5 Centimeters per second – (O Manga / Banda Desenhada – Romance / Livro original) – Versão integral – (Japão) – Makoto Shinkai / Yukiko Seike


[“5 Centimeters per second”] será não só o meu anime favorito de todos os tempos como principalmente uma das melhores histórias românticas que alguma vez encontrei no cinema oriental, senão talvez até a melhor, ou pelo menos a que me mais me marcou (a par com “Be with You”, “Il Mare” e mais umas quantas). É também considerado umas das histórias de amor orientais mais tristes de todos os tempos (no bom sentido) e quem gosta dele sabe bem porquê. Se não sabem basta irem ao Youtube espreitar as centenas de comentários de pessoas de todas as idades que se identificaram com esta pequena grande história.

Manga - Makoto Shinkai

Entrei muito tarde no cinema de animação de Makoto Shinkai. Há anos que ouvia falar maravilhas daquele jovem realizador que tinha revolucionado a forma de fazer animação por trabalhar essencialmente de forma caseira, inicialmente sózinho no seu quarto, depois sem estúdio, em apartamentos alugados com uma pequena equipa de amigos que se desfaz a seguir a cada filme e um sem número de particularidades que pela qualidade final de cada obra mal custa a crer que tenha sido produzida dessa maneira. Pela sua obra ser essencialmente marcada por produção “caseira”; desde o verdadeiramente amador “Voices of a distant star“, feito por Shinkai completamente sozinho durante meses a trabalhar no seu quarto, até ao mais recente “Garden of Words”, o facto dos seus filmes costumarem ter curta duração sempre me afastou da compra dos dvds durante muito tempo pois apesar das reviews excelentes, custava-me dar dinheiro por 45/50 minutos de filme em média e na altura raramente se conseguia arranjar cópias em condições na internet para espreitar primeiro. No entanto a partir do momento em que arrisquei a primeira compra e vi “Voices of a distant star” fiquei estupefacto com a qualidade do trabalho de Makoto Shinkai e nunca mais parei de seguir todo o seu trabalho subsequente, tal como “The Place Promised on Our Early Days”, “Journey to Agartha” e mais recentemente “Garden of Words” (com review para breve).

MANG3081 Inlay

De todo o trabalho de Makoto Shinkai aquele que mais me marcou foi sem sombra de dúvida [“5 Centimeters per second”]; 50 minutos de verdadeira poesia visual com uma história romântica que hoje em dia é das mais populares de sempre dentro do cinema oriental, principalmente pelo seu final devastador que se tornou comentado em todo o lado pelo murro no estômago que os segundos finais provocaram e ainda provoca nos espectadores. Principalmente pela sua simplicidade. Se procurarem nos foruns de discussão ainda hoje muita gente especula sobre o destino dos personagens, o que terá acontecido depois e tudo o mais que possam imaginar de interpretações pessoais para esta história que cada espectador vive à sua maneira.

5cm_per_second_09

Não que [“5 Centimeters per second”] seja propriamente uma história abstracta, mas na verdade o final teve tanto impacto na audiência, que muita gente parece ainda querer encontrar novas pistas para um desenlace final que todos gostaríamos de ver para aquela história de amor animada mas que se existisse hoje não estariamos aqui a falar dela. Ora acontece que curiosamente existem algumas pistas espalhadas visualmente ao longo do filme que não se notam a uma primeira visão (se nunca tiverem lido o Manga) e que podem realmente ser interpretadas de uma forma que eventualmente nem estará particularmente longe da verdade. Quero dizer com isto, que [“5 Centimeters per second”] tem realmente mais história para contar do que aquela que apareceu “filmada” em 50 minutos por Makoto Shinkai no filme original.

5cm_per_second_36

E tem história para contar não em filme, ou em qualquer extra do dvd, mas sim no argumento original que acabou sendo reduzido na versão de cinema mas que se transformou há pouco tempo numa banda desenhada Manga e num respeitável volume com mais de 500 páginas, tal como se fosse um comum romance de prosa. E é precisamente esse Manga que eu venho aqui agora recomendar.

5-centimeters-per-second-l0

O Manga, de [“5 Centimeters per second”] conta muito mais detalhes sobre a vida dos personagens e quem adorou o filme vai ficar fascinado com as histórias paralelas e com as motivações por detrás do que foi mostrado sobre cada história no filme original.

5-centimeters-per-second-2509879

O Manga é essencialmente o romance completo e percebe-se que muito provavelmente seria demasiado detalhado para funcionar como filme. Certamente se este argumento tivesse sido adaptado ao cinema de forma integral o impacto emocional do momento chave da história na versão animada, iria ficar um pouco diluído pois aqui na versão integral há tempo para se ficar a saber um pouco mais sobre os destinos dos personagens e até para introduzir personagens novos que acabam por justificar muito do que já se tinha visto no filme e que levou tanto fan a especular durante tanto tempo pela internet fora.

5-centimeters-per-second-2509921

O Manga é de compra e leitura obrigatória para toda a gente que adorou a versão de cinema já editada em dvd há alguns anos e à venda na amazon Uk. Tal como o filme “Be With You” ganha outra dimensão quando se lê o livro original (apenas) só depois de vermos o filme, também aqui em [“5 Centimeters per second”], a leitura do romance em forma de banda-desenhada dá uma nova perspectiva a toda aquela história que os fans bem conhecem. Não só reproduz todos os melhores momentos do filme, onde não falta um suspense gráfico que resulta plenamente até mesmo em Manga, como com mais de 500 páginas ainda tem tempo para desenvolver e responder a muitas das interrogações e especulações dos fans.

