personalidade certa e não parece saído de uma Boys-Band americana como acontece na série de Tv produzida nos States.

Uma coisa perfeita neste filme é no entanto a sua banda sonora. Todo o score é absolutamente mágico e hipnótico e é um dos detalhes mais responsáveis pela atmosfera Terramar que percorre os melhores e mais genuínos momentos do filme.
A sequência com a miuda a cantar no cimo da colina é simplesmente poética e poderia ter sido parte de qualquer cena nos romances originais. O mesmo acontece á cenas mais emotivas onde precisa haver uma ligação entre o espectador e os personagens sem precisarem de entrar em diálogos para transmitir emoções. Aqui a música é imprescindível e não poderia ter feito melhor trabalho em capturar esses momentos. Algumas das cenas mais bonitas em [“Tales from Earthsea“] são precisamente aquelas em que não há diálogo e existe uma junção perfeita entre a paisagem de Terramar e o seu ambiente musical completamente etéreo que alterna entre a música celta e uma sonoridade imediatamente reconhecível como japonesa, o que na minha opinião é o estilo musical perfeito para se ilustrar o mundo de Terramar e como tal a banda sonora, juntamente com algumas paisagens e desenvolvimento de personagens serão possivelmente os melhores momentos do filme e aquilo que o impede de ser apenas um produto muito mediano.

Só é pena, as outras alturas do filme não manterem o mesmo nível de qualidade e cuidado presente nas melhores sequências pois se [“Tales from Earthsea“] tivesse sido um produto mais equilibrado teriamos tido aqui um dos melhores filmes de Fantasia Anime de sempre mas infelizmente a coisa ficou-se pelo caminho, dizem as más-linguas por haver demasiadas pessoas criativas a quererem impor a sua vontade.

O que é pena, pois perdeu-se mais uma oportunidade de se conseguir fazer a adaptação definitiva do mundo de Terramar, embora ainda contenha alguns momentos bem atmosféricos e por exemplo, um final bucólico muito bonito que nos faz apetecer querer ver outra aventura.

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CLASSIFICAÇÃO:

Um filme algo decepcionante pela oportunidade perdida que representa e mais uma tentativa relativamente falhada de trazer para o grande ecran o mundo de Terramar.
No entanto tem alguns pontos positivos e é um bom Anime. Não sei no entanto se agradará mais a quem conhece a obra de Ursula K Le Guin ou a quem nunca ouviu falar de “O Feiticeiro de Terramar”.
Apesar de tudo, leva quatro tigelas de noodles só porque é um filme de Terramar e eu não consigo dar menos mesmo apesar das suas fraquezas. No entanto, se calhar nao merece quatro tigelas, por isso retirem-lhe uma se não conhecerem nada dos romances em que este filme é baseado pois grande parte do seu encanto está no facto do público conhecer as referências dos livros.
Por outro lado talvez não…
Estão por vossa conta, embora na minha opinião se gostam dos filmes Ghibli este é outra compra obrigatória porque mesmo sendo dos mais fracos é no entanto superior a muita coisa que anda por aí e mesmo como adaptação do mundo de Terramar ao menos não é a desgraça que a mini-série americana foi.
Por isso quatro tigelas de noodles.

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A favor: a banda sonora é perfeita, consegue adaptar o mundo de Terramar ao estilo Anime e tem personalidade, tentou criar uma história cheia de referências dos romances originais, os personagens principais, as cenas finais cheias de ambiente.
Contra: para um filme passado em Terramar há terra a mais e mar a menos no ecrã, quem não leu os livros não vai apreciar devidamente a história, o trailer dá ideia de que o filme tem um ambiente visual mais detalhado do que acontece na realidade, á medida que avança o filme fica cada vez mais pobre gráficamente, os vilões não têm qualquer interesse ou carísma, as cenas de acção do final são no mínimo aborrecidas e extremamente pobres gráficamente, a narrativa arrasta-se durante longos minutos em muitos momentos do filme onde parece que nem há nada para dizer, o excesso de referências acaba por se tornar prejudicial pois fica a meio termo entre a adaptação de algo e o vazio de ideias quando não usa material dos livros originais.

