Satree lek (The Iron Ladies) Yongyoot Thongkongtoon (2000) Tailândia


Este é um filme não apenas sobre homossexuais e transexuais, mas principalmente é uma história sobre “bichas” !
[“Iron Ladies“] é uma história com bichas histéricas por todo o lado, usa e abusa dos estéreotipos, entra por piadas que poderiam inclusivamente ser ofensivas e no entanto consegue cativar-nos com a sua humanidade ao contrário do que seria de esperar naquilo que parecia apenas ser uma comédia á volta de piadas fáceis com gays.

Se calhar é melhor começar por dizer que pessoalmente estou-me borrifando para as preferências sexuais de cada um, (live and let live) e como tal penso não ter particular homofobia, pois por mim cada um vive a vida como entender, mas a verdade é que aqueles homossexuais em modo bicha-histérica é algo que me ultrapassa por completo, como aposto que também confunde muita gente que também não compreende de todo aquele tipo de personalidades estilo bicha-excessiva e a razão de tanto comportamento exibicionista. E é com isto que [“Iron Ladies“]  joga logo muito bem para começar e não poderia tê-lo feito melhor.

Como explicar isto…[“Iron Ladies“] , assume desde os primeiros minutos que nos vai apresentar um filme de bichas, (não apenas homossexuais), mas quando poderia usar isso para ridicularizar este tipo de atitude perante a sociedade, troca-nos completamente as voltas e parte de todos os estereotipos e preconceitos que conhecemos ou podemos ter, para ir aos poucos trabalhando os personagens e no final damo-nos conta de que estamos a ver uma pequena e simples história, acima de tudo sobre seres humanos que se traduz num bom filme que poderia chamar-se na verdade, todos diferentes todos iguais sem precisar de ser panfletário na defesa do tema.

Homossexuais ou não, transexuais, gays, ou na vertente extrema de bichas em modo histérico, a verdade é que [“Iron Ladies“]  consegue o feito de ultrapassar toda a caricatura e mesmo sem nunca abandonar esse registo histérico apresenta-nos um conjunto de pessoas com que nos acabamos por identificar independentemente das preferências sexuais de cada espectador e tal como acontece ao público presente no estádio do final da história , damos por nós a torcer por aquelas pessoas no final da competição desportiva, apenas porque ficamos a gostar muito delas para lá de qualquer ideia pré-concebida que podemos ter dos personagens no começo do filme.

[“Iron Ladies“] para mim, era seria logo á partida um daqueles filmes para detestar. Não pelos personagens homossexuais, mas porque é um filme sobre competições desportivas e pela parte que me toca, ainda detesto mais filmes sobre desporto do que detesto filmes sobre intrigas palacianas. Sendo assim, comecei a ver isto, convencido que o filme ia ser uma treta pegada sem qualquer interesse e só me despertou interesse inicial, porque descobri que esta história não só foi baseada num caso real, como ainda por cima parece que está fielmente retratada, até naquilo que nos poderia parecer mais inverosímel e humoristico.

Parece que há alguns anos, lá pelas bandas da Tailândia, houve mesmo uma equipa de Volleyball que limpou um dos campeonatos mais importantes da modalidade contra tudo e contra todos e principalmente contra todas as probabilidades iniciais.
A equipa era composta quase na totalidade por homossexuais em estilo…muito, digamos…exagerado, por um jovem heterosexual (pelo visto algo perdido no meio de tudo aquilo) e por uma rapariga que já tinha sido um rapaz e por causa disso manteve-se incluida na equipa masculina; (pelo menos no que toca ao género que constava no bilhete de identidade dos participantes e não própriamente ás suas identidades sociais)…

Foi a equipa sensação, porque para além de todo o exibicionismo, ainda por cima parece que os tipos eram mesmo bons técnicamente e como tal deram um baile a muita equipa de machos a sério até ao fim do campeonato tal como está retratado no filme.
[“Iron Ladies“]  é um filme simpático. Na verdade como cinema é um produto bem mediano e banal, não diferindo muito daqueles telefilmes sobre desporto que já vimos milhares de vezes produzidos na américa e como tal não é pelo seu lado mais cinéfilo que irá conquistar espectadores.

É no entanto uma proposta muito divertida e com momentos mais intimistas do que seria de esperar, com excelentes caracterizações de personagens e segundo consta uma óptima reprodução dos acontecimentos reais até no visual dos próprios personagens. Inclusivamente aparecem no filme imagens dos verdadeiros protagonistas também.
Como comédia, não tem medo de ser totalmente politicamente incorrecto e antes que o espectador entre a matar com uma perspectiva mais ofensiva ou menos tolerante, é o próprio [“Iron Ladies“]  que se encarrega de nos apresentar desde logo todo o tipo de situações e piadas chungas ,anti-gays e afins em que o espectador possa pensar.
O que desarma logo metade de qualquer audiência que depois nem fica com muito para atacar caso pensasse falar mal do filme por ser uma história de …maricas.

[“Iron Ladies“]  é uma história de maricas, e maricas com muita mariquice  é coisa que não falta aqui, no entanto é o primeiro a assumir-se como ridicularizante da própria situação que pretende retratar para depois pegar nesse aspecto e conquistar-nos por completo humanizando todas as pessoas e anulando qualquer preconceito que possa existir.
Garanto-vos que mesmo que entrem nisto com vontade de rir um bocado das maricagens excessivas dos personagens, quando chegarem ao final da história já nem se lembram que estão a ver um filme totalmente gay e está aqui um dos grandes trunfos de [“Iron Ladies“].

Como comédia tem alguns gags muito divertidos mesmo, embora o facto de parecer mais um telefilme do que uma obra para cinema lhe retire muita da identidade que poderia ter tido e crie a ilusão de que será um produto mais banal do que se calhar até nem é.
Por outro lado, o trailer é bem mais engraçado que o filme.
Muito mais engraçado mesmo.

O filme tem algum desiquilibrio na narrativa e pelo facto de tentar contar tantas histórias com tantos personagens fragmenta-se demasiado entre a comédia e o drama televisivo e o ritmo narrativo acaba por sofrer bastante por isso.
Se o tipo de montagem fosse o mesmo presente no trailer, teriamos em [“Iron Ladies“]  uma comédia fantástica, mas assim como está estamos apenas perante um filme com alguns momentos muito divertidos e hilariantes mas que se perde algures entre vários géneros.
É uma comédia, tenta ser um drama e depois ainda segue todas as regras daqueles filmes desportivos que já vimos mil vezes e por isso a coisa não resulta tão bem quanto aparenta no trailer enquanto comédia supostamente hilariante.

Mas não deixem de espreitar pois é um pequeno filme algo surpreendente e  quanto mais não seja, vale a pena conhecer toda esta história invulgar ocorrida há mais de dez anos atrás no outro lado do mundo.
E mesmo não sendo uma comédia genial, contém um par de gags hilariantes com personagens do outro mundo.