5-centimeters-per-second-2199745

Conta obviamente com o mesmo final demolidor do filme, mas aqui em Manga acaba por não ter tanto impacto por um simples motivo. O livro não termina nesse momento ao contrário do filme e mesmo subjectivamente dá-nos um segundo final para especular quando de repente inesperadamente se conclui a parte central da história… ou talvez não.

5-centimeters-per-second-2509919

Como todos os fans do filme original sabem, [“5 Centimeters per second”] tem 3 partes e essencialmente duas histórias de amor; sendo a segunda aquela que é considerada por muita gente a parte vazia da história. Ora bem, no Manga essa parte já tem uma razão de existir e esse segundo segmento de repente parece fazer outro sentido. Por outro lado, percebe-se perfeitamente que o segundo segmento no filme nunca poderia ser “concluído” pois esse epílogo iria retirar todo o fabuloso impacto emocional que encontramos na versão para cinema.

5-centimeters-per-second-2464851

Sendo assim, o que mais dizer. Se gostam do filme [“5 Centimeters per second”] este Manga é de compra totalmente obrigatória. É no entanto um livro para adultos. Não no sentido erótico, mas no sentido emocional. Este Manga não é a típica história de aventura para adolescentes mas sim um romance sólido e adulto bem pensado enquanto história de amor para um publico mais crescido e que não fica nada a perder em relação a muitos conceituados livros em prosa.

5-centimeters-per-second-2487015

O Manga é escrito por Makoto Shinkai mas não é desenhado por ele. Isto talvez porque o próprio realizador já disse que não gosta nada de desenhar bonecos e o que lhe move artisticamente é desenhar paisagens e ambientes (o que se nota perfeitamente no seu cinema) por isso deixa a bonecada humana para um dos seus colaboradores. Ao contrário do filme este Manga depende totalmente dos personagens e não dos ambientes e portanto é perfeitamente natural que a história tenha sido apenas escrita por Shinkai e não desenhada por ele na sua versão em banda desenhada. O livro é desenhado por Yukiko Seike mas todo o espírito de Makoto Shinkai está perfeitamente retratado principalmente pela poesia da própria escrita do autor.

5-centimeters-per-second-2486951

A diferença entre o livro e o filme está nos pormenores extra sobre cada história de amor, no final adicional e no facto do filme falar sobre emoções através dos ambientes visuais magistralmente desenhados e pintados por Makoto Shinkai enquanto o livro vai buscar a sua força á expressividade dos personagens.

—————————————————————————————————————

CLASSIFICAÇÃO Se gostam de [“5 Centimeters per second”] vocês sabem que têm mesmo que comprar este Manga. Não vale a pena resistirem porque vão adorar.

5-centimeters-per-second-2187365

Cinco tigelas de noodles e um Golden Award porque esta é daquelas histórias que rebenta qualquer escala seja de que forma for apresentada.

noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg gold-award.jpg

a favor: tem a resposta para quase tudo o que sempre quiseram saber sobre o que ficou por dizer no filme original, graficamente tem uma estrutura fantástica e consegue surpreendentemente manter suspense romântico até mesmo para quem já conhece o filme de trás para a frente, a humanização dos personagens mais uma vez é do melhor como em todos os trabalhos de Makoto Shinkai e toda a escrita é verdadeiramente poética. Tem mais de 500 páginas excelentemente ilustradas e com uma narrativa visual brilhante na forma como consegue retratar emoções.

contra: o impacto emocional do final cinematográfico é diluído por ainda existir um novo final a seguir a esse, o novo final também poderá ser demasiado subjectivo para muita gente, (inclusivamente já gerou muita discussão sobre o que significa na internet). O impacto visual é menor em relação ao filme, pois o Manga é a preto e branco e a história não assenta emocionalmente nos ambientes ao contrário do que acontece no filme. Não que seja algo verdadeiramente mau, pelo contrário, mas Manga e filme são realmente dois produtos diferentes.

—————————————————————————————————————

NOTAS ADICIONAIS

COMPREM-NA AQUI EM ESPANHOL
https://www.amazon.es/Cm-Por-Segundo-Makoto-Shinkai/dp/8416476454/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1479487364&sr=8-1&keywords=5cm+por+segundo

COMPREM-NA AQUI EM INGLÉS
https://www.amazon.co.uk/gp/product/1932234969/ref=as_li_tl?ie=UTF8&camp=1634&creative=6738&creativeASIN=1932234969&linkCode=as2&tag=cinaosolnas00-21

A minha review do filme original
https://cinemasiatico.wordpress.com/2014/05/11/5-centimeters-per-second-byosoku-5-senchimetoru-makoto-shinkai-2007-japao/

A minha review alternativa no meu blog sobre Cinema de Culto
https://universosesquecidos.wordpress.com/2016/11/18/5-centimeters-per-second-byosoku-5-senchimetoru-makoto-shinkai-2007-japao/

5-centimeters-per-second-2199747

Trailer https://www.youtube.com/watch?v=wdM7athAem0

Clip Contém *Spoilers* Por outro lado, se não viram o filme, também não irão notar. E mesmo que notem, eu até lhes podia contar o final em detalhe que não lhes estragaria a beleza do filme. Estão por vossa conta. 😉

https://www.youtube.com/watch?v=FJmvvZk4C1A
com legendas
https://www.youtube.com/watch?v=egCHrY_gHGg

81F+hDip9RL._SL1500_

Comprar dvd na amazon UK
https://www.amazon.co.uk/gp/product/B0037B2WP0/ref=as_li_tl?ie=UTF8&camp=1634&creative=6738&creativeASIN=B0037B2WP0&linkCode=as2&tag=cinaosolnas00-21

O filme também está disponível numa copia legendada no youtube, mas não recomendo que o vejam assim. Este filme pede mesmo um bom ecran e principalmente um bom sistema de som pois muita da sua emoção vem da forma como usa a música. Não vejam o filme num simples ecran de computador.

