Quando em dois minutos de trailer não se vê uma única referência a qualquer história e apenas levamos com intermináveis sequências ultra mega cool de porradaria digital em estilo carton a gente sabe que isto só pode ser…
Não faço ideia…
Aviso já que esta review vai ser totalmente esquizofrénica por isso não se espantem com as contradições.
Se há uma coisa que eu detesto mais do que galinhas são macacos. Especialmente macacos em filme.
Deve ser um trauma dos seriais do Tarzan dos anos 30 com a célebre Chita que vi em pequeno mas qualquer filme com chimpanzés, macacos e afins faz-me imediatamente mudar de canal. Especialmente documentários.
Portanto, um filme chamado [“The Monkey King”] não estaria propriamente na minha lista de prioridades cinematográficas.
O problema é que eu não resisto a filmes de fantasia chineses e as cores deste cativaram-me por completo no trailer. Como tal lá fui eu ver o filminho porque não podia continuar a ignorá-lo…apesar do macaco…
Também me chamou logo a atenção por se tratar de mais outra adaptação de um texto clássico oriental que me fascina desde há muito quando li a primeira história baseada nele em criança.
O personagem do Rei Macaco, tem uma razão de ser e apesar de eu continuar a acha-lo absolutamente irritante e ridículo por outro lado percebo qual é a sua base o que me faz apreciar este filme de uma forma diferente do espectador comum que desconhece totalmente o contexto cultural em que um blockbuster chinês como este se insere.
Portanto, a minha relação com um filme como [“The Monkey King”] é algo confusa por vários motivos.
Se por um lado o acho insuportável e totalmente secante pelo excesso de acção a todo o instante, por outro lado o seu universo cativa-me. Especialmente o universo visual que conseguiram desencantar para esta nova versão cinematográfica.
[“The Monkey King”] para quem não sabe assenta naquilo que é um dos grandes clássicos da literatura na China. Uma espécie de poema épico tradicional que narra os feitos mais incríveis de alguns heróis míticos dentro da cultura chinesa, entre os quais o popular –Monkey King.
Esta já é uma de entre várias versões que ao longo dos anos foram produzidas mas é definitivamente a mais cativante…ao mesmo tempo que nos consegue aborrecer de morte também.
Tal como já acontecia com um filme semelhante, o imensamente popular lá pela china, “A Chinese Tall Story” que também é baseado no mesmo texto épico e do qual eu já falei por aqui no meu blog alguns anos atrás.
Se quiserem fazer uma comparação e me estiverem a ler em Portugal, esta aventura em [“The Monkey King”] é apenas um segmento de uma história bem mais épica ainda (se é que tal parece possível), pertencente a uma história conhecida como “Journey to the West” e que segundo consta pelas bandas da China toda a gente sabe de cor porque é ensinada ás crianças tal como nós aqui pelo ocidente ensinamos histórias como a branca de neve, o capuchinho vermelho, a bela adormecida, etc, etc, etc.
Acontece que neste caso, “Journey to the West” não é apenas uma história infantil mas pertence desde logo á própria literatura máxima dentro da cultura chinesa e em muitos locais é inclusivamente tida como um relato histórico e até religioso.
Imaginem que nós aqui em Portugal em vez de contarmos histórias infantis ás nossas crianças lhe contávamos aventuras retiradas de “Os Lusíadas” de Luis de Camões e não andarão muito longe do conceito.
Com a diferença que em termos de imaginação “Journey to the West” limpa o chão com qualquer canto lusitano por mais imaginativo que possa parecer aos olhos de qualquer portuga patriota, pois o nosso –Adamastor– levaria uma carga de porrada até do personagem mais insignificante que se pode encontrar no épico de fantasia chinês.
Ainda por cima macacos me mordam, se “Journey to the West” não terá qualquer coisa a ver com os épicos indianos no estilo Marabahata, epopeias vedicas e narrativas idênticas saídas dos primórdios do tempo na India. Isto porque a quantidade de elementos de “fantasia” e “ficção-científica” é semelhante em muitas das narrativas e ao contrário do que por exemplo acontece com os Lusiadas em Portugal, “Journey to the West” está cheio de referências a mundos exteriores, civilizações avançadas e todo um manancial de pormenores que não destoariam do próprio Star Wars.
Essas referências foram muito bem evidenciadas também no ultra histérico “A Chinese Tall Story” (que em português significa algo como “Um conto chinês exagerado”) que contém sequências espaciais e tecnológicas que não destoariam de uma qualquer space-opera moderna apesar de tudo ter sido baseado nas ideias já presentes nos textos clássicos da cultura chinesa há mais de mil anos.