——————————————————————————————————————

CLASSIFICAÇÃO:

Se procuram uma boa comédia, bem conseguida e com um par de momentos muito engraçados não vão mais longe pois vão divertir-se com isto.
Não há muito mais para dizer, [“Iron Ladies“] é um filme muito simpático que nos cativa mais a cada minuto que passa e que vão gostar de acompanhar mesmo com toda a previsibilidade do final.
Trés tigelas de noodles pois é realmente um bom filme. Nem mais, nem menos.

noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg

A favor: a humanização dos personagens ao longo do filme é a sua principal força, ridiculariza todo o universo gay antes que o espectador tenha tempo para o fazer de forma preconceituosa e dá-nos a volta por completo fazendo-nos ganhar respeito até pelas bichas mais histéricas presentes na história, alguns gags são hilariantes, consta que é uma excelente reprodução do que se passou até nos detalhes dos personagens, é um filme muito simpático e divertido cheio de personalidade que vão gostar de acompanhar e é um bom remédio para um dia triste e cinzento, até quem não pode mais com filmes desportivos irá gostar de acompanhar este.
Contra: nem sempre resulta como comédia pois tem demasiadas histórias mais sérias para contar ao mesmo tempo, o trailer é bem mais engraçado que o filme, não ficará na memória enquanto cinema pois assemelha-se demasiado a um telefilme, tem aquele estilo de humor oriental algo caótico que pode confundir quem não está habituado ao género da comédia asiática, é um filme sobre desporto e vocês já viram mil histórias iguais portanto já sabem com o que podem contar.

Ps: parece que o filme foi um sucesso tão grande que depois se realizou uma sequela, suponho eu já com uma história imaginada, mas de que falarei aqui assim que o conseguir ver.

—————————————————————————————————————

NOTAS ADICIONAIS

Trailer
http://www.youtube.com/watch?v=1RrfImNslT4

Comprar
Comprar na Amazon.com

Download aqui

IMDB
http://www.imdb.com/title/tt0263957/combined

——————————————————————————————————————

Se gostou deste irá gostar de:
*Não tenho nenhuma comédia semelhante a isto no blog*

——————————————————————————————————————

Pen choo kab pee (The Unseeable) Wisit Sasanatieng (2006) Tailândia


Desde “A Tale of Two Sisters” que não encontrava um thriller sobrenatural tão fascinante e portanto fiquem já a saber que [“The Unseeable“] leva logo uma classificação excelente porque é realmente cativante.

Ainda ponderei seriamente não lhe atribuír as cinco tigelas de noodles e o golden award que lhe dou e ficar-me apenas pelas cinco tigelas de noodles “apenas“, mas depois de pensar muito no assunto, percebi que estava a diminuir o valor de [“The Unseeable“]  só porque é mais um filme do realizador Wisit Sasanatieng e isto já parece suspeito eu estar a dar tanta classificação máxima a todo e qualquer filme dele que me passa pela frente.

Já o fiz com “Citizen Dog” e depois com “Tears of the Black Tiger” e portanto, agora até a mim me parecia estranho voltar a dar novamente a classificação máxima a outro filme deste realizador, especialmente tendo em conta que até há menos de um mês atrás eu nunca tinha ouvido falar do tipo.
Mas a verdade é que também adorei[“The Unseeable“] e acho que está carregado de coisas que o tornam não só num dos melhores filmes sobrenaturais desde o extraordinário “A Tale of Two Sisters” mas também num produto com uma identidade muito própria que merece ser valorizada.

Isto, mesmo apesar de [“The Unseeable“] nem ter nada de muito original, pois essencialmente vai beber a todas as referências clássicas e mais algumas dentro do género de filme com casas assombradas.
Na verdade não me lembro de haver qualquer coisa minimamente original na história de [“The Unseeable“]. Desde a premisa á volta da casa isolada, até ao próprio –spoiler– presente no titulo do filme tudo indica ao espectador que irá ver não apenas uma história idêntica a tantas outras mas essencialmente um filme homenageia todo o cinema clássico sobrenatural que já vimos em Hollywood mas desta vez transposto para as paragens da Tailândia.

E isto não poderia ter resultado melhor. Quando percebemos que em [“The Unseeable“] não iremos ver nenhuma história particularmente surpreendente ou original, estamos livres enquanto espectadores para nos envolvermos na atmosfera clássica e deixarmo-nos levar pelo seu tom assombrado que é a grande força deste filme.
[“The Unseeable“] é um filme assombrado e tudo nele remete para um ambiente quase encantado e perdido no tempo, onde, aposto a própria época em que a tudo se passa terá sido pensada para ainda aumentar mais esse efeito.

Essencialmente conta a história de uma rapariga que viajando em busca do marido desaparecido, chega a uma quinta isolada numa região remota da Tailândia seguindo uma pista do seu paradeiro. Grávida e prestes a ter o filho, vê-se obrigada a servir como empregada nessa casa em troca do abrigo e a partir daí tudo aquilo que o espectador espera, acontece.
Curiosamente [“The Unseeable“] é um filme muito parecido com outro grande sucesso, produzido em Hollywood há alguns anos atrás e realizado em Espanha mas é melhor não revelar o nome desse título porque acabaria por ser mais um spoiler e este filme já é suficientemente previsivel para que eu lhes estrague ainda mais as coisas.

Embora, o facto de ser bastante previsível, não signifique que a história seja particularmente básica. Pelo contrário, [“The Unseeable“] tem um excelente argumento cheio de pequenos pormenores que os fará querer voltar a vê-lo porque não apanharão tudo á primeira, pois este filme é um verdadeiro festival de texturas tanto a nível visual como no que toca ás várias camadas da própria história.
Não será propriamente tão complexo quanto, “A Tale of Two Sisters” e é bem menos labírintico que esse fantástico titulo sul-coreano, mas se gostaram desse vão gostar muito de [“The Unseeable“] pois são muito semelhantes em termos de estrutura.

Têm também em comum o facto de serem dois filmes que vão muito para além do filme de terror, por isso tal como “A Tale of  Two Sisters”, também [“The Unseeable“] é um daqueles raros filmes sobrenaturais que muito provavelmente irão agradar bastante até aquelas pessoas que normalmente nem gostam muito de filmes de terror ou têm medo de os ver.
[“The Unseeable“] não será propriamente um filme de terror puro, porque na verdade até nem é tão assustador assim e nem sequer o seu final “chocante” causa aquele arrepio inesperado na espinha precisamente por seguir o estilo clássico de toda a história e como tal ser tão previsível.
Por isso estamos na presença de um titulo muito recomendável até para quem não costuma gostar de cinema deste género.

Estamos essencialmente na presença de uma história sobrenatural e o terror acaba por ser a consequência e não o objectivo.
[“The Unseeable“] contém um par de bons sustos, mas não abusa deles porque prefere “abusar” do ambiente encantado desconfortável que nos faz passar o filme todo a pensar que há algo de muito errado naquela casa onde as sedas transparentes nos décors substituem os corredores escuros e as sombras do costume.
Arrepia mais a interacção dos personagens em ambientes supostamente normais nesta história do que própriamente as típicas cenas com fantasmas que também as tem e isto muito graças ao talento visual do realizador que mais uma vez cria uma obra intensamente gráfica e onde cada imagem é um verdadeiro quadro.

Um quadro, desta vez pintado em tons sépia intercalado por verdes  misteriosos  e também aqui o realizador volta a surpreender quem como eu esperava um filme bem mais assumidamente gráfico em modo histérico como tinha sido a regra nos filmes anteriores.
[“The Unseeable“] troca-nos as voltas visualmente e mantém-se sóbrio durante toda a sua história o que só demonstra o talento deste tipo para conseguir mudar de registo estético sem nunca perder o seu dom para contar histórias visualmente muito cuidadas onde nunca se descura o argumento.

