Garoojigi (A Tale of Legendary Libido) Han-sol Shin (2008) Coreia do Sul


Ora aqui está o equivalente cinematográfico Sul Coreano daqueles emails “Enlarge your Penis” que todos gostamos de receber nas nossas caixas de correio.
Bem vindos a [“A Tale of Legendary Libido“], um filme sobre pilas.
Grandes.

[“A Tale of Legendary Libido“] poderia ser também um anúncio publicitário para o Viagra por exemplo e portanto para toda a gente que sempre quis ver um filme sobre penis gigantes e nunca o encontrou antes, tem aqui o filme da sua vida.
Não é o meu.
Não é o meu mas é um filme totalmente original e muito menos estúpido do que á primeira vista vocês poderão pensar com um tema destes.
Sim, todo o filme gira á volta de um gajo com uma pila enorme. No entanto aquilo que poderia descambar numa sucessão de gags sem grande imaginação na verdade é aqui usado para criar alguns momentos não só hilariantes como acima de tudo inesperados e visualmente muito criativos; o que torna [“A Tale of Legendary Libido“] numa inesperada proposta para quem procura uma comédia sexual oriental cheia de miudas giras e muito nuas aos pulinhos por todo o lado.

E garanto-vos, vocês nunca viram nada assim.
Quando eu pensava que já tinha visto tudo no que toca a comédias sexuais , tive que reorganizar as minhas ideias porque [“A Tale of Legendary Libido“] é realmente único e se calhar até criou aqui um género novo de cinema; uma espécie de filme de fantasia de temática sexual mas sem monstros ou batalhas…apesar de meter feiticeiros e magia.
Anteriormente dentro do cinema oriental só tinha encontrado uma comédia sexual digna de nota pela sua ousadia e invenção no que toca a gags com sexo, o “Sex is Zero” de que já falei aqui no blog.
Acontece que este [“A Tale of Legendary Libido“] está no entanto numa liga á parte e só não se torna um clássico instantaneo por causa de um grave problema que passarei a explicar mais adiante.

Essencialmente a primeira metade do filme é absolutamente genial em todos os aspectos. A história é parva como o raio, mas resulta, os gags são originais, muito criativos e por demais hilariantes num par de vezes. Tudo isto muito graças ao próprio trabalho do realizador que encena as sequências mais inimagináveis envolvendo miudas nuas, gajos esfomeados e mulheres mais velhas digamos…necessitadas…

Visualmente [“A Tale of Legendary Libido“] é um filme extraordinário pela forma como cada imagem está cuidada e cada plano parece estar pensado para nos maravilhar com os mais pequenos pormenores dos cenários. Isto é fundamental para criar uma atmosfera de mundo encantado e aldeia perdida que faz com que este filme pareça na verdade uma história de Fantasia com deboche por todo o lado.
Imaginem o – Shire – dos Hobbits, mas onde toda a gente só pensa em sexo a todo o instante e onde tudo o que tenha pernas é perseguido; desde galinhas, cabras e até … ursos… quando as mulheres não se deixam apanhar e onde apesar de tudo os maridos não têm grande reputação entre elas.

É quase impossível descrever o quanto este filme é atmosférico. A primeira metade de [“A Tale of Legendary Libido“] conta não só com uma galeria de personagens hilariantes como principalmente está carregada de momentos visuais que os fará fazer ficar com vontade de fazer pausa a todo o instante só para admirar a natureza em redor. E não estou a falar das miudas orientais fofinhas sem roupa, dos seios flutuantes e de tudo o mais que vocês nem imaginam que acontece nesta história.

Os gags são muito engraçados, não só porque funcionam no papel, mas porque muitas das vezes a piada está não no que acontece, mas na forma – como – acontece !
E esperem só até ver o que acontece na cena em que os homens vão todos para o rio á noite para ver miudas giras sem roupa. Vão perceber o que eu quero dizer a propósito da inventividade do realizador, também argumentista.

[“A Tale of Legendary Libido“] conta a história de um desgraçado ( curiosamente o mesmo actor de “See you after school” noutro papel de infeliz).
Este triste marginalizado pela aldeia inteira vende bolinhos de arroz e é constantemente desprezado pelas mulheres pois todas têm apenas olhos para o irmão do nosso triste heroi. E porquê ?
Bem porque ao contrário do seu irmão mais velho que foi abençoado pela natureza entre as pernas, o nosso desgraçado heroi tem fama não só de ter um membro minusculo como ainda por cima de ser impotente e logo vão perceber porquê.

Uma noite encontra um velho feiticeiro, uma espécie de “Gandalf” oriental do deboche que lhe revela que algures perto do totem presente no centro da aldeia está enterrada uma poção mágica que atribui virilidade a toda a gente que dela beber. Acontece que não se pode beber mais do que uma gota de cada vez devido á potência da bebida.
Obviamente que o nosso desgraçado heroi bebe a garrafa toda de seguida e os resultados não se fazem esperar.