Se “A Chinese Tall Story” em grande parte assenta também bastante em civilizações técnologicamente avançadas, onde não faltam “Vimanas” ao melhor estilo indiano (talvez a justificar a sequência totalmente Bollywood do inicio daquele filme e ligando culturalmente a base das suas histórias tradicionais); em [“The Monkey King”] o destaque vai mais para o lado de pura fantasia ao melhor estilo conto popular chinês onde nem falta um genial dragão oriental e grandes paisagens épicas.
O que dá num cruzamento bastante feliz entre algo como o velhinho “The Neverending Story/A Historia Interminavel”, o cinema Wuxia oriental e um design digital semelhante ao que se tornou popular pelo ocidente com “Avatar”, (embora este tenha ido inspirar-se em conceitos orientais já existentes para definir a sua identidade gráfica) e portanto isto é como um ciclo onde tudo volta a casa.
Portanto [“The Monkey King”] é essencialmente um filme de fantasia oriental. Com tudo o que tem de típicamente exagerado dentro deste género de filmes que só os chineses parecem saber como cozinhar com sucesso.
Talvez por isso, por ter uma identidade e um estilo tão marcadamente chinês, o filme seja totalmente trucidado no ocidente, acusado de total falta de coerência, exageros sem nexo, história sem ponta por onde se lhe pegue, etc.
Na verdade concordo com tudo.
Por outro lado, para conseguirmos apreciar devidamente este tipo de cinema há que deixar não só o cérebro à porta como toda a nossa bagagem cultural e referências ocidentais têm que ser momentaneamente colocadas de parte.
E é isto que 99% do público pura e simplesmente não consegue fazer ainda e como tal é totalmente incapaz de apreciar o que há de bom neste género de filmes verdadeiramente únicos pelo que eles são. Um conto popular chinês na melhor tradição daquela parte do mundo.
O que se passa com o público ocidental é que devido à popularidade do estilo “Dungeons & Dragons” cozinhado pelos americanos a partir do modelo inventado por Tolkien nos anos 30 e 40, este não consegue conceber outra fórmula de fantasia que não seja a habitual – quest- com um grupo de heróis, um feiticeiro, um elfo, um anão, etc.
Dê por onde der, por mais que remisturem os ingredientes, no ocidente toda a fantasia de consumo popular vai sempre beber á mesma fórmula. As pessoas estão totalmente formatadas para olharem apenas para o estilo Tolkien com sendo o único género de fantasia que pode existir; da mesma forma que há alguns anos atrás devido ao sucesso do Star Wars original, muita gente pensava que o género da Space-Opera era a única ficção-científica que devia existir e tudo o que não encaixasse na fórmula popularizada (e não inventada) por George Lucas não era digno de consideração popular.
Actualmente o desprezo pela fantasia chinesa no ocidente é total, apenas porque ela não assenta nas fórmulas ocidentais. As pessoas querem ver –quests– com elfos e anões e nem conseguem perceber que existe um outro género de fantasia bem mais antigo e que até já foi bem popular gerações atrás através de livros; – o conto de fadas chinês.
Só a expressão –conto de fadas– é suficiente para fazer logo metade dos espectadores –muito machos– argumentarem imediatamente que não vêem filmes para crianças e só querem é X-Men e Transformers porque isso é que Hollywood lhes dá permissão gostarem sem correrem o risco de serem apontados como esquisitos pelos amigos ao lado que fingem ser tão homens quanto eles.
Como tal, o conto popular chinês actualmente no ocidente não só é completamente ignorado e desconhecido como depois quando aparece um produto como [“The Monkey King”] é simplesmente atacado e ridicularizado porque não imita os filmes do Peter Jackson.
O que é pena, pois finalmente como está plenamente demonstrado em [“The Monkey King”] a técnologia chegou a um ponto onde a reprodução dos universos de fantasia dos contos de fada chineses finalmente é totalmente possível.
Só é pena que o espectador ocidental já não tenha referências que lhe permitam dar valor a produtos como este apenas porque nada do que podem ver no écran se encaixa na ideia pré-definida que Hollywood selou há muito na cabeça das últimas gerações sobre o que deverá ser um filme de fantasia.
O que não quer dizer que muita da culpa desta situação também não seja dos chineses.