——————————————————————————————————————

Se gostar deste vai gostar certamente de:

capinha_voices-of-a-distant-star capinha-the_place_prmised_in_early days capinha_agartha ——————————————————————————————————————

FB

Hanamizuki (Hanamizuki ) Nobuhiro Doi (2010) Japão


Já tinha saudades de uma boa love story oriental e estava à espera de encontrar mais um filme que valesse a pena recomendar.
Ora pois bem, [“Hanamizuki”] é o motivo perfeito para voltar ao blog, por vários motivos até.

Hanamizuki review

Estranhamente apesar de “Be With You” ser para mim a melhor história de amor japonesa ,(a par com o fabuloso 5cm per second) e definitivamente um dos melhores filmes românticos que alguma vez me passaram pela frente, nunca me lembrei de procurar mais trabalhos do mesmo realizador. Talvez porque “Be With You” me tenha marcado tanto que se calhar me esqueci que aquela história não era real e que tinha na verdade também um realizador por detrás.

Hanamizuki-17

Deparei-me agora com [“Hanamizuki”] há poucos dias e para minha surpresa descubro no Imdb que é o mais recente filme de Nobuhiro Doi, precisamente o realizador de “Be With You”.
A procura por cinema romântico segundo as minhas estatísticas continua em alta por aqui mas há muito tempo que eu próprio não encontrava algo que valesse a pena recomendar pois o mercado romântico oriental está cheio de cinema do género mas raramente aparece algo que fuja à rotina ou tenha um toque especial.

Hanamizuki-10

Ainda [“Hanamizuki”] mal tinha começado e já tinha captado a minha atenção pois curiosamente havia qualquer coisa nesta história que me fazia mesmo lembrar a atmosfera de 5cm per second e portanto já não consegui parar de ver.
Mais uma vez quem conhece o cinema romântico oriental já sabe com o que pode contar, pois também este filme não foge muito à regra em termos de história; no entanto mais uma vez também estamos na presença de mais um filme que se torna especial não pela história formulática mas sim pela forma como o realizador a desenvolve.

Hanamizuki-11

[“Hanamizuki”] tem uma coisa de que não nos apercebemos de imediato mas que se torna evidente no decorrer do filme; tal como em 5cm per second também aqui temos uma história romântica que assenta apenas naquilo que é mais comum da vida de qualquer pessoa. [“Hanamizuki”] não usa ou abusa dos clichés melodramáticos que costumamos encontrar nos dramas orientais.

Hanamizuki-24

Curiosamente, tudo está montado em situações que poderiam bem acontecer e todo o suspanse romântico nunca deixa de ser construído numa base sólida de realidade. Desta vez ninguém vai morrer de cancro a meio do filme como acontece no popular cliché romântico do cinema oriental. [“Hanamizuki”] não precisa de artifícios desses para nos manter agarrados ao ecran e continuar interessados na vida de todas as pessoas que vivem esta história.

Hanamizuki-06

Tal como em “Be With You” a narrativa é calminha, os personagens levam o seu tempo a serem construídos e durante algum tempo parece que a história nem vai ser particularmente interessante.
Por outro lado, a partir de certa altura, por qualquer motivo não conseguimos deixar de seguir o que irá acontecer a seguir pois quando damos por nós estamos interessados mesmo na vida daqueles personagens.

Hanamizuki-23

Até o habitual triângulo amoroso aqui, está naturalmente inserido e não é atirado à cara do espectador apenas para aumentar o estilo telenovela. Faz lembrar um pouco o mesmo tipo de estrutura que apareceu também em “Koizora Sky of Love”; precisamente com a mesma actriz, onde também havia um triângulo amoroso perfeitamente natural e sólidamente construido.

Hanamizuki-20

A história é bem simples, um rapaz pescador apaixona-se por uma rapariga que vai estudar para a universidade longe de casa e todo o filme é sobre como será possível manter o amor vivo através da distancia que os separa. Mais um paralelismo com 5cm per second que não se fica por aí pois inclusivamente a cena das pétalas é semelhante, apenas agora não se trata de um Anime.
Nesta história não encontrarão as habituais piroseiras telenovelisticas com rivalidades entre familias, menina rica-menino pobre, traições foleiras e idiotices do género.

Hanamizuki-04

Com uma história destas não havia grande motivo para suspanse, mas a verdade é que o filme consegue criar um clima de incerteza até ao seu desenlace pois nunca temos bem a certeza se a história de amor terá um final feliz. Não por impedimentos melodramáticos mas pelo natural desenrolar das vidas perfeitamente comuns dos protagonistas e de toda a gente que os rodeia nesta historia.

Hanamizuki-21

Aliás, outro ponto positivo são os personagens secundários e as pequenas historias que ocorrem nas suas vidas. Alguns apenas com breve momentos de écran mas que no entanto são suficientes para que como espectadores fiquemos interessados na sua felicidade também, até pelo bom trabalho dos actores secundários.

Hanamizuki-12

Resumindo, como eu tenho por hábito não revelar nada sobre os filmes que recomendo pois ainda sou do tempo em que o prazer de ir ao cinema estava em não sabermos nada sobre o filme em cartaz, também não irei dizer muito mais sobre [“Hanamizuki”].