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NOTAS ADICIONAIS

Trailer
http://www.youtube.com/watch?v=C5ehRnwNDs8

Comprar filme

Excelente edição na Amazon Uk bem baratinha

IMDB
http://www.imdb.com/title/tt0495596/

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Comprar os Livros
Podem comprar a trilogia, (composta por quatro livros…(sim…eu sei…)), aqui nesta edição única que ficarão muito bem servidos com os quatro primeiros romances de Terramar.
Ou então comprar cada um em separado.
A Wizard of Earthsea
Tombs of Atuan
The Farthest Shore
Tehanu

Depois podem adquirir as novelas mais recentes escritas há um par de anos também, pois completam plenamente o universo Earthsea e quem gosta deste mundo não vai querer perder, tanto:
The Other Wind como o Tales from Earthsea

Apenas uma nota para dizer que a única semelhança entre este último livro e o filme Anime está apenas no titulo, pois o livro é composto por uma série de contos que completam muitas das histórias abertas ao longo da obra original escrita nos anos 60 e não tem nada a ver com o argumento do filme realizado agora por Goro Myiazaki.

Em portugal, os trés primeiros livros foram há muito editados na excelente e clássica colecção de ficção-científica “Argonauta”, mas actualmente a editorial Presença lançou-os na sua excelente colecção de romances juvenis onde já se contam editados alguns dos melhores romances de Fantasia actuais.
Não deixa no entanto de ser interessante como em Portugal se continua a associar o género da Fantasia apenas a livros para crianças e nem a um clássico como Terramar foi dado o devido destaque que merecia pela editora, tendo enterrado esta obra numa secção infantil das livrarias onde muito pouco adulto interessado em Fantasia alguma vez irá espreitar.

De qualquer maneira aqui ficam os links para a actual edição portuguesa da Trilogia de Terramar:

LIVRO 1  –O Feiticeiro de Terramar” – (agora renomeado como “O Feiticeiro e a Sombra“, sabe-se lá porquê).
LIVRO 2 –Os Túmulos de Atuan
LIVRO 3 –O Outro Lado do Mundo” – (agora renomeado como “A Praia mais Longinqua“).
LIVRO 4 – “Tehanu – O Nome da Estrela
Curiosamente o “The Other Wind“, já está editado não na mesma colecção infanto-juvenil, mas teve uma outra edição isolada numa colecção de aspecto “já mais adulto” e intitulado “Num Vento Diferente“.

O que deve ser mesmo bom para confundir as pessoas e as levar a começar a ler esta história pelo quinto volume em vez de terem começado pelo “O Feiticeiro de Terramar“. Ás vezes pergunto-me quem terá estas ideias.
Pela descrição que a Presença tem no site, também não consigo perceber se misturaram ou não, este livro com o “Tales of Earthsea” (que a editora chama “Tales of Earth and Sea” (?!)
Será que ninguém lê os próprios livros que editam ?! Será que não repararam que a expressão “Earthsea” é a alma e a base do romance ?!… Estou baralhado. Terão juntado os últimos dois livros e lançado tudo num único volume aqui em Portugal ?
Não sei, nem me interessa. Estão por vossa conta meus amigos, mas se gostam de Fantasia recomendo a leitura dos romances. De preferência até antes de verem este filme de Goro Myiazaki pois será muito mais apreciado por quem conhece e gosta dos romances originais do que pelo espectador casual de Anime.

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Se gostou deste vai gostar de:

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Mirai shônen Konan (Conan o rapaz do futuro / Conan Future Boy) Hayao Miyazaki (1978) Japão


Cônaaaaaaaaaaaaaaaaaaan !
Lanaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa !
Jimsyyiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii !
Desculpem, não resisti. 🙂
E quem conhece bem esta já quase mítica série do inicio dos anos 80 sabe bem porquê.
Quem viu e gostou desta série de aventuras nunca mais esqueceu estes clássicos gritos dos personagens principais que se tornaram mesmo numa imagem de marca da série.
Bem-vindos a [“Conan Future Boy“], mais conhecido em Portugal como [“Conan, o rapaz do futuro“].