Por exemplo, filmes como [“The Monkey King”] são uma verdadeira oportunidade perdida para a china tentar penetrar no mercado de cinema de fantasia cá pelo ocidente. É são uma oportunidade perdida porque os filmes não fazem qualquer tentativa para – ensinar – as modernas audiências a gostar de novo da magia que se pode encontrar nos contos populares chineses. Ou seja, eu não digo que transformassem este tipo de cinema de fantasia nos Avengers, mas penso que pelo menos poderiam tentar incluir referências suficientes nas histórias de forma a que houvesse algo que o moderno público ocidental pudesse imediatamente identificar para conseguir criar uma empatia com o filme. Tanto a nível de argumento como no próprio estilo das cenas de acção. Essencialmente acalmar um bocadinho o CGI histérico à velocidade da luz…talvez ajudasse a que os espectadores ocidentais conseguissem até ver o filme e tudo…
Eu compreendo que o estilo de cinema de fantasia em versão conto de fadas chinês tenha as suas regras mas por outro lado é essa pureza que os chineses mantêm neste tipo de filmes que os prendem ainda no ghetto dos épicos de fantasia chineses isolados do mundo que se calhar teria muito a ganhar em redescobrir a incrível imaginação que existe nos contos tradicionais do oriente.
[“The Monkey King”] é bem o exemplo disso.
Na verdade o raio do filme pode-se dizer que é do pior !
São duas horas em velocidade ultra acelerada e em total regime visual histérico que uma pessoa quase que tem um colapso nervoso. Epilépticos mantenham-se afastados.
Tudo aquilo que vocês podem ver no trailer, é o filme.
Mais nada.
Imaginem que o trailer durava duas horas.
Aí têm o filme.
Ao fim de meia hora vocês já estão com vontade de clicar no botão de fast-forward e só com muita força de vontade é que a maioria de vós não o irá fazer. Ou então porque já estarão a dormir.
O que é um contrasenso total. Como raio é que um filme com tanta acção pode dar tanto sono ?!
Quando o virem vão entender. Se ainda estiverem acordados.
Aliás, se já viram o “A Chinese Tall Story”, percebem perfeitamente o que estou a tentar dizer agora.
[“The Monkey King”] tem tanta porrada, mas tanta porrada, tanto efeito especial digital mas tanto efeito especial digital que peca por excesso. Aliás, na verdade não há mais nada a não ser CGI histérico durante as duas horas deste filme, o que quer dizer que em duas horas de “história” devemos ter 110 minutos de cenas de acção.
Volto a dizer, vejam o trailer. O filme é o trailer durante duas horas sem parar.
Nem mais, nem menos.
Insuportavel ?
Horrivel ?
Ridiculo ?
Mau como o raio com CGI do pior ?
Claro que sim !
E história tem ?
Claro que não !
Ou melhor, tem.
Mas sofre do pequeno problema de mais uma vez ser baseada naquilo que na sua forma original é um épico literário gigante e como tal, se “A Chinese Tall Story” cometeu o erro de tentar incluir centenas de sequências diferentes de forma a conseguir reproduzir pelo menos as primeiras partes da história original e falhou redondamente por tentar encaixar á força tudo num curto espaço de tempo, também [“The Monkey King”] se espalha ao comprido mas pelo motivo contrário.
Essencialmente [“The Monkey King”] adapta apenas um bocadinho da odisseia épica. Talvez a parte mais “intimista” da coisa o que retêm a acção praticamente no mesmo sitio o tempo todo.
Enquanto em “A Chinese Tall Story” o espectador viajava por mundos e cenários sem conta, aqui em [“The Monkey King”] limitado-nos a acompanhar as intermináveis cenas de acção praticamente nos mesmos três ou quatro sítios. Montanhas, céu, floresta dos macacos, reino celestial, inferno e pouco mais. Pode parecer muito, mas acreditem-me, não é suficiente para dar variedade á história. Ou manter-nos acordados a partir do meio do filme.
Uma história que praticamente não existe, pois todo o filme gira á volta do Monkey King, da forma como cresce, como é treinado, como desafia os deuses, como lida com os demónios e pouco mais. O resto é CGI a duzentos á hora durante os restantes 110 minutos ou algo assim.
Verdade seja dita que o CGI evoluiu bastante no cinema chinês.
[“The Monkey King”] já não se parece com um enorme jogo da Playstation ONE…
Agora parece-se com um enorme jogo da Playstation 4 !
Volto a repetir; nada do que eu possa descrever aqui lhes poderá dar ideia do quanto este filme se torna verdadeiramente insuportável, sendo um verdadeiro teste à nossa paciência enquanto espectadores.
Isto pode querer parecer que eu estou a concordar com tudo o que os ocidentais dizem quando atacam o filme pela net, mas não é bem assim. Isto porque por outro lado [“The Monkey King”] tem coisas absolutamente fascinantes.