Hanamizuki-16

A principio nem ia dar uma grande nota a este titulo pois na verdade á primeira vista parecia não me ter marcado muito, mas a verdade é que o raio do filme não me sai da cabeça há vários dias e sendo assim se calhar é daqueles que ainda se irá tornar um titulo especial na minha colecção de cinema romântico.

Hanamizuki-18

Talvez a única coisa que lhe retire algum brilho está no facto de na minha opinião ter duração a mais. Algures pelo meio arrasta-se um pouco e se o filme tivesse 15 minutos a menos se calhar teria sido a montagem ideal para a história sem precisarem de esticar tanto algumas pequenas cenas.

Hanamizuki-09

De resto todo o filme contém algumas imagens fabulosas, boa fotografia e além disso é passado junto ao mar. Só por isso leva logo mais um ponto. Ainda por cima mete comboios e faróis e qualquer história romântica oriental que meta faróis para mim só pode ser boa.

—————————————————————————————————————

CLASSIFICAÇÃO

Embora nem de perto se aproxime do impacto que “Be With You” do mesmo realizador causa, este [“Hanamizuki”] é uma excelente história de amor baseada essencialmente em pequenos pormenores da vida do dia a dia e por isso funciona muito bem e recomenda-se. Era para lhe dar três tigelas e meia de noodles mas leva quatro porque estranhamente este filme não me sai da cabeça há dias.

Hanamizuki-03

Se procuram bom cinema romântico oriental e já viram tudo o que tenho recomendado aqui neste blog, então juntem mais este à colecção pois é muito bom e recomenda-se.
Quatro tigelas de noodles na boa.

noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg

A favor: mais uma vez a humanização dos personagens neste tipo de histórias de amor aparentemente simples, excelentes actores e óptimo casting, consegue manter um bom suspense romântico até ao final, tem um par de momentos emocionais fantásticos, bons personagens secundários que nem precisam mais tempo de ecran para funcionarem plenamente, tem um certo sabor a 5cm per second e quem tiver gostado desse irá querer ver [“Hanamizuki”], tem imagens que ficam na memória e uma fotografia que dá vida aos ambientes geográficos onde decorre a história.

Contra: não tem o mesmo impacto emocional que “Be With You” do mesmo realizador nem a atmosfera inesquecivel de 5cm per second, se calhar não precisava de ter 128 minutos para contar a mesma história.

—————————————————————————————————————

NOTAS ADICIONAIS

Trailer
https://www.youtube.com/watch?v=Wy5tACEEopg

cover

Filme completo no Youtube
https://www.youtube.com/watch?v=ai1AtMFrKvU

IMDB
http://www.imdb.com/title/tt162928

——————————————————————————————————————

Outros títulos românticos totalmente recomendados:

 Be With You My Sassy Girl The Classic Il Mare

 capinha_love_in_space Fly me to Polaris capinha_in-the-mood-for-love capinha_midnight-sun

concerto_capinha_73x cyborg_she_capinha_73x capinha_my-girl-and-i

——————————————————————————————————————

Cinema_oriental_no_facebook

Fly me to Polaris – Legendado em Português (BR) no Youtube.


Caso, não saibam, a fabulosamente pirosa mas muito eficaz história de amor “Fly me to Polaris” já se encontra disponível no Youtube para visionamento completamente legendada em português do brasil.
O link anterior que tinha aqui postado sumiu pois foi retirado pelo youtube. Entretanto encontrei o filme noutra localização  e portanto cá vai o novo link.

Por isso é de aproveitar, até porque este continua a ser infelizmente um dos dvds mais dificeis de arranjar, especialmente numa boa cópia. Aliás, esta cópia do youtube é bem melhor que a do meu dvd comprado em Hong Kong no que toca á qualidade de imagem.
Este filme esta legendado em inglés no youtube por isso é só activarem as legendas. 😉

Quem procura uma boa love story oriental e nunca viu este filme recomenda-se vivamente que repare essa lacuna cinéfila pois é um produto absolutamente genial na sua aparente simplicidade mas de uma eficácia fantástica enquanto história de amor para gastar lenços de papel á parva.
Mais detalhes na minha pormenorizada review (sem spoilers) aqui:
https://cinemasiatico.wordpress.com/2008/05/14/xing-yuan-fly-me-to-polaris-jingle-ma-1999-china/

Os meus agradecimentos ao Rodrigo, leitor deste blog por me ter apontado a existência de Fly me To Polaris no youtube. 😉

…ing (…ing) Eon-hie Lee (2003) Coreia do Sul


Quando espreitei o IMDB a propósito deste filme esta manhã, a última coisa de que estava á espera era a de encontrar tão elevadas classificações por parte dos utilizadores, pois sinceramente estou quase convencido de que esta gente só pode ter visto um filme diferente do que eu vi ontem porque de outra forma não compreendo de todo a razão de tanto fascínio com este banal filme romântico.

[“…ing”] foi uma das histórias de amor sul-coreanas mais medianas que alguma vez me passaram pela frente e na minha opinião é o exemplo típico de que o facto de um filme romântico ser realmente cativante ou não, nem sempre precisa de passar por um argumento original.
É que [“…ing”] tem tudo no sítio, e tal como noutros títulos românticos não há aqui nada que já não tenhamos visto dezenas de vezes neste formato de histórias de amor; no entanto, mesmo com todos os ingredientes conhecidos, filmado da maneira mais tradicional possivel dentro deste género e contando com excelentes actores, este filme não me conseguiu cativar minimamente.