[“A Tale of Legendary Libido“] tem uma primeira metade tão genial, divertida, criativa e hilariante que eu estava plenamente convencido que que iria atribuir a classificação máxima a este filme sem pestanejar sequer.
O ritmo é alucinante, as sequências surpreendem-nos a todo o instante e os personagens são hilariantes, com destaque particular para a mulheres esfomeadas da aldeia e que os vão divertir á brava de cada vez que aparecem ainda mais taradas que os homens do local.
Curiosamente para uma comédia sexual, tem muito pouco sexo…o que é estranho. Parece uma espécie de comédia sexual para a família com autocensura visual e onde se fala muito mas faz-se pouco. Não esperem algo como o que viram em “Sex is Zero“, embora tenha a sua quota de miudas orientais despidas e posições sexuais…e sexo com ursos…

Também tem um pormenor muito engraçado que se calhar não se nota logo mas dá uma atmosfera ainda mais curiosa á história. Tudo ao redor do nosso desgraçado heroi é hilariante num estilo totalmente over-the-top (onde nem faltam números musicais), no entanto o personagem principal é brilhantemente sempre apresentado num registo sério e quase dramático. [“A Tale of Legendary Libido“] é uma espécie de história intensamente dramática onde toda a comédia está no que se passa ao redor da tragédia do protagonista da história e não no facto do personagem ser constantemente caracterizado apenas como o palhaço do argumento como seria de esperar neste tipo de comédia sexual.

No entanto, para minha surpresa e grande desilusão não posso atribuir uma nota muito espectacular a este título.
Se calhar nem merece a classificação que lhe atribuo no final deste texto sequer por um simples motivo.
[“A Tale of Legendary Libido“] tem duas metades muito distintas que não encaixam de todo e não se percebe porquê.
A primeira metade é totalmente brilhante, mas a partir do meio do filme, mal o nosso heroi começa as suas proezas sexuais subitamente parece que todo o genial conceito original se esgotou.
Totalmente.
Quase que se pode dizer que demasiado viagra tornou este argumento impotente, o que é o pior que poderia ter acontecido num filme onde se falta tanto de sexo.

Não se percebe de todo o porquê depois de uma primeira parte tão boa na segunda metade a criatividade parece ter-se esgotado totalmente. Contém ainda bastantes piadas que nos fazem sorrir e até dar ainda umas boas gargalhadas, mas de repente sentimos que  já não estamos a ver o mesmo filme e toda a premisa incial parece ter-se esgotado em tudo.
Não só desaparece aquela criatividade nas piadas e tudo parece mais do mesmo, como inclusivamente a própria realização parece apagar-se.

[“A Tale of Legendary Libido“] entra por um caminho algo ambiguo. Ás vezes parece que vai querer ser um drama, outras uma história de amor fofinha ao estilo sul coreano, mas na verdade não tem bases para nada disso, porque essencialmente levou toda a genial primeira metade a definir um estilo de filme e um universo erótico-humoristico único que depois parece não ter mais interesse em prosseguir ou desenvolver.
Isto torna a segunda metade do filme algo arrastada, sem chama e até chata de seguir e até ao final a energia incial nunca mais volta a ser a mesma.

O segundo acto está por demais fragmentado e as coisas sucedem-se sem grande referência anterior na história o que cria a ideia que os personagens flutuam por episódios sem grande ligação ou justificação.
Pensei que isto teria sido impressão minha, mas curiosamente agora ao procurar informação no imdb sobre este filme reparei que o único comentário que lá está sobre este título também fala precisamente daquela sensação de piada esgotada e filme sem imaginação que percorre a segunda metade do argumento, portanto se calhar o filme tem mesmo esse problema.

Não quer dizer que o filme se torne mau, mas simplesmente não é já mais o mesmo e isso nunca deveria ter acontecido num título como este, pois se tivesse continuado a seguir a mesma fórmula até ao fim não deixaria de ser uma comédia excelente por causa disso. Assim como está torna-se algo muito decepcionante.
Curiosamente, 95% do trailer é precisamente montado com imagens da excelente primeira parte; o que só indica que alguém também se deve ter apercebido que havia algo já não tão engraçado na segunda metade e tentou evitar que essa sensação passasse logo para o espectador .

E sim, a primeira parte é tão boa onda, divertida e cheia de humor quanto aparenta no trailer, o que ainda torna a segunda metade do filme um desperdício maior apesar de conter um par de piadas hilariantes dispersas por entre a monotonia generalizada.

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CLASSIFICAÇÃO:

Provavelmente não merece uma classificação tão generosa, porque a segunda parte do filme é realmente decepcionante e desprovida de imaginação, mas leva quatro tigelas de noodles na mesma porque a primeira metade do filme é fantástica a todos os níveis.
E tem miudas fofinhas nuas, velhas taradas e sexo com animais.

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A favor: a primeira parte do filme é muito engraçada, a realização é fantástica na forma como ilustra alguns gags hilariantes, o gag do rio á noite é clássico, mais uma excelente interpretação do protagonista que parece ter-se especializado em personagens geek, parece um filme de Fantasia durante a primeira parte, como comédia sexual está muito bem conseguida e tem piadas bem mais inteligentes do que poderiamos esperar, está cheio de imagens fantásticas no que toca á criação de ambiente nos cenários, tem mamas a boiar…
Contra: a mudança de registo a partir da segunda metade do filme quase que o arruina pois parece que toda a imaginação do inicio foi deitada fora pela janela e tudo se torna por demais monótono e previsivel até, para uma comédia sexual sente-se uma certa auto-censura pois não contém propriamente muito sexo.

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Trailer
http://www.youtube.com/watch?v=ArmK74hZN34

Comprar
http://www.yesasia.com/us/a-tale-of-legendary-libido-dvd-english-subtitled-taiwan-version/1014344788-0-0-0-en/info.html

Download – Está muito complicado voltar a encontrar uma boa cópia em torrents ou algo assim , mas podem ver o filme em várias partes no Youtube, embora com legendas em (agh) espanhol…
Também ainda não está disponível no AsianSpace.

IMDB
http://www.imdb.com/title/tt1433775

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