Para começar anda sempre na corda bamba entre o – vou mas é desligar esta porcaria – e o – pá, eu tenho mesmo que ver o que vai acontecer a seguir !
É que visualmente se alguma vez houve um conto de fadas plenamente bem ilustrado esse conto de fadas é esta versão de [“The Monkey King”].
O filme conta com imagens absolutamente incríveis e verdadeiras obras primas da ilustração digital para cinema.
Se a ideia foi a de criar um livro ilustrado cinematográfico, [“The Monkey King”] acerta em cheio pois independentemente de algum CGI ser do pior, a verdade é que em termos de design de produção será provavelmente o filme de tantasia oriental mais bem desenhado que alguma vez vi. E já vi muitos.
E também não perde nada em comparação com que se se faz em fantasia no ocidente. Apenas lembrem-se, isto é um conto de fadas chinês e tem uma estética própria totalmente tradicional. Isto é suposto ter este visual !
As cores neste filme são absolutamente incríveis. O design dos cenários, o guarda roupa e até alguns efeitos de maquilhagem fazem com que mais do que um filme [“The Monkey King”] seja um dos melhores livros ilustrados que alguma vez vi no écran.
Tivesse este filme uma história a condizer e poderia ter sido o melhor filme de fantasia dos últimos anos competindo na boa com o melhor da fantasia ocidental como o Lord of the Rings/Hobbit, independentemente das diferenças de estilo.
Infelizmente a história disto é não só, muito pouca como é totalmente desinteressante e se calhar mais uma vez a culpa está na sua pureza pois é apenas um bocadinho muito pequenino de um imenso conto popular chinês e como tal deixará o público ocidental de olhos em bico sem dúvida nenhuma.
O filme pressupõe demasiado que o espectador já conhece o poema épico “Journey to the West” e confia que este preencha na sua imaginação tudo aquilo que não é mostrado ou referido. Ora isto pode funcionar muito bem na China pois toda a gente conhece o conto de trás para frente, mas [“The Monkey King”] apresentado ao público ocidental nunca se aguentaria de todo pois as pessoas não irão conseguir apreciar o que tem de bom por detrás de todo o estilo histérico que nos deixa sem conseguir respirar a todo o momento e muito menos mostra qualquer indício de que [“The Monkey King”] faz na realidade parte de um épico tão grande que precisaríamos pelo menos de mais uns 20 filmes como este para o abranger de uma ponta a outra.
“A Chinese Tall Story” tentou fazê-lo em duas horas. [“The Monkey King”] nem tentou.
Ao contrário do que também vem sendo habitual agora no cinema de fantasia, [“The Monkey King”] mantêm-se também essencialmente como um conto de fadas infantil.
Nunca se nota um esforço para fazer com que esta história possa apelar também aos mais crescidos e por isso muito do que falha aqui, falha porque além do excesso de porrada e efeitos, também não há muita coisa interessante para ver a nível de desenvolvimento de personagens e nunca agarra o público adulto como deveria.
O filme é claramente um filme para crianças, mas se calhar mais uma vez esta é a minha percepção enquanto ocidental, pois aposto que muito adulto na china ao ver isto ficou absolutamente maravilhado com o resultado, simplesmente porque cresceu com esta história e de certeza que acompanhou as suas várias versões cinematográficas e televisivas ao longo dos anos. Das quais esta é definitivamente a melhor.
Não há como fugir. Goste-se ou não, a verdade é que técnicamente o filme é um espectáculo e em IMAX 3D deve ter sido do outro mundo mesmo.
Quem gosta de coisas como o Dragon Ball ou o Naruto, provavelmente vai amar este filme para o resto da vida, pois [“The Monkey King”] tem os melhores combates áereos em estilo anime que alguma vez vi num filme de “imagem real”…embora isto de imagem real seja discutível neste caso…
No entanto, as batalhas são totalmente imaginativas, absolutamente impressionantes e as sequências de porrada finais são verdadeiramente épicas e entusiasmantes, mesmo apesar do vazio dos personagens.
O problema não está nas cenas de acção, mas sim no facto de o filme nunca dar descanso e portanto tudo o que deveria ser do outro mundo, passa muito rápidamente a cansar se não fizermos um intervalo para ir beber um café a meio do filme só para recuperar o cérebro e trazer os olhos de volta.
E os ouvidos.