[“…ing”] não me provocou a mínima emoção e achei isto realmente muito estranho. Especialmente agora quando leio no IMDB que tanta gente se fartou de chorar com esta história ainda me estou a perguntar o que raio foi que eu não vi ?!!
É certo que o género está por demais batido, mas não é por uma história de amor seguir a mesma fórmula que um filme será menos interessante ou emocional. Mas então porque é que [“…ing”] me pareceu tão banal ?…

A partir de certa altura, fiquei mesmo com sensação de que isto seria uma daquelas produções ultra-comerciais totalmente encomendada pelos estúdios apenas para cumprir calendário e poder ter uma história romântica fofinha no seu catálogo de estreias de verão. Nem por um momento senti aqui aquele toque de que estaria a ver um projecto mais personalizado, pois uma coisa é certa, [“…ing”] está a milhas da identidade pessoal de um “My Sassy Girl“, de um “Il Mare“, ou até mesmo de um “Cyborg She” e como tal nunca me conseguiu cativar ao longo da sua duração pois sempre me pareceu que lhe faltava qualquer coisa.

Conta com um elenco excelente, personagens-tipo simpáticos e com um par de momentos cativantes, mas na minha opinião  nunca alcança qualquer tom emocional que tanta gente parece ter encontrado neste título.
[“…ing”] tem falta de qualquer coisa. A história é a típica tragédia adolescente sobre uma rapariga que está a morrer com uma doença rara qualquer que inclusivamente lhe deformou a mão mas que continua a tentar viver a sua vida o melhor que pode, sempre ajudada pela sua mãe que na verdade é a sua melhor amiga.
Um dia, um jovem alguns anos mais velho muda-se para a apartamento de baixo e tudo o que vocês imaginam que vai acontecer acontece.
Inclusivamente, o que seria de uma história de amor sul-coreana sem um twist ? [“…ing”] conta com uma pequena reviravolta algo inconsequente que mais parece ter lá ser metida a martelo porque a fórmula pedia que houvesse uma cena assim e portanto mesmo que lá não estivesse não haveria grande diferença.

Visualmente contém um par de imagens bonitas, mas também não surpreende ou cativa particularmente, talvez porque segue demasiado a própria cartilha de instruções para se criar cenas do estilo e como tal também aqui [“…ing”] não deslumbra.
É um filme estranho. Tem tudo no lugar certo, mas a fórmula desta vez não resulta e não se percebe bem porquê. Pelo menos eu não percebo.
Embora muita gente no Imdb pareça ter chorado baba e ranho com esta história fiquei com a ideia de que [“…ing”] só resultará bastante bem com aquele público que chega agora ao género oriental de histórias de amor em tom fofinho de meter vómito. Sinceramente não acredito que alguém que já tenha visto pelo menos metade das melhores obras que tenho recomendado aqui neste blog dentro deste género, consiga ficar tão impressionado com [“…ing”].

Quem nunca viu uma história de amor oriental e começar por este filme, muito provávelmente irá ficar totalmente fascinado com este romance, pois na verdade é um verdadeiro catálogo de tudo o que é bom no cinema asiático dentro deste género.
Contém suficientes diferenças entre o cinema americano supostamente romântico e o melhor do género oriental e por isso muito provávelmente será um filme surpreendente para que chega agora a este estilo de cinema e estaria convencido de que uma história de amor oriental seria igual ao que se produz de mais plástico em Hollywood.
Talvez tenha sido este o segredo do seu sucesso junto de muita gente, pois provávelmente funcionará bastante bem mesmo em termos emocionais se nunca viram uma história de amor comercial sul-coreana antes.

A protagonista é fantástica, a química entre ela e a actriz que faz de sua mãe é perfeita, tem um par de actores secundários muito engraçados, mas depois há qualquer coisa errada quando se trata da parte romântica, pois pelo menos a mim não me pareceu haver qualquer química entre o casal desta trágica história de amor e para mim essa foi a grande falha de [“…ing”].
Também senti que o argumento é algo paternalista e parece que a todo o instante o realizador e o argumentista nos estão a guiar pela mão indicando quando é a altura de rir, quando devemos chorar, etc. É certo que isto é uma característica comum a este género, mas neste filme senti que a presença do realizador se nota por demais, tentando tornar mais dramática uma história que na verdade nem tem alma suficiente para poder ser mais do que apenas uma tragédia adolescente pré-fabricada.

Não é um mau filme, é uma história de amor interessante com um par de momentos divertidos, mas se chegaram agora a este género há muito melhor por onde deverão começar e poderão muito bem deixar [“…ing”] para quando não tiverem mais nada para ver.
Muita gente fala também maravilhas da banda sonora, mas sinceramente nem me lembro dela para poder deixar aqui qualquer comentário relevante.

——————————————————————————————————————

CLASSIFICAÇÃO:

É um filme simpático, uma história de amor interessante mas pouco mais, parecendo uma espécie de equivalente do “Mulan” mas em versão história de amor sul coreana.
Não tem na verdade nada de realmente mau, mas também não tem nada de particularmente cativante e muito menos achei que será tão emocional quanto muita gente achou tendo em conta os comentários do IMDB.
Duas tigelas e meia de noodles por ser uma história de amor interessante e pouco mais pois foi uma dos romances mais banais e sem chama que já me passaram pela frente desde que cheguei a isto do cinema romântico oriental.

noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2emeia.jpg

A favor: não tem nada de verdadeiramente negativo.
Contra: falta-lhe qualquer coisa pois parece ter tudo no lugar certo mas não me provocou qualquer reacção emocional o que é bastante estranho pois não estava nada á espera disto numa história de amor sul-coreana, esforça-se demais por ser fofinho e muito trágico, talvez se note demasiado o esforço do realizador para manipular as emoções do espectador e isso tem exactamente o efeito contrário, o twist é interessante mas totalmente redundante, falta quimica romântica entre os protagonistas apaixonados.