Tudo funciona em [“The Unseeable“] e surpreende porque consegue ser um excelente filme sobrenatural sem precisar de ser particularmente original. Temos uma casa assombrada visualmente perturbante e cheia de corredores escuros quanto baste, temos fantasmas criançinhas para nos darem cabo dos nervos, personagens cativantes e onde nem sequer falta a típica governanta antipática e absolutamente arrepiante ao melhor molde clássico.

E ainda por cima há um sentido de humor absolutamente surpreendente em [“The Unseeable“] que eu não estava nada á espera, pois o realizador consegue brincar completamente com o suspanse e as expectativas dos espectadores quando nos prega um susto ou dois com um par de momentos humorísticos quando nós esperariamos arrepiar-nos com algo muito assutador.

——————————————————————————————————————

CLASSIFICAÇÃO:

Quase, quase tão bom quanto “A Tale of  Two Sisters” embora lhe falte a originalidade que se calhar merecia ter tido.
Por outro lado, é um grande filme sobrenatural e um thriller misterioso que irá agradar até aquelas pessoas que normalmente não gostam de filmes deste género.
Cinco tigelas de noodles e um Golden Award porque gostei mesmo muito e manteve-me agarrado ao ecran do primeiro ao último minuto apesar de toda a previsibilidade da história e do desenlace final.

noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg gold-award.jpg

A favor: o realizador não se repete e inova a sua própria estética, a atmosfera visual é fantástica, a casa tem pilhas de atmosfera, tudo tem um sabor clássico e assume-se totalmente enquanto homenagem visual ao melhor daquilo que já vimos noutros sitios, os personagens são trágicamente cativantes, tem fantasmas criancinhas e vozes infantis no escuro, tem momentos de humor muito bem colocados para nos fazer realmente respirar de alívio nos sitios certos embora totalmente inesperados, a história é previsivel mas cheia de pequenos e complexos pormenores que os fará querer voltar a rever este título, o personagem da governanta clássica está perfeito e vão adorar odiá-la e teme-la, a fotografia do filme é fantástica, está cheio de imagens extraordinárias, é um filme cheio de textura em muitos sentidos, agradará até aqueles que normalmente nem gostam de filmes de terror, como filme sobrenatural é um thriller excelente, consolida a minha fé no cinema tailândes depois de tanto filme péssimo que costuma sair daquele país.
Contra: tudo é por demais previsível e perde totalmente aquele impacto final que deveria ter tido e não tem a partir do momento em que o mistério começa a ser revelado, o trailer é mais assustador que o filme, não é tão bom quanto “A Tale of Two Sisters” apenas porque a história é mais simples e previsivel.

——————————————————————————————————————

NOTAS ADICIONAIS:

Trailer
http://www.youtube.com/watch?v=tKg35cY4GhQ

Comprar
http://sensasian.com/product.php/en/V14981H-D/

Download aqui

IMDB
http://www.imdb.com/title/tt0950500/combined

——————————————————————————————————————

Se gostou deste poderá gostar de:

A Tale of Two Sisters

——————————————————————————————————————

Fah talai jone (Tears of the Black Tiger) Wisit Sasanatieng (2000) Tailândia


[“Tears of the Black Tiger“] é um filme absolutamente único por vários motivos e se há um título que merece sem sombra de dúvida um excelente estatuto de filme de culto é este.

tears-of-the-black-tiger_08

Contrariamente ao que seria de esperar quando pensamos em Westerns, os Estados Unidos não foram os maiores produtores ( em quantidade ) de filmes de cowboys ao longo dos anos. Nem sequer foram os Italianos com a sua variante “Spaghetti” filmada normalmente em Itália ou no sul de Espanha.
Foram os Tailândeses.

tears-of-the-black-tiger_03

Em termos estatísticos parece que para desconhecimento total de todos nós, a Tailândia produziu uma tonelada de Westerns desde que o cinema chegou àquelas bandas. Na sua maioria títulos que nunca sairam do país mas que se tornaram em verdadeiros objectos de culto. Não propriamente pela sua qualidade mas sim pela sua originalidade, tal como é bem demonstrado aqui neste clip que um amigo me enviou há pouco ( pertencente ao filme Tailandês “San Basilio” de 1981 ). Foi a razão de eu hoje me ter lembrado que também estava na altura de recomendar [“Tears of the Black Tiger“] aqui no blog e portanto a ocasião não poderia ter sido melhor.
Vamos a isto. Viajemos até à terra dos cowboys, dos rancheiros, dos indios…A Tailândia.

tears-of-the-black-tiger_14

Não se assustem. [“Tears of the Black Tiger“] não é um “San Basilio” mas sim uma homenagem ao género, procurando não só reproduzir a atmosfera clássica “technicolor” da época como inclusivamente quer ainda recuperar o estilo kitsh ( em total modo pimba foto-novelístico), acertando em cheio na execução da ideia.
A tal ponto que muita gente pensa que este filme ou “é antigo” ou “está mal feito; (porque a imagem não presta)”

tears-of-the-black-tiger_32 tears-of-the-black-tiger_38

Parece que a Tailândia tem mantido um verdadeiro fascinio com o cinema Western norte americano  bem longe do conhecimento do publico ocidental.
Como se já não bastasse imaginarmos duelos de cowboys pelo meio de arrozais ( sim, campos de arroz no oriente ) depois a Tailândia ao logo das décadas foi misturando géneros ao Western até tudo ter dado origem a um estilo de cinema de cowboys verdadeiramente único, verdadeiramente desconhecido e verdadeiramente chunga, num certo sentido pimba divertido.

tears-of-the-black-tiger_40 tears-of-the-black-tiger_36

Isto porque os filmes Tailandeses ainda hoje não se livram daquela aura absolutamente inépta e amadora que torna o Cinema daquela região possivelmente no pior do oriente, pois são poucos os filmes Tailandeses que se conseguem suportar…
Tenho a certeza que se Ed Wood se tivesse nascido Tailandês teria sido certamente aclamado como o maior realizador do país, pois o cinema daquela terra continua a ser verdadeiramente “Edwoodiano”…para não lhe chamar outra coisa; ( especialmente desde que descobriram o CGI pois não deve existir pior utilização dessas técnicas modernas no cinema contemporâneo do que aquilo que a Tailândia faz actualmente com o digital…)
Mas como em tudo, há excepções absolutamente brilhantes e pelo visto ainda há quem saiba fazer cinema extraordinário na Tailandia.

tears-of-the-black-tiger_17 tears-of-the-black-tiger_18

Como alguém referiu um dia numa review, [“Tears of the Black Tiger“] é definitivamente um daqueles filmes que são a razão de muita gente se apaixonar pelo Cinema, enquanto 7ºArte.
Se o cinema se pode definir pela arte de contar histórias por imagens tentando ser o mais original e eficaz possível sem nunca esquecer que as mesmas também podem invocar poesia e emoção então como já foi escrito, este é um dos melhores títulos de sempre nesse aspecto; tanto pelo visual como pela própria atmosfera única desta história que nos hipnotiza por completo mal nos deixamos transportar para aquele universo adentro.