Tenho que dizer logo aqui á partida que para mim [“Conan Future Boy“], não só é uma das melhores series Anime, como acima de tudo é um dos melhores “filmes” de ficção cientifica de sempre.
Na minha opinião perfeitamente comparável a qualquer um dos grandes clássicos do género e portanto não fica nada a dever a um “Blade Runner” e até mesmo a “2001 Odisseia no Espaço” por muito blasfemo que isto pareça a alguns puristas fundamentalistas da ficção-ciêntifica.
Não tentemos menosprezar esta obra prima de Miyazaki só porque é um produto televisivo de baixo orçamento; [“Conan Future Boy“], não é só um triunfo da realização como ainda consegue ser muito mais ficção-cientifica a sério do que muita teledisco MTV que hoje passa por sê-lo nos cinemas.
Por tudo isto, na minha opinião este trabalho merece um lugar de destaque dentro de qualquer lista de referência com boas obras do género.

[“Conan Future Boy“],  tem não só uma história original e muito bem concebida como também, apesar dos seus momentos de acção não tem pressa em meter estilo só para apresentar sequências anime com pinta como depois se tornou infelizmente tão comum dentro do género televisivo.
Enquanto ficção-ciêntifica na minha opinião é uma obra prima e mesmo não sendo uma adaptação fiel do romance, transformou o seu conceito em algo que transcendeu a escrita original.
Conseguiu pegar num romance sem grandes características juvenis e transformá-lo num produto televisivo que deve ser o expoente máximo do equílibrio perfeito entre o filme de aventuras infanto-juvenil e uma história para adultos apreciadores de boa ficção ciêntifica clássica.

Técnicamente, apesar das suas enormes limitações de orçamento  [“Conan Future Boy“], quase que se pode considerar um milagre, isto porque esteve para não ser completado por várias vezes e deve a sua existência ao esforço do seu criador Hayao Miyazaki e do seu sócio que chegaram ao ponto de serem eles a desenhar e pintar á mão não só grande parte dos cenários da série, como ainda por cima tiveram de lidar com milhares de frames colorindo cada uma das imagens durante meses a fio. O que quase torna esta série no maior filme semi-amador jamais produzido.
Até porque na época simplesmente não havia muita verba para continuar a manter a equipa de produção inicial e ninguém queria apostar muito no projecto, apesar de nesta altura ambos já terem algum nome no mercado devido ao enorme sucesso das séries Heidi e Marco que foram dos primeiros Anime a serem exportados para o ocidente com enorme sucesso durante os anos 70.
No entanto [“Conan Future Boy“], foi o primeiro trabalho realizado na totalidade por Miyazaki e como tal os apoios eram poucos.

Mas o sacríficio e as noites em claro acabaram por valer a pena porque o sucesso de  [“Conan Future Boy“], foi tão grande em todo o mundo que permitiu que os seus criadores acabassem por fundar no inicio dos anos 80, o agora famoso e muito reconhecido Estúdio Ghibli onde mais recentemente produziram “A Viagem de Chihiro” e “O Castelo Andante”.
E lembrem-se tudo isto muito antes da era dos computadores pessoais pois tudo nesta série foi construído por processos tradicionais o que lhe dá ainda mais valor.
Na altura a sua primeira produção para cinema foi uma espécie de remake não oficial de  [“Conan Future Boy“] na forma do fabuloso “Laputa Castle in the Sky” onde recuperaram os personagens de Conan e Lana, agora com nomes diferentes e uma história diferente.
Mas tudo teve origem nesta fabulosa série de ficção-científica que no entanto só estreou em Portugal em 1984.

Curiosamente [“Conan Future Boy“], foi uma das séries mais populares de sempre na televisão Iraquiana e um sucesso absoluto nos países árabes por onde passou, tendo sido um verdadeiro embaixador da ficção-cientifica junto daquelas culturas.
Curiosamente também, nunca passou no entanto na televisão de Inglaterra e teve grande dificuldade em conquistar o mercado americano na altura.
Em Portugal, como toda a gente com pelo menos trinta e poucos anos sabe, foi talvez o maior sucesso de animação de sempre e o único programa de ficção-cientifica que se pode comparar em popularidade e estatuto de culto com o Espaço 1999.