PS: Para quem chega agora a este género romântico oriental, em vez de começar por este filme, recomendo vivamente que espreitem antes os títulos que recomendo no meu TOP DE CINEMA ROMÂNTICO ORIENTAL, por isso sigam o link. 😉

——————————————————————————————————————

NOTAS ADICIONAIS

Trailer
http://www.youtube.com/watch?v=SSN1dAqJJPw

Comprar
http://www.dvdasian.com/_e/Korea/product/18132/_Ing_Special_Edition_Region_3_2_DVD_Set_.htm

Download aqui com legendas em Inglés

IMDB

http://www.imdb.com/title/tt0381838

——————————————————————————————————————

Outros títulos românticos (bem mais) recomendados:

Be With You My Sassy Girl Il Mare The Classic Fly me to Polaris

Love Phobia concerto_capinha_73x cyborg_she_capinha_73x

ditto_capinha_73x midnightsun_capinha my_girl_and_i_minicapinha

——————————————————————————————————————

Quing Ren Jie (A Time to Love) Jianqi Huo (2005) China


Se há coisa que eu já não posso ver mais pela frente são versões do Romeu & Julieta de Shakespeare, onde a conhecida história é por demais repetida até á exaustão em todos os detalhes e mais alguns.
Não consigo perceber para quê tantos autores continuarem a insistir naquela narrativa a esta altura quando já milhares de vezes foi  transformada em tudo e mais alguma coisa, desde filmes do Franco Zefirelli até pornos da Ginger Lynn.

Como tal, quando eu comprei há muitos anos atrás o dvd de [“A Time to Love“] sem saber nada sobre o filme e depois descobri que se tratava da bilionéssima história inspirada por “Romeu & Julieta”, a minha vontade foi a de devolver isto á Play Asia ou trocá-lo por um filme romântico qualquer com o Steven Seagal aos tiros.
Toma lá para não comprares filmes pelo aspecto gráfico da (excelente) capa !
Por isso quando vi esta história pela primeira vez (já que tinha que ser) nem sequer lhe prestei grande atenção.
Ainda por cima eu estava á procura de algo mais no estilo sul-coreano e [“A Time to Love“] tinha uma atmosfera marcadamente chinesa, algo a que eu não estava ainda habituado, pois são estilos muito diferentes dentro do cinema romântico.

Apesar de não me ter causado uma impressão por aí além na altura, surpreendentemente ficou-me na memória e esteve na minha lista de filmes a rever com outros olhos por muito tempo, até ontem.
Ficou-me na memória, não só pela abordagem á história clássica ter-me surpreendido como principalmente algumas das suas bonitas imagens acabaram ficando gravadas na minha imaginação até hoje, pois já na altura o visual do filme me surpreendeu.
Toda a paleta cromática de [“A Time to Love“]  é composta por tons ferrugem contrastando com verde das árvores e tons de sombra intensa o que lhe dá logo desde o início uma estética que nos agarra todos os sentidos pelo seu estilo quase steampunk pois mal o filme começa somos logo transportados para um úniverso único e bastante poético.

E surpresa das surpresas, agora que revi o filme ainda estou para saber o que raio é que foi que não me cativou na altura em que o vi pela primeira vez !
[“A Time to Love“] é um filme absolutamente lindíssimo em muitos aspectos mas se calhar é capaz de não se notar mesmo a uma primeira visão. Especialmente se entrarem com preconceitos anti-Romeu & Julieta como eu entrei nisto anos atrás quando vi o dvd.

Portanto, para começar eu já não me lembrava nada do filme e agora foi como se o tivesse visto pela primeira vez e não podia ter ficado, não só mais surpreendido como também mais satisfeito com o que (re)vi ontem.
Se calhar [“A Time to Love“] poderá ter uma altura certa para ser visto e muito provavelmente funcionará muito melhor com o público adulto do que com pessoas mais novas talvez, com menos experiência de vida ou algo assim. Isto porque pode ser uma história de amor com adolescentes, mas tudo é narrado num tom dramático mais adulto e até teatral, pois este filme tem uma assinatura tão característica que julgo se poderá incluir algures entre o cinema comercial e o dito cinema de autor pela sua abordagem algo intímista.

[“A Time to Love“] como filme é realmente um espectáculo (nem acredito que estou a dizer isto); primeiro, porque consegue pegar não só no tema mas também em alguma da estrutura de Romeu & Julieta e no entanto, milagre dos milagres apresenta-o com uma abordagem realmente refrescante. Conseguindo inclusivamente uma coisa que eu julgava impossível de ser feita…nomeadamente [“A Time to Love“] tem um suspanse romântico de cortar á faca pois até quase literalmente ao último segundo o espectador fica completamente na espectativa de como irá terminar desta vez esta história de amor com o seu final por demais conhecido.
Conseguirão desta vez os dois amantes ficar juntos ?
Apenas lhes posso dizer que o final de [“A Time to Love“] é extraordináriamente simples mas muito poderoso em termos de emoção e não lhes digo mais nada, pois o trabalho da actriz protagonista no último enquadramento visual desta história vai deixar-vos totalmente cativados e emocionados de uma forma que ainda não tinha visto num filme oriental.
Adorei o final deste filme.