tears-of-the-black-tiger_41 tears-of-the-black-tiger_44

Nunca pensei recomendar um filme oriental dizendo isto, mas…
Quem adorar a obra literária de Gabriel Garcia Marquez, nomeadamente livros como “O Amor em Tempos de Cólera“, ou porque não, “Cem anos de solidão“, vai adorar [“Tears of the Black Tiger“].
Se Garcia Marquez tivesse sido realizador este teria sido o tipo de cinema que certamente faria adaptando muitos dos seus romances. Há por aqui aquela magia e aquele sentido de “realísmo mágico” característico da sua escrita, o que dá imensa personalidade a este filme.

tears-of-the-black-tiger_06 tears-of-the-black-tiger_12

Agora é que me meti mesmo em sarilhos pois vai ser muito complicado explicar o que quero dizer com isto, mas sinceramente espero que algum produtor coloque os olhos neste realizador e o obrigue a fazer um novo remake para cinema de “O Amor em Tempos de Cólera“, ou até mesmo uma adaptação de “Memórias das minhas putas tristes“.
Até pode ser tudo transposto em termos de ambiente para a Tailândia que irá ter mais alma, poesia e atmosfera “Marqueziana” genuína do que a última tentativa em piloto automática saida de Hollywood para adaptar “O Amor em Tempos de Cólera“ que foi absolutamente esquecível em todos os aspectos e um verdadeiro desperdício de um dos melhores livros de todos os tempos.

MCDTEOF EC039

[“Tears of the Black Tiger“] sem adaptar “O Amor em Tempos de Cólera“ ou qualquer outro livro de Garcia Marquez tem mais a ver com o seu universo literário do que qualquer coisa que Hollywood tenha tentado colocar no ecran nas últimas décadas.

tears-of-the-black-tiger_34 tears-of-the-black-tiger_43

Definir o que quero dizer ainda se torna mais complicado, se eu lhes disser agora que [“Tears of the Black Tiger“] é uma espécie de romance que Garcia Marquez nunca escreveu mas que poderia ter escrito se as suas histórias também metessem cowboys tailândeses pelo meio por entre palmeiras e campos de arroz.
Confusos ? Eu não.

tears-of-the-black-tiger_24

Logo desde os primeiros segundos [“Tears of the Black Tiger“] remete para uma atmosfera totalmente Garcia Marquez, o visual clássico da protagonísta de características étnicas ocidentais, o ambiente cénico a fazer lembrar aquela arquitectura colonial presente nos romances do escritor, as cores e os estimulos visuais que poderia ter sido decalcados de obras como “Cem anos de solidã0” e até o sentido de humor no estilo em que está presente em “O Amor em tempos de cólera“, tudo me fez ter a sensação de que estava a assistir no ecran à melhor adaptação de um livro que Garcia Marquez nunca escreveu e o resultado não poderia ter sido melhor.

tears-of-the-black-tiger_31 tears-of-the-black-tiger_09

Depois de eu ter visto tanto filme mau saído da Tailândia nos últimos tempos, não deixa de ser fascinante quando agora três dos melhores filmes que vi  saídos daquela região tenham sido  criados pelo mesmo realizador-argumentista.
O criativo Wisit Sasanatieng ; cineasta que entrou já para a minha lista de realizadores favoritos por causa de: “Citizen Dog“, “The Unseen” e [“Tears of the Black Tiger“].

Até hoje ainda não quero crer que [“Tears of the Black Tiger“]  me passou ao lado estes anos todos apesar de já ter sido filmado em 2000 !
Temos aqui mais um bom exemplo de outro título que pode agradecer a sua actual popularidade no nicho do cinema de culto à existência de internet. Se ainda vivessemos num mundo de há trinta anos atrás fechados nos nossos próprios países, alguém como eu jamais conseguiria ter acesso a este tipo de cinema, quanto mais ouvir falar dele; até porque aqui em Portugal, tudo o que não vem de Hollywood não existe desde sempre.

tears-of-the-black-tiger_04

[“Tears of the Black Tiger“] visualmente é absolutamente fascinante. Tem uma estética artificial quase teatral mas onde tudo foi construído tradicionalmente através de cenários, efeitos gráficos e pinturas, o que lhe dá uma atmosfera extranhamente natural apesar do histerísmo visual de practicamente todas as cenas e lhe confere um efeito muito menos plástico do que veio depois a acontecer em “Citizen Dog” onde tudo foi criado digitalmente.

 tears-of-the-black-tiger_02

O filme resulta em muitos níveis. Como drama romântico é genial. Ou melhor, diria mesmo, como tragédia romântica é genial, pois vai buscar aquele estilo melodramático totalmente over-the-top dos romances de cordel dos anos 30 e 40 e mistura tudo com a maior quantidade de clichés do Western mais puro num resultado final absolutamente surpreendente por muitos e variados motivos.
E ainda por cima enquanto filme de acção tem momentos clássicos a fazer lembrar o melhor e mais cru do trabalho de realizadores como Sam Peckinpah ou Samuel Fuller de uma forma divertidissima.

tears-of-the-black-tiger_23

[“Tears of the Black Tiger“] está cheio de tiroteios e baldes de sangue por todo o lado, o que o torna na primeira história de amor intensamente romântica com cenas gore absolutamente geniais, (vão adorar a bala pelos dentes).
Enquanto história de amor é fabuloso, não só visualmente como ainda tem muita alma e poesia pelo meio e nem o seu estilo totalmente melodramático em tom histérico de fazer chorar as pedras da calçada lhe retira o mérito de ser uma das melhores histórias de amor orientais ( e de todos os tempos ).
Muito pelo contrário pois é intensamente romântico ao melhor estilo clássico.

tears-of-the-black-tiger_16

Enquanto filme de porrada, ou melhor, enquanto filme-de-cábois é totalmente divertido. Não só a violência é estupidamente intensa a todo o instante embora totalmente cartoon, como está filmado num estilo que anda por ali algures entre os Westerns do final dos anos 60 e o cinema-exploitation do meio dos 70.
Muito daquilo que vocês viram Robert Rodriguez tentar recriar agora recentemente em filmes como Desperado, Planet Terror ou até mesmo Machete está aqui reproduzido em [“Tears of the Black Tiger“] de uma forma genuína para nos surpreender e divertir.

tears-of-the-black-tiger_35

Curiosamente o filme apesar de parecer ser uma espécie de dois-em-um com duas partes totalmente separadas que poderiam ser filmes isolados por si só, a coisa resulta plenamente quando a história de amor se junta ao western tailandês no acto final da novela.
Até lá parece que estamos a ver dois filmes diferentes ao mesmo tempo, inclusivamente com tratamentos visuais ligeiramente diferentes; por isso não se surpreendam.
Em [“Tears of the Black Tiger“] acompanhamos a história de amor no seu estilo telenovela melodramática em ambiente colonial por um lado, mas também um western-exploitation em modo ultra-violento por outro que depois irão cruzar-se num único ponto.
E não é que tudo isto resulta ?!

 tears-of-the-black-tiger_15

Quem viu “Citizen Dog” e gostou, vai adorar [“Tears of the Black Tiger“].
Desde os enquadramentos até ao tratamento de cor, tudo neste filme está no ecran para nos maravilhar e fazer entrar num mundo de fantasia muito próprio e incrivelmente único onde as referências clássicas abundam e nos obrigam a voltar ao filme por muito mais vezes só porque nos escaparam detalhes á primeira.
O estilo western-chunga é genial e o uso do technicolor dos anos 50 para a história de amor tem resultados não só intensamente românticos como visualmente fabulosos.
A cor na cena da praia por exemplo está extraordinária e o filme tem ainda um intenso sabor a “IN THE MOOD FOR LOVE“.
Portanto se sabem do que estou a falar, irão adorar [“Tears of the Black Tiger“] por muitos motivos.