[“Conan Future Boy“], passa-se num futuro próximo e onde todos os continentes do planeta Terra estão practicamente submerso debaixo dos oceanos.
Devido a um conflito nuclear em 2008, os polos derreteram e os mares subiram para um nível que transformou practicamente toda a superficie terrestre num conjunto de ilhas isoladas onde os sobreviventes perderam muito do contacto com o mundo exterior que ainda restou.
O sistema político que conhecemos foi substituído por uma ditadura das grandes coorporações que souberam aproveitar-se da tragédia mundial para dominarem pela força e pela técnologia todas as populações da Terra, pois neste mundo futuro apenas eles detêm o poder.

Neste mundo devastado, numa pequena ilha isolada Conan vive com o seu avô desde que nasceu e nunca viu nenhum ser humano além deste durante os seus poucos anos de vida e quando a história começa, Conan encontra-se no seu passatempo favorito mergulhando no oceano e explorando as ruínas submersas de cidades que ele nunca conheceu.
Este conceito simples, serve para nos minutos iniciais do primeiro episódio, o espectador ficar a conhecer o ambiente geral da história e para levar logo com a primeira sequência de acção exagerada ao melhor estilo Anime.
A primeira entre muitas que contribuiram para tornar inesquécivel toda esta série.
Neste caso, Conan captura com as próprias mãos um tubarão gigante que depois transporta alegremente á cabeça quando sai da água numa das cenas mais memoráveis desta história.

É durante esta sequência que Conan conhece Lana, uma miuda da idade dele e o primeiro ser humano que ele encontra na sua vida para além do seu avô. Lana encontra-se desmaiada numa das praias da ilha e Conan mesmo sem saber de onde ela veio, imediatamente a transporta para a sua pequena casa mal sabendo ele que a sua vida iria mudar para sempre a partir daquele momento.
Depois de algumas peripécias Lana é raptada por representantes de Indústria, a poderosa coorporação que domina o que ainda resta do mundo e o avô de Conan também morre deixando-o sózinho na pequena ilha.
Como tal o rapaz resolve partir para tentar salvar Lana, encontrando pelo caminho os mais diversos e divertidos personagens que contribuiram para tornar esta série inesquecivel na mente de toda a gente que a viu quando passou pela primeira vez em Portugal no verão de 1984.

Muita coisa acontece ao longo dos 26 episódios que compõem [“Conan Future Boy“],mas esta história sempre conseguiu manter um extraordinário equilibrio entre a aventura juvenil e uma narrativa de ficção-cientifica que pode ser apreciada por pessoas de todas as idades e é essa a sua grande magia pois contém vários níveis de profundidade por debaixo de uma capa aparente filme de animação infanto-juvenil.
Para isto contribuiu uma excelente construcão de personagens tornando-os muito mais do que apenas desenhos que se movimentam no ecran e já aqui Miyazaki mostrava o seu talento para dotar os seus filmes de personalidade.

Não há verdadeiramente personagens maus nem bons nesta história mas sim pessoas com defeitos e virtudes. Tirando os herois todos aqueles que passam no seu caminho, são caracterizados de uma forma indefinida e se num momento fazem parte dos “maus”, no decorrer da história se calhar poderão não ser tão vilões assim. Isto contribuiu para que nesta história nunca haja muita previsibilidade, até mesmo na forma como a narrativa progride, pois raramente o espectador consegue adivinhar o que poderá acontecer a seguir.

Tudo isto é por demais conhecido de todos aqueles que eram crianças ou adolescentes no inicio dos anos 80, mas o que importa aqui é mesmo apresentar esta série ás novas gerações.
Por tudo isto [“Conan Future Boy“], não só é obrigatório e totalmente recomendável para todos aqueles que gostaram da série quando crianças, como principalmente para quem nunca ouviu falar dela. Especialmente se gostarem de ficção-cientifica ao melhor estilo clássico.
Para quem se lembra dela, esta é uma das poucas séries que não envelheceram e como tal garanto-vos que não será uma decepção nostálgica. Até porque agora revendo-a em quando adultos, vocês irão olhar para esta obra de uma nova forma.
Para quem nunca a viu, poderá ser uma descoberta absolutamente fascinante, se estiverem interessados em ver um história muito bem escrita e acima de tudo muito bem realizada.