E já que falo na actriz principal, nunca pensei que esta rapariga fosse tão incrivel. Estava habituado a vê-la em produções bem mais comerciais essencialmente em papeis de muita acção (“Warriors of Heaven & Earth”  –  “So Close“) e nem sequer pensava que ela seria capaz de carregar ás costas metade de um filme como [“A Time to Love“], onde bem mais que apenas uma história de amor ao estilo habitual oriental, é acima de tudo um drama bem mais complexo que se centra apenas numa história de amor impossível, (quase uma tragédia na verdade, sempre a piscar o olho a Shakespeare).

Tanto ela, como o seu co-protagonista masculino brilham neste drama.
Irão encontrar em [“A Time to Love“] um dos pares românticos com mais carísma que apareceu até hoje dentro deste estilo de histórias de amor orientais. A química entre os dois actores é total e enquanto espectadores a partir de certa altura esquecemo-nos por completo que estamos a ver um filme pois deixamo-nos levar por aqueles dois personagens até ao desenlace final desta história. Uma história que surpreendentemente de forma tão cativante consegue dar-nos um Romeu & Julieta com suspanse suficiente para nos fazer roer as almofadas até ao último segundo (sem parecer que está a fazer qualquer coisa de importante sequer), o que já é por si só uma boa característica para algo que seria á partida totalmente previsível.
Usa inclusivamente o próprio livro com a peça de Romeu & Julieta original para nos garantir que [“A Time to Love“]  é Romeu & Julieta por mais do que uma vez. O que é bom para confundir o espectador.

Não pensem no entanto, que [“A Time to Love“] é um filme romântico oriental ao estilo que estão habituados, se virem por exemplo produtos sul-coreanos ou japoneses.
Uma das características da maior parte dos dramas românticos chineses está no facto deste país preocupar-se mais com uma história de amor enquanto objecto dramático dentro daquele aspecto teatral mais sério e menos com a ligeireza do estilo narrativo. Por isso, [“A Time to Love“] é um filme sem pressas. Embora tenha um ritmo narrativo sempre constante, muitas vezes conta a sua história não por palavras mas por ambientes, imagens atmosferas e silêncios. Um pouco talvez como “Il Mare” o fez e com um tom melancólico semelhante, embora um pouco mais triste neste caso devido á carga trágica da própria base da história.

E por falar em silêncios, [“A Time to Love“] tem dois momentos absolutamente fantásticos na minha opinião que jogam precisamente com o silêncio para criar uma intensidade de emoções espectacular e que nos faz entrar em total empatia com o casal de apaixonados desta história.
É certo que o filme vai aos poucos trabalhando a carga emotiva sem o espectador notar, tanto na criação de ambientes como também pelo que não mostra e como tal quando surge um dos momentos mais bonitos a meio do filme, nem sequer precisa colocar os actores com qualquer diálogo para a cena romântica resultar com uma força incrível.

Falo particularmente de uma breve e pequenina cena a meio do filme, em que o rapaz e a rapariga estão de ambos os lados de uma vedação de arame e onde sem palavras o realizador consegue transmitir uma carga romântica não só totalmente natural como acima de tudo cria um momento emocional fantástico apenas recorrendo ao toque das mãos, a silêncios e a olhares breves para nos transmitir tudo o que os personagens sentem.

A segunda cena semelhante tem a ver com os segundos finais da história, mas de que não posso aqui falar porque lhes estragaria o suspanse todo e vocês ficariam a saber se [“A Time to Love“] acaba como a peça que lhe deu inspiração ou não. Apenas lhes garanto que se chegarem até aos momentos finais desta história totalmente cativados pelo destino dos personagens até se vão passar com o trabalho da actriz nos momentos finais onde apenas com um olhar concluiu tudo o que havia para concluir e proporciona ao espectador um momento final daqueles que os fará não esquecer este filme tão cedo se gostarem tanto dele quanto eu gostei desta segunda vez que o vi.
Não esperem é explicações de bandeja ao estilo, – “o que aconteceu foi…” – porque isto não é um filme desses.

[“A Time to Love“] é uma daquelas raras histórias de amor em cinema que resultam plenamente do trabalho não só dos actores principais mas também das interpretações de um elenco poderoso em termos dramáticos. Não sei se este pessoal será tudo actores de teatro mas todos os personagens nesta história são fascinantes e irão tocar-lhes emocionalmente em muitos aspectos surpreendentes.
Juntem a isto uma realização fantástica e têm todos os ingredientes para gostarem também muito deste filme se procuram por outra boa história de amor e já espreitaram tudo o que tenho recomendado neste blog.

Em termos visuais, [“A Time to Love“] é um dos filmes mais poéticos que me passaram pela frente em muito tempo dentro deste género estético.
Para começar a fotografia é incrível e vão encontrar aqui imagens absolutamente notáveis pois este é mais um daqueles filmes em que vão querer fazer pausa a todo o instante só para apreciar as pinturas de luz e sombra que ele contém practicamente em todo e qualquer frame.
Não só os ambientes são depois também fascinantes como está carregado de texturas e pormenores por todo o lado, tornando-o num filme totalmente obrigatório também para quem gosta muito de rever um filme muitas vezes só para curtir os pormenores. Pode ser uma sombra, pode ser uma textura, uma luz, uma cor, ou uma paisagem, mas garanto-vos que mesmo que nem gostem muito do género, visualmente vão achar este filme uma pequena joia perdida que importa descobrir em termos visuais quanto antes.