tears-of-the-black-tiger_25

Em termos de história, haveria bastante para contar, mas como não quero estragar o prazer da descoberta acho que mais uma vez basta apenas referir que quem também gostou de livros como “O Amor em tempo de cólera” vai curtir muito [“Tears of the Black Tiger“]. Garanto-vos.
Não terá a complexidade de argumento de um romance de Garcia Marquez mas tem a sua alma e acima de tudo contém uma poesia semelhante, tanto no seu visual único e extraordinário como no próprio coração emocional da história.

tears-of-the-black-tiger_26

Quem quiser ver um filme de porrada completamente estilizado a fazer lembrar o melhor cinema chunga surpreendentemente vai encontrá-lo no meio de uma história de amor cheia de atmosfera.
Quem procura uma história de amor cheia de atmosfera surpreendentemente vai encontrá-la no meio de um filme cheio de tiros, bocados de pessoas a saltar por todo o lado e violência gratuíta quanto baste.
Ah e a banda sonora é fabulosa.

——————————————————————————————————————

CLASSIFICAÇÃO

Um dos filmes românticos mais bonitos e originais saidos da ásia que me apareceram pela frente até agora; até porque tem um estilo visual absolutamente clássico ao mesmo tempo que mete baldes de sangue e bocados de pessoas a saltar por todo o lado.
O mais incrível é que consegue criar uma história de amor com que nos importamos e consegue misturar dois géneros de filmes que nunca chocam nem parecem metidos a martelo.

tears-of-the-black-tiger_30 tears-of-the-black-tiger_13

Absolutamente notável em todos os sentidos e um dos filmes mais originais que já recomendei em qualquer dos meus  blogs de cinema.
Nunca viram nada assim.

Cinco Tigelas de Noodles e um Gold Award

noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg gold-award.jpg

Porque é realmente surpreendente e muito criativo mas acima de tudo porque nos transporta para um mundo que nunca vimos e quase que nos apresenta uma espécie de realidade paralela em todos os aspectos.

tears-of-the-black-tiger_42 tears-of-the-black-tiger_37

A favor: um visual fabuloso, excelente banda sonora, personagens com que nos importamos, boa história de amor totalmente melodramática mas perfeitamente adequada, parece um livro do Gabriel Garcia Marquez se este escrevesse histórias com cowboys e baldes de sangue passadas na Tailândia, a fotografia estilo technicolor na sequência da praia, é muito divertido, tem cenas gore e gente cortada aos bocados, tem muita alma e é um exercicio de poesia visual, consegue ser cómico emocionante e dramático ao mesmo tempo que tudo resulta num filme completamente coerente, é de fazer chorar as pedras da calçada ao melhor estilo fotonovela das revistas clássicas.
Tudo o que falhou em Sukiyaki Western Django resulta plenamente em [“Tears of the Black Tiger“].

Contra: quem não gosta do estilo gráfico excessivamente artificial não vai gostar disto, pode ser demasiado estranho para quem procura algo mais mainstream…afinal não tem indios…

——————————————————————————————————————

tears-of-the-black-tiger_01

——————————————————————————————————————

NOTAS ADICIONAIS:

Trailers ( que vale a pena verem ):

——————————————————————————————————————

——————————————————————————————————————

COMPRAR DVD – REGIÃO 2 – EDIÇÃO UK
dvd
Boa edição para um filme que se está a tornar bem raro.
Infelizmente ainda não existe em bluray por isso é aproveitar em Dvd, porque está baratinho.
https://www.amazon.co.uk/gp/product/B00005UWPC/ref=as_li_tl?ie=UTF8&camp=1634&creative=6738&creativeASIN=B00005UWPC&linkCode=as2&tag=cinaosolnas-21

IMDB
http://www.imdb.com/title/tt0269217

Podem ir buscá-lo aqui.

Nota curiosa: A actriz principal, pouco depois do filme concluído foi vítima de uma doença rara que quase a matou. Foi internada já inconsciente e quando acordou tinham-lhe amputado uma das pernas para a salvar. Actualmente encontra-se bem.

0307141WRPv6

——————————————————————————————————————

Filmes estéticamente semelhantes de que poderá gostar:

The Promise capinha_citizen_dog

——————————————————————————————————————

 

Khun krabii hiiroh (Sars Wars: Bangkok Zombie Crisis) Taweewat Wantha (2004) Tailândia)


Quando o trailer do filme é o próprio a dizer coisas como:
Warning ! Please have some toilet paper handy while watching this movie because you might shit yourself laughing !”  a gente percebe logo que [“Sars Wars“] só pode ser cinema do bom !

Além de ser  cinema do bom, será provavelmente a comédia com as piadas mais imbecis dos últimos anos, o que o torna também logo num filme hilariante e como tal o trailer até terá razão embora não estejamos própriamente a rir pela objectiva veia cómica dos argumentistas. Ou se calhar isto é uma obra prima do nonsense ao melhor nível dos MontyPython em versão Tailândia, não faço ideia…

[“Sars Wars“] é um trash-movie como há bastante tempo não me aparecia pela frente. Chunga, com piadas que nunca mais acabam mas todas sem nexo nenhum, baldes de sangue mas tudo muito cartoon, miúdas giras que passam o filme todo mais preocupadas em parecer sexys do que em representar, montes de tiros e gente cortada aos bocados de todas as formas e feitios, mortos vivos que nunca mais acabam, sequências em Anime pelo meio e … uma cobra gigante !! (?)…

Como descrever esta coisa ?
Tudo é mau em [“Sars Wars“], logo…tudo é bom.
Melhor, logo, tudo é genial !
A começar pela auto-paródia dos próprios criadores do projecto pois passam o filme todo a constatar como tudo aquilo é mau demais assumindo que tudo isto foi feito apenas para sacar guito aos espectadores.
E sendo assim, como não concordar com eles e achar também que este filme só pode ser bom porque é realmente mau ?!

[“Sars Wars“] mete coisas demais para poder contar aqui sem me baralhar todo. E todas elas falham redondamente tornando o filme num daqueles filmes-lixo absolutamente irresistiveis. Embora [“Sars Wars“] seja menos divertido do que aparenta ser no trailer.
Aliás, o trailer é excelente e dá uma ideia errada até do próprio ritmo da coisa.
O filme tem tanta referência metida pelo meio que acaba por ser algo completamente desconjuntado e com um ritmo muito estranho que anula em alguns momentos aquele efeito divertido que aparenta ter no trailer.

No entanto, não deixa de ter momentos absolutamente geniais de tão maus que são.
Desde os mortos-vivos que mais parecem figurantes rejeitados do Thriller de Michael Jackson, até ás heroínas sexy que fazem com que a saga Resident Evil pareça ser o Casablanca, tudo em [“Sars Wars“] se mistura numa combinação explosiva que os irá divertir ao longo da sua duração.