[“The Monkey King”] fez-me lembrar porque razão eu detesto macacos. É uma sorte o meu televisor ainda estar intacto pois este filme tem sem sombra de dúvida o protagonista mais irritante que alguma vez vi num filme de fantasia. Sim, ainda pior, muito pior que o Jar-Jar-Binks nos asquerosos Star Wars modernos. Se acharam Jar-Jar-Binks insuportável nada os irá prepararar para os guinchos e tiques macacoides infantis do Monkey King !
De jogar o televisor ao rio.
Ah e a suposta –love story– com a “raposa” também não ajuda…eu adoro filmes fofinhos mas com macacos destes sinceramente não há pachorra. Mal empregada raposa…
Portanto afinal o que dizer disto ?
Pá, adorei.
Eu sei.
Eu sei que isto tem tudo para ser do pior. E é.
Eu sei que não se consegue aguentar muito tempo sem entrar em stress total.
E sim, o CGI nota-se que é CGI !!
Este filme ou levava uma das piores classificações de sempre aqui ou levava a nota máxima se calhar pelos mesmos motivos. Por isso se calhar é melhor ficarmos pelo meio.
É que eu nos momentos em que estava acordado adorei tudo o que está visualmente representado neste filme e tenho que admitir que [“The Monkey King”] não me sai da cabeça desde que o vi portanto se calhar devo ter gostado mais do que estou preparado para admitir.
Se calhar foi porque fechou em grande. Adorei o último minuto do filme !
Sim, o último minuto. E porquê ?
Porque [“The Monkey King”] termina exactamente da mesma forma que “A Chinese Tall Story”.
Até parecem imagens do mesmo filme. O que faz com que [“The Monkey King”] seja uma espécie de prequela ou pelo menos mostre o que aconteceu em simultâneo com o outro filme sobre “Journey to the West” unificando este universo de fantasia que ainda será inspiração para muito cinema, desta vez em mais dois filmes totalmente separados e sem qualquer relação entre si mas que ligam as duas histórias numa só de forma que quase parece combinada. Recomendo portanto que antes de verem [“The Monkey King”] vejam sem sombra de dúvida “A Chinese Tall Story”.
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CLASSIFICAÇÃO:
Possivelmente o pior filme de fantasia oriental que já vi, (se não contarmos com o “Zu Warriors” ou “Shinobi“) o que o torna automáticamente eventualmente também no melhor que vocês poderão ver. Confusos ? Eu não. Ou talvez sim…
Se já viram o antigo “A Chinese Tall Story” e gostaram, então este é de visão obrigatória pois não só é mais do mesmo como técnicamente é bastante superior embora não menos plástico ou artificial.
Como podem constatar no IMDB, ou se ama ou se odeia.
Trés tigelas de noodles que certamente irão aumentar de futuro pois eu ainda não sei se adorei isto ou detestei porque o raio do filme não me sai da cabeça e apetece-me revê-lo…acho… É um bom filme, ou se calhar até não. Estão por vossa conta.
A favor: é o filme de fantasia mais colorido que alguma vez vi, parece um livro ilustrado em movimento e nesse aspecto é uma obra prima visual, o design de produção é excelente e até o guarda roupa tem identidade, a caracterização do monkey king é tão boa que quem fala mal dos efeitos deste filme nem se lembra que á frente do actor está um personagem que só existe porque se calhar os efeitos não são tão maus quanto aparentam, alguns momentos de luta são verdadeiramente empolgantes e por vezes o filme torna-se divertidissimo para quem gosta de ver combates estilo Dragon Ball em live action, o final da história está perfeito pois faz a ligação com muito do que já foi mostrado sobre o épico “Journey to the West” em filmes produzidos anteriormente sem qualquer relação com este agora.
Contra: o excesso visual em tudo pode ser demais para muita gente, não dá descanso ao espectador com tanta luta e tanto CGI em modo histérico a todo o minuto, os personagens são um vazio absoluto ou então são irritantes como o raio, o estilo demasiado infantil pode afastar o público adulto num segundo mal percebe que o desenvolvimento de personagens é nulo, adapta apenas um segmento pequenino de uma história épica gigantesca, as lutas acabam por se tornar repetitivas, não há grande variedade de cenários, duas horas disto testa a paciência de um chinês !
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NOTAS ADICIONAIS
Trailer
https://www.youtube.com/watch?v=zCj-XP5cjOY
Comprar
Ainda não está à venda por estas bandas ocidentais.
IMDB
http://www.imdb.com/title/tt1717715
Minha review do “A Chinese Tall Story” que os irá ajudar a situar Monkey King no tempo desta fantasia.
https://cinemasiatico.wordpress.com/2008/04/08/ching-din-dai-sing-a-chinese-tall-story-jeffrey-lau-2005/
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