Não faço ideia se a arquitectura presente em [“A Time to Love“] existe mesmo ou se isto serão cenários criados para o filme. De qualquer forma, esta obra conta com espaços arquitectónicos fascinantemente poéticos que vão adorar contemplar ao longo da história. Desde, fábricas abandonadas, a prédios em decadência, passando por ruas e becos fabris, tudo aquilo que poderia parecer um ambiente deprimente é transformado num mundo quase mágico, parecendo por momentos saído de um verdadeiro conto de fadas ou de um filme de Fantasia.
[“A Time to Love“] quanto mais não seja, é um filme para contemplar, por muitos e bons motivos. Vão por mim, é fantástico visualmente.

Recomendo este filme a toda a gente que já espreitou tudo o que tenho apresentado no blog dentro do estilo romântico, ou então como contraponto a histórias de amor mais comerciais.
Não é que [“A Time to Love“] não seja comercial, mas o seu estilo muito chinês, intensamente dramático e bastante introspectivo em alguns momentos poderá talvez tornar-se algo chato ou arrastado para o pessoal que não gosta de coisas mais pausadas.

[“A Time to Love“] é um filme que demora o seu tempo e muitas vezes conta a sua história mais por olhares e silêncios do que por palavras e isto poderá afastar algum público.
O facto de ser uma história muito triste mesmo apesar de todo o ambiente poético, poderá afastar quem procurar um daqueles filmes totalmente –feel good– pois este usa a própria tristeza e melancolia para criar grandes incertezas no espectador sobre o desenlace da história. Nesse aspecto não poderia resultar melhor, mas ao mesmo tempo é um filme com uma carga algo deprimente por breves momentos a fazer lembrar o muito poético mas algo triste “The Floating Landscape” ; curiosamente outra produção chinesa.

Posto isto, se quiserem ver um filme muito bonito e diferente do habitual neste género tão estereotipado, se calhar [“A Time to Love“] é um título  a terem em conta. E se não gostarem á primeira, dêem-lhe segunda oportunidade, pois ainda acabam a gostar tanto dele quanto eu gosto agora.

——————————————————————————————————————

CLASSIFICAÇÃO:

Estava tentado a atribuir a [“A Time to Love“] apenas cinco tigelas de noodles por ser realmente excelente.
Mas a verdade é que agora que o revi, este filme não me sai da cabeça e apetece-me vê-lo novamente em vez de ir espreitar outra coisa nova qualquer, por isso se calhar será justo dar-lhe a minha classificação máxima deste blog, pois de outra forma estaria a enganar-me a mim próprio se não lhe desse também um Golden Award.
Quanto mais não seja pelo trabalho dos actores, pela fotografia do filme e por ter conseguido criar suspanse na história de Romeu & Julieta, o que é obra !
Cinco tigelas de noodles e um Golden Award por muitos e variados motivos.

noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg gold-award.jpg

A favor: o trabalho dos actores, o par protagonista tem uma química no ecrã fantástica e um desempenho totalmente cativante, esquecemo-nos que estamos a ver um filme o que não poderia ser melhor elogio, consegue o feito notável de recriar a velha história de Romeu & Julieta numa china moderna desencantada mas muito poética e fá-lo com total suspanse romântico até ao último olhar da protagonísta, a fotografia é fabulosa, os cenários são lindissimos e em muitos momentos parece que tudo se passa num qualquer mundo de fantasia encantada, mais do que uma história de amor comercial normal  é um drama intenso e duro por vezes, a cena da vedação de arame mesmo durando menos de um minuto é memorável, idem para o desempenho da actriz nos segundos finais da história onde só com o olhar nos transmite toda uma vida, muita poesia visual, o tom intimista e o excelente trabalho do realizador que alterna os momentos mais intimistas com os mais tragicos ou românticos de uma forma totalmente orgânica e bastante natural, nem vão notar a banda sonora mas esta vai entrar-lhes pela alma nos melhores momentos.
Contra: é mais um drama generalizado do que uma história de amor especificamente por isso não esperem o estilo fofinho oriental dos filmes japoneses porque este é chinés mesmo, pode parecer menos comercial do que na realidade é e algum público poderá não ficar particularmente cativado, Romeo & Julieta again…and again…and again…

——————————————————————————————————————

NOTAS ADICIONAIS

Trailer
http://www.youtube.com/watch?v=3NaS55XOylw

Videoclip 1
Embora curiosamente a música não faça parte do filme, pois foi criada para a promoção. Aposto que foi para dar um ambiente mais comercial á obra pois esta é na verdade bastante intimista e não tão comercial como aparenta aqui.
http://www.youtube.com/watch?v=y3TNcyS-IWw&feature=related

Videoclip 2
Este com uma das músicas que entra no filme e com a particularidade de ser um videoclip com dezenas de cenas cortadas que não aparecem no próprio filme, o que só demonstra que devem ter filmado pilhas de coisas que ficaram de fora e só é pena muitas destas cenas não estarem como deleted scenes no dvd porque parecem cheias de atmosfera também.
http://www.youtube.com/watch?v=krChsULuIbM&feature=related

Comprar
http://www.fivestarlaser.com/movies/13766.html

Download aqui com legendas em Inglés.

IMDB

http://www.imdb.com/title/tt0450099/

——————————————————————————————————————

Outros títulos semelhantes de que poderá gostar:

concerto_capinha_73x 

Be With You My Sassy Girl Il Mare The Classic Love Phobia

 Fly me to Polaris cyborg_she_capinha_73x

——————————————————————————————————————