E já lhes disse que isto mete uma cobra gigante ?!
[“Sars Wars“] é assim uma espécie de mistura de Zombies do Romero com o Jaws do Spielberg mas com uma cobra gigante á mistura que parece um gráfico da Playstation One. Pelo meio ainda tem tempo de se parecer com o Resident Evil, piscar o olho ao Matrix e a todos os filmes de porrada do John Woo. Ah, e mete light-sabres também… e sexo badalhoco.
Além disso, como habitualmente no cinema Tailandês, os efeitos de CGI são absolutamente do piorio.
O que me leva ao feto/aborto-zombie…ou se calhar é melhor não…

Essencialmente não há muito mais para dizer sobre [“Sars Wars“], até porque é muito dificil encontrarmos palavras para dizer o que quer que seja sobre isto de uma forma coerente.
Deve haver qualquer coisa na água da Tailândia que faz com que practicamente 99% dos filmes saídos daquela terra sejam…indiscritíveis, no mínimo…
E este [“Sars Wars“] não é excepção porque só visto mesmo.

As piadas não têm graça, e por isso são hilariantes, as cenas de acção são do piorio mas resultam porque se espalham em tudo o que tentam fazer com pinta, tem gore e sangue aos montes mas é tudo tão cartoon que isto quase que se torna um filme para crianças do Road Runner em versão chunga, é um filme de terror, é uma comédia, é um filme de acção e falha redondamente em tudo o que se propõe. Sendo assim, acerta em cheio e o resultado não poderia ter sido melhor porque não poderia ter sido pior. Perceberam ? Pronto.

O mundo está todo virado do avesso. Uma nova variante do virus SARS tomou conta do mundo inteiro (ou quase) e só a Tailândia se safou (?!).
Apesar do mundo ter acabado (?) e essencialmente o pessoal ter todo morrido ou virado morto-vivo, parece que na Tailândia a vida decorre como normalmente (?!) até ao momento em que um homem de negócios que vem do estrangeiro infectado começa a contagiar toda a gente num prédio que rapidamente é isolado pelas autoridades.

Acontece que nesse prédio também estão  um bando de gangsters que não ficam a dever nada aos Irmãos Metralha e que acabaram de raptar a filha de um dos maiores mafiosos da Tailândia (inteligente esta malta) e exigem uma pipa de massa em troca da rapariga ou então…querem fazer-lhe …coisas…

Lógicamente só havia uma solução e essa foi a contratação do maior mestre estilo-Jedi (?!) da Tailândia para ir buscar a miúda que é tudo menos inocente e fofinha. Para complicar temos ainda uma cientista podre de sexy e um jovem aprendiz de heroi que tem um bom gosto extremo na forma como se veste e parte em missão de salvamento também.

Ah, e também há uma rave-party a decorrer no mesmo prédio.
Isto para nem falar na cobra.

——————————————————————————————————————

CLASSIFICAÇÃO:

Para quem pensa que já viu tudo o que se poderia fazer dentro do cinema de terror com mortos vivos, se calhar irá surpreender-se com isto.
[“Sars Wars“] tem sido comparado ao Braindead ou ao Bad Taste do Peter Jackson e a coisa não está mal vista não senhor. A onda é a mesma, mas o resultado é pior, por isso é bom.
Quem gosta de filmes do Ed Wood, tem aqui mais uma vez saído da Tailândia como de costume, outro equivalente ao Plan 9 from Outer Space (históricamente considerado como o pior filme do mundo…algo injustamente), mas agora em versão gore, anime, comédia e violência extrema sem sentido nenhum mas onde tudo resulta num cozinhado muito divertido.
Só mesmo na Tailândia é que se conseguiria fazer uma coisa assim sem se tornar insuportável.
Ou se calhar até é.
Já não sei, estou totalmente baralhado, mas apetece-me rever o filme o que no fim de contas não pode ser mau de todo.
Trés tijelas de noodles na boa porque [“Sars Wars“] é bom por ser mau demais.

noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg

A favor: tem zombies, tem miudas giras, tem baldes de sangue, tem cobras gigantes, tem espadas de luz, tem abortos que voam, tem tiros, tem herois indescritíveis, tem gente cortada aos bocados, tem gangsters, tem piadas sem graça, tem CGIs absolutamente inclassificáveis, tem cenas de acção em total modo histérico, é tão bom quanto qualquer filme de Ed Wood agora em versão Tailândesa chunga e tem homens nus para as miudas apreciarem. É divertido porque nunca viram nada assim, quem odeia o Resident Evil vai adorar odiar este também. O próprio filme não se leva nunca a sério , sabe que é mau, assume isso plenamente e por isso merece logo ser visto por quem gosta de cinema-lixo.
Contra: o trailer é mais divertido que o filme porque se [“Sars Wars“] tivesse tido a mesma montagem que está no clip poderiamos estar na presença de uma obra prima do cinema lixo mas infelizmente fica um bocado aquém do que merecia e poderia ter sido.
Mas não se deixem enganar pela minha singela classificação, [“Sars Wars“]  merece ser visto por quem gosta do género e é totalmente obrigatório para quem coleciona filmes com mortos vivos porque nunca se viu nada assim.

—————————————————————————————————————

NOTAS ADICIONAIS:

Trailer
http://www.youtube.com/watch?v=i1qskrW0U34

Comprar
http://www.amazon.co.uk/Sars-Wars-Unlikely-Hero/dp/B004PYSPU4/ref=sr_1_3?ie=UTF8&qid=1304775881&sr=1-3

Download aqui

IMDB
http://www.imdb.com/title/tt1262945/combined

——————————————————————————————————————

Se gostou deste poderá gostar de:

Quê ?!!…

——————————————————————————————————————

The King Maker (The King Maker) Lek Kitaparaporn (2005) Tailândia


Nós, Portugueses devemos ter feito algo de muito bom pelas bandas da Tailândia pela altura dos Descobrimentos .
Não há filme de aventuras, ou épico histórico Tailândes que não meta Portugueses pelo meio. Mesmo quando não temos papeis relevantes no argumento,  aparecemos como figurantes de background para situar uma história.
Curiosamente, somos sempre caracterizados de formas muito positivas; como soldados corajosos, padres benfeitores, comerciantes de confiança (?) ou intelectuais respeitáveis transmissores de conhecimento e representantes do progresso.
E mais uma vez, cá estamos novamente  também no filme de aventuras [“The King Maker“] e agora com um destaque surpreendente.

Esta coisa de sermos tão bem vistos lá pela Tailândia não para de me surpreender. Até porque eu não me recordo de alguma vez aparecer qualquer notícia constante sobre este tipo de tratamento nos nossos meios de comunicação. Nem sequer me lembro de qualquer documentário histórico sobre toda esta deferência para connosco.
Por isso para mim foi uma verdadeira surpresa quando há um par de anos não só nos vi bastante representados no épico histórico “A Lenda de Suriyothai” como desde lá para cá parece que há portugueses em tudo o que é filme de aventuras Tailandês. Ainda mais me surpreendeu quando no making of de “Suriyothai” é inclusivamente referido que a própria raínha da Tailândia pediu não só para incluir a presença Portuguesa nesse filme como fez questão de se certificar que os Portugueses seriam apresentados de uma forma positiva mesmo apesar de serem figurantes nesse épico e nada mais.
Agora o que não estava nada á espera era de encontrar um novo filme de aventuras em que todos os herois e personagens principais são Portugueses !!