Para quem nunca ouviu falar de  [“Conan Future Boy“], mas no entanto conhece a carreira de Kevin Costner, deve estar a pensar que esta série é estranhamente semelhante ao famoso fracasso “Waterworld“.
Curiosamente, o filme de Costner pode não ser um desenho animado, mas no entanto é um produto mil vezes mais infantil do que este Anime clássico, o que torna  [“Conan Future Boy“],  num excelente exemplo de como estas coisas dos bonecos animados serem filmes infantis se calhar tem muito que se lhe diga, ao contrário do que se pensa em Portugal onde tudo o que é desenhado é logo publicitado como filme para crianças.

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CLASSIFICAÇÃO:

Um dos melhores filmes de ficção-cientifica de sempre pois contém uma profundidade que vai muito para além da banal aventura para crianças, o que torna esta série não só num excelente Anime, como acima de tudo é uma obra essencial tanto para quem gosta de animação e de bons contos de ficção-científica com um sabor clássico onde a história é bem mais importante que as cenas de acção.
A prova de que o facto de ser Anime não implica de modo nenhum que seja um objecto menor de Cinema só porque é um desenho animado. E neste caso, a prova de que até um produto televisivo pode ter uma qualidade mais cinemática do que muito filme feito para o grande ecrãn.
Na minha opinião é uma obra prima da animação e é definitivamente o meu “filme” favorito deste realizador.
Cinco tigelas de noodles e um Golden Award como selo de qualidade excepcional sem qualquer sombra de dúvida.

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A favor: Os personagens são excelentes e muito pouco unidimensionais, as sequências de acção são geniais e muito divertidas e imaginativas, a história é absolutamente perfeita e aproveita ao máximo o conceito do planeta Terra estar submerso como ainda explora muito bem a questão do excesso de poder político das grandes coorporações e o seu papel na destruição do mundo natural em busca de poder, o humanísmo presente em todos os personagens, é possivelmente a melhor das piores adaptações de um livro alguma vez passada ao ecran pois acerta em cheio naquilo que vai buscar ao romance original e adapta o ambiente de forma perfeita, técnicamente é um verdadeiro milagre tendo em conta a origem conturbada deste trabalho, sabe criar uma excelente atmosfera gráfica usando um estilo invitávelmente minimalísta para uma obra que não tinha orçamento para mais, Cônaaaaaaaan ! 🙂
Contra: Absolutamente népia !
Mas se calhar para muitos putos de hoje que não conseguem prestar atenção a um filme que não tenha pelo menos duzentas imagens por segundo na montagem esta série pode parecer um bocado lenta além disso nem mete estilo nem nada.

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Genérico/Trailer
http://www.youtube.com/watch?v=ZTQB6hPlJI4

Website
http://www.highharbor.net/en/

Leiam o Livro Original aqui:
Quem quiser conhecer o romance original, actualmente só tem uma hipótese de o ler se descarregar o pdf aqui neste website, pois este livro já deixou de estar disponível há décadas e como tal só por milagre encontrarão uma cópia em inglés.
http://hinomaru.megane.it/cartoni/Conan/Inglese/index.html

Comprar
Apesar de já existirem algumas edições legítimas desta série por toda a europa, eu no entanto comprei há muitos anos atrás uma edição manhosa quando ainda não existia nada oficial no mercado. Curiosamente está inclusivamente ainda á venda na Amazon americana e tudo.
É uma edição oriental bootleg , tem muitos defeitos mas não a troco por nenhuma edição a sério. Gosto muito do grafismo, tem a melhor capa de todas as que andam no mercado, tem uma imagem que serve perfeitamente e vem tudo em 3 discos numa caixa com um grafismo excelente e muito bem concebida pois inclui uma protecção de plástico para a embalagem e tudo.
Além disso ocupa muito pouco espaço na prateleira, e custou-me na época menos de 20€. Ao contrário da edição legítima Portuguesa da New Age que quando foi lançada em Portugal dividiram toda a série em duas caixas com metade dos episódios em cada uma e custava 50€ cada caixa na altura. Isto no nosso País é só rentabilizar dê lá por onde der.
Por isso tenho a certeza que ainda vão encontrar a edição Portuga no mercado, talvez agora que a editora faliu , até encontrem a série mais barata.