Isto é quase como se o Ministério da Cultura em Portugal produzisse um filme filmado por cá e depois só estivessem Chineses nos papeis principais deixando os portugueses quase como figurantes.
O que torna [“The King Maker“] logo á partida num filme não só único, como muito estranho pela sua própria origem.
Se nem nós nesta terra alguma vez filmamos um épico histórico de aventuras sobre os nossos próprios Descobrimentos em jeito de cinema comercial, como raio é que é possível um filme tão despretencioso surgir agora vindo da Tailândia connosco como herois ?! O mundo é muito estranho…

[“The King Maker“] é um filme Tailandês, passado na Tailândia e sobre a própria história desse país. Apenas nunca me tinha dado conta da nossa própria influência por aqueles lados e não deixa de ser fascinante constatarmos que até países do outro lado do mundo conseguem vir buscar a nossa história para tentarem fazer filmes comerciais de aventura quando nós por cá nesta sacro-santa terrinha parece que temos o rei na barriga e não produzimos mais do que cinema iluminado podre de intelectual e seriedade sobre a nossa História, quando a poderiamos estar a aproveitar para criarmos algo no estilo deste filme que a ensinasse de forma divertida e cativasse até o pessoal mais novo.
Imaginem o que os americanos fariam se tivessem a nossa História !!
E pelo visto, também agora os Tailandeses !!
Mas afinal que tal é o resultado ?
[“The King Maker“] é bom ?

Não.
Por acaso até é um bocado rasca.
Mas tomara que em Portugal alguém tentasse produzir filmes assim com a nossa própria história !
Por tudo isto vai ser muito dificil analisar coerentemente este [“The King Maker“].
Por um lado, este filme é um verdadeiro catálogo das razões porque o cinema Tailandês se espalha redondamente tantas e tantas vezes nos mais variados géneros.
Tudo aquilo que costuma ser mau nos filmes Tailandeses está mais uma vez bem presente também agora e este filme é quase parece ter sido feito de propósito para se mostrar como não se deve fazer cinema.

Mais uma vez estamos na presença de cinema Tailandês com tiques de telefilme de sábado á tarde. Mais uma vez temos outra produção que parece ter sido filmada na mata atrás do estúdio e mais uma vez temos efeitos especiais digitais não só com um estilo gráfico absolutamente amador mas ainda por cima com uma qualidade técnica que deixa mesmo muito a desejar em todos os sentidos.

Isto até nem seria o pior. O problema é que mais uma vez também, levamos com um argumento completamente mal estruturado, com um estilo narrativo que alterna entre vários géneros de filmes ao longo da história e com diálogos que parecem ter sido escritos por alunos do primeiro ano de um qualquer curso de guionismo.
Entre muitos outros problemas, que estranhamente surgem sempre no cinema feito na Tailândia, sequências de acção exageradas e mal coreografadas, efeitos mal inseridos e despropositados, e um esticar de corda muito óbvio no que toca a orçamentos limitados que desejam á força toda parecer-se com super-produções feitas em Hollywood.
Fico sempre com a sensação que todo o cinema feito na Tailândia se esforça demasiado por parecer americano em vez de procurar uma identidade própria e em [“The King Maker“] isto não é excepção.

É que desta vez e para piorar as coisas, não é que resolveram filmar a história toda em inglés ?!!
Um filme Tailandês, com americanos e ingleses a fazerem de Portugueses e com Tailandeses a (tentar) falar em inglés ?!!
Isto só podia dar no que deu.
Consta inclusivamente que os actores Tailandeses não percebiam a ponta de um corno de inglés e que decoraram as falas pelo som, o que bem vistas as coisas explica muito do resultado.
Se espreitarem o IMDB verão que este filme é um verdadeiro saco de pancada, principalmente porque o pessoal casca á força toda nos actores precisamente por causa do “engrish” forçado que percorre este filme e que remete logo para o ridículo muito do suposto drama que deveria estar a emocionar-nos mas no entanto só nos faz rir.
Não compreendo de todo porque razão um filme feito na Tailândia não colocou os seus personagens a falar a própria lingua deixando o inglés para os actores ocidentais (mesmo que estivessem a representar Portugueses).
Mais do que nunca se nota aqui a tentativa de colagem do cinema Tailandês ao estilo Hollywood mas desta vez não poderiam ter dado melhor tiro no pé por causa disso.

Mas…será que [“The King Maker“] é tão mau assim ?!
Será que tanta coisa errada e introduzida de forma até algo ingénua é suficiente para arruinar um filme de aventuras ?
Como disse atrás é muito dificil classificar esta produção. Tem muita coisa mesmo negativa, mas ao mesmo tempo é um filme tão despretencioso e ligeiro que todos os seus defeitos mais parecem existir por ingenuídade de quem criou tudo isto do que própriamente por serem algo a destacar negativamente de forma justa.

É que [“The King Maker“] também tem coisas muito boas.
Para começar tem o John-Ryes-Davies que depois de sofrer tanto como o anão Gimli no Senhor dos Aneis deve ter decidido ir passar uns dias na Tailândia e ganhar uns cobres durante as férias. E ainda bem, porque além de ser um excelente actor é um gajo que fica sempre bem em qualquer filme que entre pois dá-lhe logo alguma respeitabilidade.
E desta vez embora esteja claramente em piloto automático, também compõe um bom personagem Português. O que não é de estranhar pois o próprio actor é um apaixonado por história e um bom conhecedor do nosso País. Sendo assim, primeira nota positiva.

Segunda nota positiva, é a própria realização.
Este [“The King Maker“] tem aquela atmosfera dos filmes clássicos de aventura e não fosse a óbvia limitação de orçamento e aposto que isto teria ido bem longe de forma muito positiva.
Assim como está sente-se alguma limitação na acção e no próprio ritmo do filme, mas [“The King Maker“] não deixa de ter momentos bem divertidos por causa disso. Em certas cenas tem um verdadeiro sabor a “Robin Hood” dos tempos de Errol Flynn e isto é das melhores coisas desta produção.

O início da aventura é bem divertido e apesar do filme começar com uns CGI do piorio, logo se instala o divertimento numa sequência de acção a fazer lembrar o estilo dos novos filmes do Zorro feitos em Hollywood. Aliás, algumas das cenas de acção poderiam ter sido filmadas pelo próprio Martin Campbell que não se notaria a diferença, o que para um filme que não pretende ser mais do que uma boa aventura comercial não está nada mal não senhor.

É mesmo pena no entanto, que depois do começo divertido em tom de aventura clássica, o filme mude de registo e torne-se naquele tipo de filmes que me aborrecem de morte. Nomeadamente, passa de uma boa versão Tailandesa de “Piratas das Caraíbas” low budget, para mais outra daquelas histórias de intriga palaciana de bocejar por mais…neste caso com a agravante de ter uma gritante falta de suspanse pois é tão previsível que quase arruina de vez [“The King Maker“]. Tenta por demais ser algo no estilo de “A Maldição da Flor Dourada” mas espalha-se ao comprido, tanto na falta de originalidade como na própria execução técnica desses momentos. Curiosamente nem nem sequer falta uma cena com Ninjas no interior do palácio e já vimos isso antes muito mais bem feito para ser algo que possa contribuir para salvar a segunda metade do filme.