Eu por mim estou muito contente com a minha edição mas aviso-vos já que no entanto contém muitos defeitos, caso estejam interessados em seguir os meus passos e encontrem ainda algures á venda o dvd com a capa igual áquela que deixei mais acima.
Por exemplo, não tem uma imagem espantosamente nítida, (embora não seja de forma alguma má), mas a legendagem em inglés é do piorio. É que nem sequer se pode considerar uma lengendagem em inlgés, pois na realidade é mais em “Engrish“.
A coisa é de tal modo atroz que a meio da série, já alguém mudou o nome dos personagens e sem qualquer razão para isso. Por exemplo, “Conan” passa-se a chamar “Gaoli” na tradução e o mesmo acontece com todos os outros o que irá certamente deixar completamente baralhado quem nunca viu esta série antes. E isto acontece muito mais vezes ao longo dos episódios, pois “Conan” nesta tradução em “Engrish” chega a ter pelo menos trés nomes diferentes, só para terem uma ideia.
E a coisa chega ao cúmulo de a meio do terceiro dvd, termos pelo menos trés episódios que não contêm legendas de espécie nenhuma !
Não posso dizer que me tenha importado muito, porque felizmente  esta série é extremamente visual e a própria história nem sequer precisa de muitos diálogos. Por isso não se preocupem muito, porque garanto-vos que conseguirão seguir a narrativa sem grandes problemas, o que só comprova o génio do realizador para a narração visual.

Devem pensar que estou maluco, por gostar de uma cópia destas em função de qualquer outra, mas a verdade é que falo por mim e por qualquer motivo gosto muito desta edição, talvez  porque foi a primeira que consegui arranjar numa altura em que ainda não havia qualquer edição legítima da série.
Apenas não gosto de uma coisa. A minha cópia não contém nenhum genérico dos episódios e como tal aquela música da banda sonora não existe, pois todos os episódios estão colados e montados como se todos os mais de 600 minutos fossem tudo parte de um filme enorme.

No entanto, tenho lido que actualmente a minha própria edição já foi revista e corrigida e em muitos aspectos actualmente é bem superior á versão inicial que eu comprei há mais de cinco anos atrás, por isso se calhar até nem perdem muito em arriscar comprá-la se não tiverem problemas em adquirir um produto bootleg e a conseguirem ainda encontrar. Não confundir com edições pirata.
De qualquer forma no momento em que actualizo este texto (Agosto 2010) já existem disponíveis opções oficiais para comprarem.
O próprio realizador Miyazaki tem uma opinião curiosa a propósito desta distribuição não oficial dos seus filmes. Numa entrevista há alguns anos foi o primeiro a dizer que mesmo que ele não ganhe dinheiro com isso, o facto das pessoas distribuirem a sua obra significa que a longo prazo só lhe trará boa publicidade pois quem gostar mesmo dos filmes ficará interessado no seu trabalho e depois certamente quererá comprar as edições oficiais por causa dos extras e da melhor qualidade técnica.

Nota Importante: Provavelmente não será bem o caso com as edições Europeias de Conan, mas normalmente recomendo que tentem comprar qualquer edição Japonesa (ou oriental), porque no que toca aos trabalhos do Estúdio Ghibli, muitas edições ocidentais são regra geral baseadas nos “cuts” americanos da Disney e que ao longo dos anos se entreteu a “remover” alguns (largos) segundos das versões originais por estas aparentemente conterem coisas politicamente incorrectas que não seriam adequadas ás sensibilidades americanas.
Onde isto está por exemplo muito evidente é no que a Disney fez com a série “Conan Future Boy” quando passou na televisão, onde decidiram remover todas as cenas onde Conan e Jimsy formam uma amizade fumando juntos alguns cigarros e que pura e simplesmente foram cenas que os americanos nunca viram.
Practicamente todos os filmes do Estúdio Ghibli distribuídos pela Disney contêm ligeiras alterações, pequenos cortes e até segundo consta, alguns diálogos alterados para não ferir susceptibilidades das ciancinhas e dos paizinhos ocidentais, (leia-se “americanos”).
O exemplo mais recente disto, foram também os cortes na versão americana do “Princessa Mononoke”.

Em principio no que toca a esta série as edições europeias não devem conter cortes, por isso quem quiser uma lista das edições legítimas clique aqui.

IMDB
http://www.imdb.com/title/tt0077013/

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