[“The King Maker“] tem realmente algo de muito irregular no seu argumento e estrutura. Ao contrário do que seria de esperar, todas as melhores e mais divertidas cenas de acção estão na primeira metade do filme quando o climax de tudo isso seria suposto encontrarmos no final num culminar de tensão e aventura como é da praxe.
Até uma suposta batalha épica entre exércitos com montes de gente á espadeirada e sangue quanto baste aparece logo ainda antes do meio do filme.
Também aqui se nota a gritante falta de orçamento mas é uma tentativa honesta de abrir a história de uma forma que parecesse mais épica do que na realidade podia ser e temos uma cena de batalha muito porreira apesar de tudo.

O problema é que a partir daqui o filme entra pela aborrecida intriga palaciana e por mais lutas á espada (em estilo clássico divertido) que a história ainda consiga apresentar nunca mais se recupera aquele ambiente de aventura que temos na primeira metade de [“The King Maker“] e é mesmo pena, pois mesmo com o seu pequeno orçamento, havia aqui bons motivos para termos finalmente um pequeno grande filme de aventuras de capa e espada produzido na Tailândia, especialmente quando também “Queens of Langsuka” também falhou redondamente nesse campo apesar de ter contado com o triplo do orçamento.

Inclusivamente a parte final de  [“The King Maker“] tem mais a ver com um “Kickboxing” do Van Damme do que própriamente com o “Piratas das Caraíbas” que poderia ter continuado a ser e isso é talvez o que de mais frustrante este filme tem.
É certo que a maioria dos actores são atrozes, mas também tudo isso é muito culpa do próprio argumento e do facto de toda a gente ter sido obrigada a dialogar em inglés, por isso acho que não é justo bater mais neste filme por este erro craso evidente.

Não são as inúmeras fraquezas generalizadas que tornam [“The King Maker“] num mau filme, mas essencialmente é a sua estrutura, ou falta dela.
A ideia é boa, os personagens são bons dentro do clássico estilo filme de piratas (embora muito mal desenvolvidos), tem algumas sequências de espadeirada divertidas mas depois espalha-se ao comprido por tentar mudar de estilo de filme a meio da história. E o desenlace final nada épico e quase a entrar para a cena de porradaria chunga também não lhe favorece.
Também não se percebe o teledisco com música pop romântica contemporânea pelo meio embora contenha imagens excelentes. Aliás a fotografia em geral é um dos pontos positivos do filme e ajuda a contrabalançar as suas fraquezas.

No entanto, apesar das suas falhas [“The King Maker“] tem coisas muito boas. A realização nos momentos de pura aventura promete, tem alguns cenários naturais excelentes e toda a envolvência cénica é muito bem aproveitada para fazer o filme parecer maior do que na realidade pode ser. Não consigo perceber o que é arquitectura real Tailandesa ou o que são décors construidos para a história por isso se o que mostra são monumentos verdadeiros tudo isso está mesmo bem utilizado pois enche de atmosfera todo o filme, especialmente na sua primeira metade bastante divertida.

——————————————————————————————————————

CLASSIFICAÇÃO:

É mesmo muito dificil atribuir uma classificação realmente justa a [“The King Maker“].
O filme é fraquinho sim, mas não tem pretenções a ser mais do que uma boa aventura de sábado á tarde e nesse aspecto apesar de tudo eu penso que cumpre bem.
Se entrarmos na onda e pensarmos nisto como um filme de baixo orçamento, consegue-se acompanhar bastante bem até ao final e mesmo com as suas fraquezas tem um certo charme dentro daquele estilo de filme de piratas clássico com a vantagem de ser ambientado num local realmente exótico com bastantes coisas para ver.
Tem falhas que nunca mais acabam mas é uma proposta curiosa que se recomenda a quem procura aquele ambiente “Sandokan” com um sabor a Descobrimentos Portugueses bem conseguido e não deixa de ser engraçado encontrarmos um filme de aventuras com um heroi chamado Fernando Da Gama.
Por tudo isto, é um daqueles filmes maus que se tornam bons porque mantém aquela frescura ingénua dos velhos serials apesar de tudo.
Sendo assim, trés tigelas de noodles na boa , por ser assim uma espécie de bom filme fraquinho que vale a pena espreitar. Especialmente se gostam de aventuras deste estilo e se tal como eu sempre acharam que a História de Portugal contém ideias para cinema de aventuras que nunca mais acabam e nunca foram aproveitadas por nós próprios aqui neste país de génios iluminados da 7a Arte para festivais que ninguém quer ver.

noodle2.jpg noodle2.jpg noodle2.jpg

PS: Não deixa de ser hilariante constatar os comentários de americanos sobre o filme na Net. Mais uma vez Portugal é confundido com Espanha e parece que nos States ninguém faz ideia de que Portugal é um país europeu e muito menos sabem que fomos exploradores ou tivemos qualquer época de Descobrimentos. Há pessoas que pensam inclusivamente que somos uma província do México !!!
Parece que desde sempre a Espanha nos passou a perna no que toca a marketing turístico pois mais de metade do planeta pensa que tudo o que era exploração foi obra dos Espanhois.  O que por um lado é bom, pois quem come com a má fama de tiranos e esclavagistas são eles também.
Nós pelo visto continuamos sabe-se lá porquê a ter uma excelente reputação na Tailândia e ninguém parece saber disso por cá, o que não deixa de ser muito esquisito…

A favor: a primeira metade do filme é muito atmosférica e divertida, tem um sabor de capa e espada clássico durante grande parte da história, os Portugueses nem estão mal caracterizados históricamente falando, apesar de algo limitadas algumas coreografias de luta á espada são divertidas, aproveita muito bem a arquitectura e cenários naturais da Tailândia, boa fotografia em geral e a realização parece prometer uma grande aventura ao inicio, tem um tom ligeiro com algum sentido de humor e não se leva muito a sério no ínicio.
Contra: começa como filme de aventuras e depois perde-se em intrigas palacianas que não têm interesse ou suspanse algum, começa com pretenções a épico histórico e depois acaba como filme do Van Damme num anti-climax que não se percebe, toda a estrutura do filme é errática e parece que foram decidindo onde colocar as cenas á medida que as iam inventando, alguns diálogos são do piorio, toda a gente fala em inglés e em “Engrish” o que arruina por completo a suposta carga dramática da história palaciana, algumas cenas de luta não são tão boas ou interessantes quanto isso, tenta ser um épico demasiado grandioso sem orçamento para isso e por causa disso perde todo o fulgor á medida que se aproxima do final, todos os personagens são mal desenvolvidos, os efeitos de CGI são absolutamente amadores como é costume no cinema Tailandês e não se percebe o porquê, o trailer dá ideia de que o filme é bem mais divertido do que na realidade é.

—————————————————————————————————————

NOTAS ADICIONAIS

Trailer
http://www.youtube.com/watch?v=jOgTzE4FxOA

Comprar
http://www.amazon.co.uk/King-Maker-DVD-Gary-Stretch/dp/B004AER3NY/ref=sr_1_2?ie=UTF8&qid=1304276413&sr=8-2
(Já notaram como a capa da edição ocidental tenta fazer o filme parecer-se com o Kingdom of Heaven ?)

Download aqui

IMDB
http://www.imdb.com/title/tt0410162

——————————————————————————————————————

Se gostou deste poderá gostar de:

——————————————————————————————————————